“Esta passagem pelo Golfo Pérsico não podia estar a correr melhor”

Pedro Nuno, treinador português de sucesso, e acabado de conquistar a Taça Presidente, no Bahrein, ao serviço do Manama Club, concedeu uma entrevista à FPB.

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29 NOV 2019

O técnico de 48 anos falou-nos da sua experiência no Golfo Pérsico e de uma carreira que já com títulos nesta região, Portugal, México e Canadá.

Qual foi o sabor desta conquista da Taça do Bahrein, ao serviço do Manama Club? Como foi o percurso até à vitória?

O sabor de ganhar títulos é sempre bom, como devem imaginar, e para mim com tem um valor especial por ser o primeiro na Ásia. Importante, também, pelo facto de no início da época a equipa e direção estarem um pouco descrentes na possibilidade de conquistar títulos, após um ano mau no qual nada ganharam. O objetivo inicial pedido pela direção passava por iniciar alguns jovens na equipa principal e começar a construir para o futuro. Os jovens estão a jogar e felizmente estamos a ganhar. Este título vai, sem dúvida alguma, motivar e dar a confiança necessária para continuar a ganhar e a lutar por títulos. Quanto a esta Taça, é formada por dois grupos de seis equipas, dependendo do lugar em que terminaram a fase regular, sendo que os dois primeiros de cada grupo se apuram para as meias-finais. No nosso caso, terminámos na liderança da fase regular e do nosso grupo nesta “President Cup”, sendo que a final foi disputada contra o Riffa.

 

E agora? Que objetivos se seguem no clube?

O objetivo, agora, passa por continuarmos assim, tentando formar e lançar alguns jovens para o futuro do clube, e lutar pelos dois títulos que ainda estão em discussão. No caso de termos a felicidade de nos sagrar campeões, teremos pela frente o GCC (Clubes Campeões do Golfo), após término da época aqui no Bahrein.

 

Como está a ser esta passagem pelo país do Golfo Pérsico? Como descreves o clube e o basquetebol aí praticado? Que aspetos mais te surpreenderam?

Esta passagem pelo Golfo Pérsico não podia estar a correr melhor. O nível do campeonato é bom, com as cinco primeiras equipas a serem claramente melhores do que as restantes, sendo que na minha opinião o título vai ser disputado entre Manama, Al-Ahly, Muharraq (atuais campeões) e Riffa.

 

Já conquistaste títulos em quatro continentes diferentes. Qual é a sensação ao se ter tanto sucesso fora do nosso país? Imaginas-te a trabalhar noutras paragens?

Também tive sucesso no meu país nos dois anos em que aí estive. No Illiabum, no primeiro ano, só perdemos duas vezes na fase regular da Proliga e perdemos a final diante do FC Porto com um tiro no último segundo, num jogo em que podíamos ter vencido e levado a série à “negra”, enquanto no segundo ano conquistámos a Taça de Portugal, a única que o clube tem em cerca de 75 anos de existência. Como devem imaginar, não foi fácil ganhar com os poucos recursos que tínhamos, mas foram duas temporadas (não consecutivas) em que fui muito feliz em Ílhavo, e pelas quais estou agradecido ao Illiabum por me ter dado a oportunidade de mostrar o meu trabalho em Portugal. Trabalhar fora do meu país nunca foi, nem será, um problema. Para mim foi, sem dúvida, o facto de estar em contacto com outras realidades basquetebolísticas que me ajudou a crescer e adaptar como treinador. Como todos sabemos, só saindo da nossa zona de conforto podemos crescer e evoluir, caso contrário acabamos por nos acomodar.

 

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29 NOV 2019

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