“Ao longo dos anos a formação de homens e mulheres foi sempre a prioridade”
Manuel Rodrigues, presidente do SC Vasco da Gama, em discurso direto sobre centenário do clube
FPB
23 MAR 2020
O Sporting Clube Vasco da Gama celebrou no passado dia 20 de fevereiro o centenário de vida. Em jeito de balanço destes cem anos de história, a FPB conversou com Manuel Rodrigues, presidente da formação vascaína, que além de recordar momentos marcantes na história do clube, caracterizou também o espírito vivido no histórico portuense.
Em poucas palavras, como descreveria o Sport Clube Vasco da Gama?
Um clube que foi fundado por homens de poucas posses, que um dia compraram equipamentos em 2.ª mão para praticar desporto. Ao longo dos anos o mais importante para muitos, como é óbvio, são os títulos, mas para nós, no clube, a formação de homens e mulheres foi sempre a prioridade.
O SC Vasco da Gama celebrou o centenário no passado dia 20 de fevereiro, como presidente da atual direção, que momentos destacaria na história do clube?
A conquista do Parque das Camélias em 1975, a construção do pavilhão em 2004 e naturalmente as conquistas dos títulos nacionais, regionais e internacionais (“Taça Teresa Herrera”). A medalha de ouro dada pela Câmara Municipal do Porto, a Medalha de Honra e Mérito desportivo dada pelo Secretário de Estado da Juventude e Desporto e chegar a ter a base da Seleção Nacional com os seguintes jogadores: Pima Dias Leite, Amadeu Machado, Abílio Serafim e César Nogueira, entre outros que ao longo destes anos prestigiaram as várias seleções de vários escalões.
Há uma mística que caracteriza o clube e que é fundamental na forma como o SC Vasco da Gama vem sedimentando a sua posição no basquetebol nacional, sobretudo na formação. Que características sobressaem para quem “vive” o quotidiano do “Vasco” e o tornam um clube único?
Costumo chamar de “descendentes”, porque a maioria dos treinadores do Vasco são homens formados nesta casa, com os valores e princípios que também lhes foram transmitidos: mística, espírito de sacrifício e para mim, dos mais importantes, o afeto, tendo em conta que é um clube de amor à camisola.
Passados 100 anos de história, como vê o futuro de um clube tão emblemático como o SC Vasco da Gama?
A desertificação da zona histórica do Porto tem causado algumas dificuldades, mas estamos a tentar combater isso, com o esforço dos diretores, treinadores e jogadores, indo a escolas e infantários tentar incentivar os mais novos para praticarem a modalidade, isto ao nível da formação. No entanto, podemos dar-nos por felizes porque temos todos os escalões ativos, desde o “baby basket” até à equipa de seniores feminina formada este ano. Acho que com a continuidade do trabalho, seja que direção for, tem um futuro promissor. Como alguém disse um dia: “NUNCA TÃO POUCOS, COM TÃO POUCO, FIZERAM TANTO PELO CLUBE E PELO BASQUETEBOL”.