“A melhor coisa que me aconteceu este ano foi ter a oportunidade de jogar EuroCup”

Atletas
26 MAR 2020

A internacional portuguesa Inês Viana fez a sua época de estreia no estrangeiro, ao serviço do BCF Elfic Fribourg Basket, e apesar de ver a temporada interrompida a base de 25 anos fez um balanço positivo dos meses que passou na Suíça. Além de falar da experiência positiva nas competições europeias e do domínio nas provas internas, a base da Seleção Nacional abordou ainda o futuro.

 

Qual é o balanço que fazes desta época de estreia no estrangeiro? Como descreverias este desafio que é jogar fora de um campeonato que conheces tão bem como o português?
É sempre desafiante sairmos da nossa zona de conforto, e apesar do campeonato português tem muita qualidade, muito boas jogadoras, achava que já estava no momento para sair e me desafiar. Na generalidade foi uma época muito positiva, joguei EuroCup a base principal com muitos minutos, no campeonato também estávamos em crescendo. Foi positivo e um excelente desafio.
A temporada terminou de forma abrupta e o campeonato foi cancelado sem a atribuição de um campeão, contudo o Friburgo terminou no topo da fase regular (13-3), estava invicto na fase intermédia e apurado para a final da Taça da Suíça. Sentes que caso a época terminasse iam conquistar mais títulos?
O coronavírus veio estragar a época. O nosso campeonato foi dos primeiros a cancelar tudo, sobretudo depois da evolução do número de casos no país na Suíça. Primeiro foi o hóquei no gelo, depois seguiram-se as outras modalidades. Antes da paragem estávamos em forma, no primeiro lugar partilhado com o Winterthur, invictas na fase intermédia e com sete vitórias consecutivas com margens pontuais na casa das dezenas. Se tivéssemos a oportunidade de jogar até ao fim acredito que poderíamos ser campeãs e ganhar a Taça da Suíça. Estávamos a crescer como equipa.
Além do evidente sucesso nas competições internas, conseguiram passar a fase de grupos na EuroCup feminina. Que balanço fazes da prestação nas competições europeias? 
Penso que o auge para qualquer atleta é jogar nas competições europeias, neste caso joguei EuroCup e o balanço desta época é muito bom. Fiz bons números que se refletiram no coletivo já que passamos a fase de grupos e ficamos à porta dos dezasseis avos de final da prova. Foi espetacular, até porque tivemos mais exposição. A melhor coisa que me aconteceu este ano foi ter a oportunidade de jogar na EuroCup.
Depois de uma temporada de estreia positiva, onde foste uma das peças mais influentes de uma equipa com ADN de campeã, quais são as perspetivas para o futuro?
Quero continuar a jogar fora. É muito desafiante poder jogar noutros campeonatos, experimentar novas ligas. Não gosto de estar na minha zona de conforto, quero sempre superar-me e, posto isto, acho que ainda tenho alguns anos para continuar a jogar no estrangeiro.
Regressaste a Portugal assim que a SBL foi suspensa e atravessaste um período de quarentena. Que recomendações deixas, sobretudo aos desportistas, nesta fase de paragem precoce das competições?
O campeonato foi suspenso dia 12 de março e no dia seguinte já tinha viagem de regresso para Portugal. A situação na Suíça não estava boa e desde que regressei estou de quarentena voluntária para não colocar em risco os meus pais, senti que essa era a melhor decisão. Esta sexta-feira acabo esse período de isolamento e apesar de não ser o melhor, é algo que devemos fazer para zelar por nós e pelos nossos. Estou em casa desde 13 de março e isso não me impede de treinar duas vezes por dia. O exercício físico tem-me ajudado muito, sobretudo mentalmente. Torna tudo mais fácil.
Atletas
26 MAR 2020

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