“Man Out” a Manuel Sousa

Carismático jogador de BCR da APD Leiria

Competições | FPB
28 ABR 2020

Carismático, cortês e um exemplo que atravessa gerações. A caminho dos 67 anos, Manuel Sousa ainda não perdeu o fulgor competitivo e continua a somar minutos na APD Leiria, “casa” a que se dedica incessantemente, dentro e fora do campo. No emblema do centro do país venceu três Campeonatos Nacionais, duas Taças de Portugal e uma Supertaça. Representou a Seleção Nacional no Campeonato da Europa C, em 2005, realizado em Lisboa. 

Data de nascimento: 17/11/1953
Ano de iniciação: 1980, na equipa de Alcoitão
Posição: Extremo
Clube: APD Leiria
Palmarés: 3 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal, 1 Supertaça
O jogo da tua vida: Sem dúvida nenhuma, quando ganhámos pela primeira vez o Campeonato Nacional (2008-2009)
Chamam ao BCR a modalidade paralímpica rainha. Se tivesses que convencer alguém a ver ou praticar, como “vendias” o basquetebol em cadeira de rodas?
Em qualquer desporto, tens que gostar do que fazes. Diria que o BCR é um jogo colectivo e em que jogador e cadeira de rodas passam a ser um único elemento. Todos são de igual valor dentro da equipa. Requer muita preparação física, sacrifício, entrega e atitude. Uma equipa é uma família que deve compartilhar as suas preocupações e dificuldades, tal como respeitar todos os elementos envolventes.
Qual ou quais os jogadores que exercem maior fascínio sobre ti?
O jogador que tenho como referência é um elemento da minha equipa. Chegou, quase não falava. Esteve muito tempo no banco sem contestação. Mais tarde, veio a revelar-se um jogador exemplar. Respeitador, humilde e educado. Tem um enorme potencial físico e visão de jogo. É o nosso Iderlindo, “Éder”.
Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido por jogar BCR.
Tive alguns e assisti a outros. Depois de terminar a Meia-Maratona de Lisboa, fui trocar de cadeira de rodas e jogar BCR em Alcântara, no pavilhão da Academia de Polícia. Noutra situação, o árbitro parou o jogo, dirigiu-se a um jogador e mandou-o colocar uma maçã no caixote do lixo, que andava a comer durante o jogo.
Qual o teu movimento, gesto ou momento do jogo favorito?
O movimento que mais me caracteriza: tentar bloquear o adversário e desbloquear os colegas de equipa.
Qual o jogador a quem gostavas de fazer “Man Out”?
Gostaria de fazer “Man Out” a um jogador que gosto particularmente. Fomos colegas de seleção há alguns anos. Se conseguisse fazer isso, era sinal de que estaria muito bem fisicamente. O meu  amigo Hugo Lourenço.
O “Man Out” é essencial no BCR. Na elite – mas não só -, todas as equipas adotam esta estratégia que consiste, após a recuperação da posse de bola, em reter um adversário com um, ou idealmente mais jogadores, no seu reduto ofensivo de forma a atacar em superioridade numérica. O espaço ocupado pelas cadeiras torna uma missão árdua recuperar a posição perdida, de modo que o “Man Out” é uma tónica constante no jogo de BCR, privilegiando-se como alvos, claro, os elementos mais lentos da equipa adversária.
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28 ABR 2020

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