“Não parei de jogar para voltar num nível inferior”

Márcia Costa fala do regresso ao ativo depois da maternidade

Atletas
23 ABR 2020

Esteve fora de competição durante esta época e os motivos não foram os piores, pelo contrário. A internacional portuguesa Márcia Costa tirou um ano sabático para abraçar a maternidade, mas agora diz-se pronta para regressar à alta competição, estando já a preparar-se para a temporada 2020/21. A FPB conversou com a experiente jogadora de 30 anos que não escondeu as saudades do basquetebol, falou do período da gravidez e ainda mostrou que está ansiosa por regressar ao ativo com atenções voltadas para as competições europeias.

 

Recentemente anunciaste que pretendes regressar à competição depois deste ano de paragem. Já sabes onde vais jogar na próxima temproada? 
Ainda não tenho nenhuma equipa, estou completamente livre. A época acabou muito mais cedo devido a toda esta situação e as equipas não sabem bem como tudo se vai resolver, porque também ainda não há nenhuma decisão oficial da FPB. No entanto, estou livre e a preparar-me para a próxima época, era esse o meu objetivo. O meu filho acabou por nascer no final de fevereiro e a intenção era mesmo essa, ter tempo para preparar o regresso à Liga.
Depois de oito temporadas consecutivas na Liga como foi este ano de paragem? Sentiste falta do basquetebol?
Estava tudo minimamente planeado. Custou estar um ano sem jogar, mas estava mentalizada para algo que desejava muito, que era ser mãe. Tudo isto acabou por ser vivido com alguma naturalidade, no entanto claro que continuava a acompanhar. Via alguns jogos na FPBtv, porque como é evidente depois de tantos anos a jogar, parar uma época custa. De qualquer das formas continuei com o ginásio, mantive-me ativa. Não parei de jogar para voltar num nível inferior. Está fora de questão. Vou trabalhar para voltar ainda melhor. Para isso acontecer precisava de estar ativa durante a gravidez e enquanto pude foi o que fiz. Tudo isto teve repercussões no meu parto, que durou apenas oito minutos, algo que acaba por trazer benefícios para o regresso ser mais eficaz.
Algo que caracteriza o teu jogo é a fisicalidade e intensidade que colocas dentro de campo. Como uma atleta bastante forte e explosiva, sentes que mantiveste intactas essas capacidades físicas? 
Sinto-me uma privilegiada. Tanto eu como o meu marido temos formação nesta área e então sabemos todos os passos que temos de dar para que eu consiga estar realmente bem a partir do dia 1 de setembro, que é quando eu espero começar a minha época. Há uma série de processos que não podem ser ultrapassados para mais tarde não me ressentir. Neste momento ainda não estou a treinar com bola, mas já faço coisas que vão vez despertar novamente as minhas melhores caraterísticas enquanto jogadora. É um processo, e tenho noção desse trajeto. Não estou ansiosa porque sei que vou lá chegar.
Falando da próxima temporada, apesar de toda a indecisão que vivemos atualmente, que tipo de projeto desperta mais a tua atenção? Que expetativas reservas para a próxima temporada?
Não está fora de questão voltar a jogar fora do país no futuro, mas este ano prefiro ficar em Portugal e jogar EuroCup. Quem me der melhores condições para que consiga estar nas competições europeias, é onde vou apostar. Estar num sítio sem ambições não faz sentido nenhum, quero representar uma equipa que me dê condições para jogar EuroCup no próximo ano. É esse o meu desejo.
Atletas
23 ABR 2020

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