Na época 2008/09, a APD Leiria sagrava-se campeã nacional pela primeira vez

Falámos com protagonistas do clube da cidade do Lis

FPB
10 JUN 2020

O ansiado título de campeão nacional de basquetebol em cadeira de rodas da APD Leiria chegou acrescido do mérito de impedir um sexto triunfo consecutivo da APD Sintra, e de ser o primeiro erguido por uma equipa fora da Grande Lisboa. Marco Francisco e o histórico atleta/dirigente Manuel Sousa proveem o feito de memórias.  

A estreia nas conquistas acontecera na temporada 2007/08, com a vitória na Taça de Portugal, prenúncio para o que viria, apesar de o próprio título de campeão ter ficado a um palmo de distância em ocasiões anteriores. “Já tínhamos demonstrado que tínhamos equipa e éramos os melhores. Acontece que tínhamos um plantel muito jovem, muito aguerrido, com excelentes jogadores e ambiciosos, mas faltava experiência, algo que a APD Sintra tinha de sobra”, admite Marco Francisco, virtuoso poste dos leirienses, que revisita uma das oportunidades goradas mais dolorosas. “Estivemos uma vez a ganhar 2-0 no playoff da final, disputada à melhor de cinco jogos, e fomos perder 3-2”.
A amargura das tentativas falhadas pesou no compromisso em dobro que pautou a conduta dos atletas, na altura do feito, onde sobressaía a paleta de internacionais, ou em vias de se converterem, composta por Marco Francisco (4.5), Valter Mendes (4.0), Aníbal Costa (4.0) e Manuel Sousa (1.0). “Tinha de ser desta. O Playoff estava empatado 2-2, mas conseguimos uma grande vitória por 68-55 no quinto jogo”, lembra. Para Manuel Sousa, “na “negra” tem outro sabor”, além do primeiro título encerrar “uma sensação de incentivo geral”, que conduz à repetição de êxitos, um alvitre certeiro, pois desde então a APD Leiria somou ao palmarés dois Campeonatos e 1 Taça de Portugal.
Entre as “memórias fantásticas de um título muito sofrido, justo e desejado”, Marco Francisco louva o trabalho conjunto de todos os atletas e direção, “que sempre procurou dar as melhores condições de treino e material”, sobraçado pelas autarquias de Leiria e Marinha Grande, sem esquecer os adeptos, que frisa o camisola #5, “nunca faltaram para apoiar a equipa”.
Convidado a nomear os rostos do sucesso alcançado dentro de campo, “pergunta complicada e injusta”, Marco enfatiza o ambiente familiar no seio da equipa e que “cada atleta deu e dá o melhor de si, sem nenhumcontrapartida”, mas concede duas menções especiais. “É incontornável referir o nosso vice-presidente Manuel Sousa, que continua a exceder-se todos os dias em prol da APD Leiria. Não podia ainda deixar de sublinhar o trabalho fantástico que o nosso treinador/jogador Martinho Santos fez para atingirmos o primeiro título”.
No palanque dos notáveis, Manuel Sousa reconhece a importância do seu contributo, “um jogador de pontuação baixa, que nos muitos anos de seleção jogou sempre os 40 minutos”, e presta tributo a Marco Francisco e Cláudio Batista, referência da APD Leiria durante um longo período, transferido uma época antes para o Amivel Velez-Malaga, emblema da poderosa 1.ª Liga espanhola.
Para a APD Leiria voltar ao topo do BCR nacional, o emblemático dirigente, ainda no ativo como jogador, aponta a necessidade de combater a “falta de liderança e unidade”, porque a valia dos atletas não está em causa. Em sintonia com estas palavras, Marco Francisco acredita num futuro de novos triunfos. “Resta-nos agora trabalhar mais do que os outros, coletiva e individualmente, que os resultados vão aparecer”.
FPB
10 JUN 2020

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