“Em Linha” com Bruno Silva

Treinador-adjunto do Basket Clube de Gaia e da Seleção Nacional de BCR

Treinadores
25 JUN 2020

Um convite para integrar o Basket Clube de Gaia colocou Bruno Silva na rota do BCR, em 2017. O entusiasmo e o profissionalismo, evidentes na “pequena” revolução operada no treino de condicionamento físico na modalidade, despertaram o interesse do Comité Nacional de BCR, e Bruno Silva acumula agora as funções de treinador-adjunto na formação gaiense e na Seleção A.  

Que mensagem dirigias a um treinador hesitante em treinar BCR?
Foi difícil entrar no clube e sentir que os atletas conheciam melhor a modalidade do que eu, mas havia condições para crescer, e por isso a hesitação passou. Nunca iremos estar totalmente preparados para um desafio, caso contrário não seria um desafio. Faz sentido que ponderem bem os vossos passos, mas terão sempre de aceitar correr alguns riscos.
Quais os treinadores que exercem maior fascínio sobre ti e porquê? 
Mike Frogley (Canadá), por todo o contributo na evolução do BCR. Os DVDs criados pela Universidade de Illinois foram uma enorme referência para mim. Obviamente que tenho de mencionar o Marco Galego e o Ricardo Vieira, com quem tenho aprendido bastante. Fora do BCR, o Phil Jackson. Existem treinadores que conseguem “criar algo mais” dentro dos grupos. Um verdadeiro espírito de união, confiança e entrega. Acredito numa abordagem holística do treino, e o Phil Jackson tinha-a. Não existem muitos treinadores que usem a meditação por exemplo, e esse crédito já foi dado ao Phill Jackson. Claramente um treinador que não percebe “apenas de basquetebol”, e valorizo muito isso.
Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido por treinar BCR. 
Um atleta caiu após um contacto normal. Não havia risco, mas o árbitro interrompeu o jogo, parando assim o ataque da equipa adversária. O treinador reclamou e isso não foi bem aceite pelo público que começou a protestar, o que demonstra que ainda há muito desconhecimento da modalidade em Portugal. Noutra modalidade, ninguém ficaria chocado com o protesto do treinador. Revela que existe ainda um sentimento demasiado “protetor”, apenas porque se trata de desporto adaptado.
Quais as competências que consideras essenciais para ser um treinador de sucesso?
Difícil responder, porque não estou nesse patamar. Diria que é preciso ter bom conhecimento, capacidade de comunicação, de organização, de gestão (do treino e atletas) e de transmissão de conhecimentos. Não saltar etapas se estivermos na formação e saber definir objetivos! Também é muito importante saber ouvir e compreender os atletas, porque não os podemos obrigar a nada.
Em linha, a defesa que todos os treinadores querem, mas poucos conseguem. Qual a receita para lá chegar?
O BCR é muito exigente do ponto de vista coletivo e físico. Para se alcançar essa defesa é preciso ter níveis de comunicação e uma capacidade física muito acima da média. Basta um segundo de atraso no aviso de um bloqueio ou no impulso da cadeira que já poderá ser demasiado tarde para realizar as compensações/ajudas necessárias.
Em anexo podem consultar dados e curiosidades sobre Bruno Silva.

Treinadores
25 JUN 2020

Mais Notícias