“Em Linha” com Teresa Xavier

Treinadora da APD Lisboa

Treinadores
13 JUL 2020

Recém-chegada ao BCR, Teresa Xavier faz parelha com Daniel Pereira no comando da APD Lisboa e denota já um envolvimento ao nível dos técnicos mais experimentados. A vontade de aprender, que emana de todo o seu discurso, colocam-na com justiça no lote dos treinadores em ascensão na modalidade. 

Em anexo podem encontrar todos os dados sobre o percurso de Teresa Xavier.

Que mensagem dirigias a um treinador hesitante em treinar BCR?
Aceita, porque pode ser o maior desafio desportivo da tua vida. Mais do que os capítulos técnico-táticos, é o poder treinar com pessoas diferentes, que tinham tudo para desistir, mas que são entusiasmantes, que te ensinam mais pessoalmente do que tu jamais pensaste aprender. É cativante perceber os esforços que todos os participantes neste desporto fazem e é reconfortante entender o que o grupo e a modalidade fazem aos participantes de BCR. Quando tu tens oportunidade de viver isto, já ganhaste um grande desafio na tua vida.
Quais os treinadores que exercem maior fascínio sobre ti e porquê?
No basquetebol a pé tenho duas grandes referências com quem tive o privilégio de privar, o professor José Tavares da Silva, meu professor na faculdade e tutor de curso, pela sua forma de estar na modalidade, pelo treinador que foi e pelo que alcançou; o San Payo Araújo pelo que representa para o minibasquete em Portugal e por todos os ensinamentos que partilhou comigo em treinos, formações, torneios e outros eventos. No BCR, o Ricardo Vieira, não só pelo que tem construído e conquistado com a APD Braga, mas também pela partilha e vários ensinamentos ao longo dos últimos anos.
Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido por treinar BCR.
Com frequência, os meus atletas de Mini 10 vão assistir aos jogos da APD Lisboa. Um momento caricato que se tornou um ritual é, no final, os meus atletas de Mini 10 juntarem-se aos meus atletas de BCR e, nas cadeiras, lançarem ao cesto. A confraternização e o gosto fazem com que os meus Mini 10 me perguntem regularmente quando tenho jogo e os meus atletas de BCR, sempre que veem os meus Mini 10 na bancada, não abandonam o recinto sem fazerem uns lançamentos em conjunto.
Quais as competências que considera essenciais para ser uma treinadora de sucesso?
Para além do conhecimento técnico-tático e saber intervir no jogo, a componente emocional/psicológica é para mim cada vez mais importante. A forma como conseguimos mobilizar os jogadores, encorajá-los a ser melhores em cada treino, a gestão do feedback corretivo, assertivo e positivo, mas fundamentalmente fazer com que acreditem que, apesar de todas as limitações ou adversidades, é possível atingir a excelência individual e coletiva. Somos treinadores de sucesso quando conseguimos que as partes e o todo na nossa equipa atinjam a excelência.
Em linha (ou em banana), a defesa que todos os treinadores querem, mas poucos conseguem. Qual a receita para lá chegar?
É um modelo de defesa em que acredito, mas obedece a um conjunto de requisitos nem sempre fáceis de conciliar: comunicação exímia entre todos, excelente técnica de cadeira e disponibilidade física. Quando bem executado, cria muitas dificuldades à equipa adversária, mas se não o conseguirmos implementar de forma eficiente, vamos ser permeáveis. Por outras palavras, usa-o se o sabes fazer bem, se não sabes, treina-o melhor antes de o usares.

Treinadores
13 JUL 2020

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