“Consegui atingir alguns dos objetivos que tinha em mente no início da época”
Maria Carvalho em entrevista à FPB depois de uma temporada memorável em Utah Valley
Atletas
24 MAR 2021
Maria Carvalho viveu uma época de sonho ao serviço das “Wolverines” de Utah Valley. No terceiro ano nos Estados Unidos, a base portuguesa foi ao “March Madness” depois de se destacar na Western Athletic Conference (WAC).
A portuguesa protagonizou a melhor temporada a nível individual, mas a pandemia acabou por atrasar uma evolução que mais tarde se veio a confirmar: “Esta temporada de 2020/21 foi muito marcada pela pandemia. Começamos por ter vários jogos “não conferência” cancelados ou adiados durante os meses de novembro e dezembro. Esses jogos não foram cancelados apenas por existirem surtos de covid nas equipas adversárias, nós próprias fomos vítimas do vírus durante algumas semanas. Isso condicionou um pouco o arranque da temporada com alguns altos e baixos! Recordo-me que quando fomos jogar à Califórnia, no primeiro jogo da conferencia contra CBU, e tivemos apenas três dias para treinar depois de uma pausa de quase dez dias!”, explica.
No entanto, a entrada no novo ano alterou o rumo dos acontecimentos e a produção de Maria Carvalho foi subindo paulatinamente. No final da fase regular da conferência, a jovem de 20 anos foi distinguida como uma das melhores defensoras da conferência, como também entrou diretamente para o cinco ideal da WAC: “A partir de janeiro as coisas estabilizaram e começamos a melhorar fisicamente. Eu, pessoalmente consegui manter a forma física e por isso melhorei o meu rendimento durante a época. Em 20 jogos disputados consegui marcar dez ou mais pontos em 16. Melhorei também no ressalto e nos roubos de bola, acho que ganhei muito mais confiança em campo. Para Utah Valley foi uma época memorável, subimos de rendimento e fizemos uma ponta final na conferência com quatro vitórias fora de casa nos últimos quatro jogos. Pessoalmente consegui atingir alguns dos objetivos que tinha em mente no início da época. Fui premiada com a entrada na All-WAC First team, assim como na All-Defensive team. Ainda não sou a melhor jogadora da conferência, ou a melhor defensora, mas estou muito perto e continuo a trabalhar para isso.
As “Wolverines” conseguiram a qualificação histórica para o torneio da NCAA, experiência que a jovem base lusa caracteriza como inesquecível apesar da derrota perante Stanford na 1.ª ronda: “Participar no “March Madness” é algo extraordinário e único. Apesar das condicionantes relacionadas com a pandemia, nomeadamente as limitações de público nos pavilhões, o ambiente, a projeção do evento, a competitividade e a camaradagem são únicas… é um momento fantástico na vida de uma jogadora e só tens vontade de repetir. Contudo, julgo que entrei muito nervosa em campo. As coisas deveriam ter corrido melhor para mim e para a equipa, mas apanhamos a equipa mais forte do torneio que nos condicionou muito. Estávamos a jogar contra as melhores jogadoras do país!”, contou.
Ultrapassada mais uma época desportiva, é hora de concluir os compromissos académicos e regressar a Portugal o quanto antes: “Devido à pandemia a NCAA resolveu dar mais um ano de elegibilidade a todas as jogadoras, portanto tenho mais dois anos pela frente. Os meus objetivos em nada se alteraram. Espero chegar o mais longe possível e porque não ao topo! A época acabou, mas continuamos a trabalhar, tanto física como tecnicamente. Agora só quero terminar o semestre e regressar de férias a Portugal. Na época passada não consegui ir e estou cheia de saudades da minha família, dos meus amigos e da nossa gastronomia!”, concluiu.