50 anos da participação portuguesa nos Jogos Paralímpicos de Heidelberg 1972

Em 1972, Portugal chegava à principal montra mundial do desporto para pessoas com deficiência, os Jogos Paralímpicos. Na cidadã alemã de Heidelberg, após os Jogos Olímpicos de Munique, os onze atletas que compunham a primeira seleção portuguesa de Basquetebol em cadeira de rodas assinalavam a entrada em cena do país no grande evento idealizado pelo neurologista Sir Ludwig Guttmann.

Entre os eleitos, constava Fernando Neves, o novato de apenas 16 anos, já com uma outra experiência reveladora na bagagem e tão ou mais importante, a disputa da 20ª edição dos Jogos de Stoke Mandeville de 1971. Na verdade, os Jogos Paralímpicos de Heidelberg de 1972 só foram assim batizados mais tarde, pois correspondiam aos 21ºs Jogos de Stoke Mandeville, competição embrionária do movimento lançada na localidade inglesa desse nome em 1948. As duas provas passaram a distinguir-se a partir dos Jogos Paralímpicos de Toronto de 1976.

Uma e outra saída para lá da fronteira desvelaram um mundo de igualdade, desinibição na vivência da limitação motora e de excelência desportiva, com profundo impacto no jovem Fernando Neves, então desejoso de trazer a receita para solo nacional e, em concreto, para a sua terra-Natal, Mirandela. No regresso da reabilitação em Alcoitão e das participações enriquecedoras com a camisola das quinas, foi mais além e procurou alastrar a semente ao nordeste transmontano.

Aos microfones da FPBtv, Fernando Neves narrou todo o trajeto pulsante na promoção do desporto – e da igualdade – para pessoas com deficiência, cujo legado se ramifica até aos dias de hoje.