Balanço da primeira metade dos estágios de sub14
Rui Nazário e Teresa Barata avaliam trabalhos na Covilhã
Atletas | Seleções
7 JUL 2022
Decorrida a primeira metade dos estágios de observação das Seleções Nacionais de sub14, que têm a Covilhã como palco, os selecionadores Rui Nazário (equipa masculina) e Teresa Barata (turma feminina) falaram à FPB sobre os trabalhos, que envolvem um total de 80 atletas, e que contaram, esta quarta-feira, com um minuto de silêncio em memória de Henrique Vieira.
Rui Nazário descreve estes primeiros dias: “O estágio está a decorrer dentro da normalidade. Temos trabalhado questões da técnica individual ofensiva, com especial incidência no lançamento, trabalho de pés, drible e passe, assim como questões da tática coletiva ofensiva e também trabalho físico. Também transmitimos conhecimentos mais teóricos, importantes nestas idades, questões relacionados com a alimentação, importância dos alongamentos. Este campo tem como objetivos principais a observação e o desenvolvimento do ponto de vista técnico, tático, físico e comportamental. Tentamos perceber a sua capacidade de aprendizagem, a forma de estar em grupo e de cumprir regras”, afirma.
O treinador assume que a tarefa para os atletas é complicada: “É um grupo alargado, de 40 atletas, mas somos sete treinadores. Trabalham três por treino, num volume diário de seis horas de trabalho, o que é bastante elevado. Para alguns atletas, este período equivale a dois meses de trabalho. Conseguimos trabalhar de uma forma rotativa, por isso também os treinos são tão prolongados. Observámos jogadores ao longo da época, recebemos indicações por parte dos clubes e dos diretores técnicos regionais”, explica.
Para Rui Nazário, a superação dos atletas vai prevalecer: “Ao contrário dos outros anos, este grupo é mais homogéneo. Não tivemos a Covid a atrapalhar, tornou mais fácil a tarefa de fazer a convocatória. O momento da aprendizagem técnica está otimizado entre os 8 e os 12 anos. Os jovens perderam bons momentos para essa aprendizagem, devido à Covid, mas a pandemia não justifica tudo. Notam-se algumas dificuldades técnicas, mas os atletas são trabalhadores e empenhados, vão superar-se. Eles estão motivados”, termina.
Já Teresa Barata faz uma avaliação: “Os trabalhos têm corrido dentro da normalidade, queremos observar as atletas, tal como já havíamos feito em Albufeira na Festa do Basquetebol Juvenil. Queremos ver como reagem em situações de jogo, dentro da mesma equipa. Juntamos aqui 40 atletas oriundas de 18 Associações, são mais ou menos equiparadas. Geralmente, quem é mais forte por esta altura tem mais anos de basquetebol. Mas temos aqui atletas com menos anos de prática, mas que possuem características importantes. O nosso objetivo é ver qual a margem de progressão delas, ver o potencial que podem ter daqui a uns anos”, diz.
A selecionador explica o esquema de trabalho: “O nosso problema não passa, propriamente, por trabalharmos com 40 atletas, porque estou aqui eu, a Margarida Faria, minha adjunta, e seis treinadores convidados. O problema é o espaço que temos, porque estamos num pavilhão que, por vezes, só tem duas tabelas. Há dois pavilhões, um com duas tabelas e o outro com quatro, e há o estágio masculino também, com 40 meninos. Isto necessita de uma certa “ginástica organizativa” para pormos as 40 jogadoras a trabalhar. Elas não trabalham todas ao mesmo tempo no pavilhão. Trabalham 20 no pavilhão, 10 numa sala e 10 a trabalhar a condição física e coordenação. Vão rodando por estações”, refere.
A treinadora tece elogios às atletas: “Este grupo é muito heterogéneo em termos de qualidade. Há jogadoras com muita qualidade, ao nível do melhor que vimos na Festa do Basquetebol Juvenil. O grupo é extremamente trabalhador, respeitador e cumpridor. Se, tão novas, já têm esta atitude e o saber estar, com o tempo e volume de treino são capaz de chegar bem mais longe, mesmo que a prática ainda não seja tão grande. É fundamental esta humildade, esta vontade de ouvir as nossas correções, este grupo tem isso”, conclui.