Curso de Grau III na reta final!

Manuel Fernandes, Mário Gomes e Jorge Braz palestraram para os formandos

FPB | Treinadores
13 JUL 2023

O Curso de Treinadores de Grau III está na reta final e esta quarta-feira foi o último dos dias de formação para os treinadores. Num processo contínuo que se iniciou em abril passado, o curso termina esta sexta-feira, na Universidade de Aveiro, palco da última etapa da formação. Os 24 formandos realizaram um percurso com duas fases. A primeira com aulas assíncronas e uma segunda fase com aulas síncronas, ambas realizadas na plataforma digital da Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB). Nesta terceira e última fase, em regime presencial e de internato, os formandos e formadores estão expostos a um esforço enorme pela carga horária, intensidade do processo formativo e exigência formativa.

Este curso, destinado a treinadores que procuram uma certificação, a mais elevada de momento para os treinadores de basquetebol em Portugal, habilita para treinar e orientar equipas de alto rendimento (Ligas Masculina e Feminina e Proliga), Seleções Nacionais e também para exercerem cargos de coordenação (coordenadores técnicos de clubes, diretores técnicos regionais e formadores nacionais). Durante este curso são garantidas pela Escola Nacional de Basquetebol as linhas orientadoras daquilo que é esperado de um treinador de alto rendimento.

A FPB acompanhou de perto os trabalhos agendados para a última quarta-feira, momento em que os formandos tiveram a oportunidade de absorver novos conhecimentos e terem contacto com diferentes testemunhos. Luís Araújo, Coordenador Técnico do Galitos, iniciou o dia com uma palestra em torno de dois exemplos de coordenação técnica, seguindo-se o Selecionador Nacional, Mário Gomes, numa palestra sobre “Análise e tendências do Basquetebol atual”. Manuel Fernandes, Presidente da FPB, também marcou presença neste último dia antes das avaliações práticas dos formandos e teve a oportunidade de conversar de perto com a turma deste ano. O reputado Selecionador Nacional de Futsal, Jorge Braz, foi o convidado de honra deste último dia e num contacto próximo com os formandos, abordou aquilo que é ser um “Treinador de alto rendimento”. O dia terminou com um Clinic treinador, com o formador José Ricardo Rodrigues a explorar o tema “Integração de jovens em alto rendimento”. Antes de finalizar, Mário Gomes voltou a palestrar, desta vez sobre “Construção das tarefas de Treino”, momento que antecedeu o trabalho de grupo final.

Em jeito de balanço, Dimas Pinto, o Diretor do Curso, analisou a turma de formandos reforçando o objetivo final deste curso de Grau III: “É o 25.º curso de Grau III, composto por um grupo diferente daqueles que o antecederam, bastante jovem. Temos muita gente ainda sem vivências fortes dos níveis mais avançados da modalidade, mas que chegam com essa ambição. É um curso exigente, mas o comportamento tem sido exemplar. Querem aprender! Esperemos que saiam daqui com mais conhecimento da modalidade, porque só assim se chega ao alto rendimento. O Grau III implica que os formandos tenham impacto no seu clube, na sua associação, na federação. Têm de ser treinadores reflexivos, com a mente aberta, dispostos à inovação, de forma a contribuírem para a evolução da modalidade. Quando saem daqui adquirem competências também do ponto de vista de coordenação técnica. São líderes de líderes, responsáveis por desenvolverem nos seus clubes formação para os treinadores de Grau I e II. Neste curso a Federação, através da Escola Nacional de Basquetebol, tem feito todos os esforços para que este curso seja o curso de referência. Estamos com os melhores, os formadores dispensam apresentações, temos garantias de qualidade neste curso nas mais variadas áreas que o compõe. Esperemos que aqueles que aqui estão, saiam formados e preparados para partilhar o que aprenderam e continuarem, obviamente, a absorver conhecimento ao longo da sua atividade. Esperamos que este processo tenha um impacto positivo na modalidade”, apontou.

José Ricardo Rodrigues, formador responsável pela parte defensiva do curso, destacou a evolução que o grupo teve ao longo dos meses de formação: “Este grupo é extremamente comprometido e uma agradável surpresa. No compromisso estão todos alinhados, são formandos com muitas valências em outras áreas do basquetebol. Na maioria são treinadores de formação, ligados ao minibasquete e naturalmente ‘sofreram’ um bocadinho na parte final da primeira semana quando os conteúdos abordados foram misturados com questões de natureza tática e estratégica… Mas o balanço é muito positivo. É agradável ensinar a quem quer aprender. A evolução do grupo é surpreendente na opinião de todos os formadores. De forma simplificada, nos cursos de Grau I e Grau II ‘abrimos gavetas’ introduzimos questões de natureza tática no Grau II, e quando chegamos ao Grau III associamos a tática à estratégia”, declarou.

Ricardo Vasconcelos, Selecionador Nacional de seniores femininos e o formador encarregue dos aspetos ofensivos do jogo, resumiu aquilo que é transmitido aos formandos, bem como a exigência do curso:“Há dois momentos. O momento online e a fase presencial. Se no online há tempo para adquirir o conhecimento, estudá-lo, na parte presencial é diferente. São praticamente duas semanas a começar às 8h15 da manhã e a acabar às 23h00 da noite. É uma fase difícil, de muito desgaste. Nos últimos anos, dado que a maioria dos treinadores do alto rendimento já possuem o Grau III, temos recebido formandos que vêm de escalões de formação, de realidades diferentes. Claro que a bagagem que trazem pode ajudá-los a atingir os objetivos, mas estão sempre sujeitos a muitas horas de estudo, a conversarem entre si, partilharem pontos de vista, etc… a partilha é muito importante. Resumidamente obrigamos os formandos a pensarem o jogo como um treinador, têm de escolher jogadores da Liga Betclic, todos eles de equipas distintas e proporem um modelo ofensivo que aproveite melhor as características dos jogadores que escolheram. No fundo adaptarem as problemáticas que podem surgir nesse contexto. Falamos dos conteúdos, dos conceitos mais utilizados ao mais alto nível, como devemos atacar de acordo com as estratégias defensivas e aplicá-los nas equipas que escolheram. Claro que nesta fase as coisas alteram-se… no fundo tentamos com que otimizem as ferramentas que têm à sua disposição”, explicou.

Para o Selecionador Nacional de seniores masculinos, Mário Gomes, foi um prazer partilhar com os formandos a sua experiência e os seus conhecimentos: “Foi muito agradável ter esta oportunidade. Espero que todos tenham ganhado algo com isto. Como referi, creio que o importante de salientar é mesmo o diálogo. Os treinadores devem conversar sobre basquetebol, entre si, sobretudo fora do âmbito da competição. Falar de basquetebol é importante. Ao vir falar deste tema, mais do que sistematizar o que vou observando ao mais alto nível, quero alertá-los que a utilidade que este exercício tem não é implementar essas práticas nas suas equipas, mas sim inferir aquilo que pode ser feito na nossa formação para os nossos jovens atletas alcançarem futuramente um nível elevado no que diz respeito ao jogo jogado”, concluiu.

A fase de internato termina esta sexta-feira depois de concluídas as avaliações práticas e teóricas agendadas para a parte da manhã. Os resultados e notas finais serão posteriormente conhecidos.

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13 JUL 2023

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