Hugo Maia: “Estou cá pelo orgulho e honra que sinto a representar o nosso país”

Capitão da selecção, aos 45 anos, participa no seu nono Campeonato da Europa

Atletas | Competições
17 SET 2023

Hugo Maia, figura emblemática do GDD Alcoitão, lidera o balneário da equipa das quinas, naquele que será o seu nono Campeonato da Europa. Único resistente da conquista da divisão C em 2007 – só superado em número de participações em Europeus pelo antigo jogador e capitão da selecção Pedro Gonçalves -, exemplo maior de longevidade, acompanhada de rendimento inequívoco, totalista de convocatórias desde 2007, sobram os factos ilustrativos do peso do capitão na história do BCR nacional e na selecção. Exímio na arte de contra-atacar, defensor-nato, imprime uma intensidade elevada em qualquer sector do campo e, pela capacidade agregadora dentro e fora das quatro linhas, tem no grupo reconhecimento e admiração unânimes.

Número: #15

Palmarés: Campeão da Europa C em 2007, Vice-Campeão da Europa C 2015, 8 Campeonatos Nacionais (1 pentacampeonato entre 2003 e 2008 pela APD Sintra), 8 Taças de Portugal, 8 Supertaças

Referências na modalidade: Nacionais: Pedro Bártolo, Carlos Arrais, Hugo Lourenço, João Cardoso, Pedro Gonçalves, Ricardo Vieira, Fernando Lemos. Internacionais: Patrick Anderson, Mustafa Kormaz, Harry Brown, Inês Lopes, Nils Anders. Seguramente que a esta lista se juntarão a actual equipa técnica, composta pelo Óscar e Javier pelo impacto positivo que já tiveram nesta nossa campanha.

Jogos da tua vida: 5º jogo da final do Campeonato Nacional frente à APD Leiria que culminou na vitória e conquista do 1º pentacampeonato Português; Jogo muito bem conseguido por mim, frente à Bósnia-Herzegovina, no Campeonato da Europa Divisão B 2010; Vitória necessária sobre a APD Braga que ditou o nosso (GDD Alcoitão) apuramento aos playoffs.

Europeus passados (ou provas de selecções anteriores): ECMC 2007, ECMB 2008, ECMB 2010, ECMC 2015, ECMB 2016, ECMC 2017, ECMC 2019, ECMBC 2022

1 – Quais as tuas expectativas para este campeonato da Europa?

As minhas expectativas para este Campeonato da Europa, depois da vitória em Dublin e do 2º lugar em Lisboa é conquistar o 2º Campeonato da Europa Divisão C e o respectivo acesso à Divisão B. É um objectivo que esteve muito perto de ser alcançado em Sófia, 2019 quando fomos derrotados na meia-final por uma Grécia que quase não falhou e, mesmo assim, estivemos perto de alcançar a vitória. Neste Europeu, face aos adversários já anunciados, não podemos pensar em nada mais do que ganhar todos os jogos e conquistar o Campeonato da Europa.

2 – Será o teu nono europeu. Em que aspetos achas que podes ser útil à selecção e causar impacto?

O meu nono Europeu…parece que foi ontem o primeiro, e que primeiro!… O que eu já tive de explosividade e rapidez, não que a tenha perdido completamente, mas naturalmente que não são já características tão realçadas em mim. A liderança em campo, a capacidade de ajudar a equipa a organizar-se principalmente a nível defensivo, o tiro exterior de rápida execução e a capacidade de executar qualquer papel ofensivo, julgo que sejam os principais pontos em que posso ajudar a nossa selecção neste momento.

3 – Como te descreves como jogador? Quais os teus pontos fortes?

Apesar de continuar a ser um 2,5 rápido, considero-me neste momento um jogador muito mais cerebral. A capacidade defensiva sempre foi uma das minhas mais valias, mas apesar de ser um jogador que normalmente tem bola e gera jogo ou o último lançador, sempre fui no ataque um jogador muito polivalente e tenho-me distribuído pelos vários papéis a desempenhar pela nossa selecção sempre que necessário. O meu lançamento exterior tem vindo a melhorar, fruto da insistência do meu treinador em corrigi-lo e acredito que possa ser uma arma a usar nos desafios que nos esperam.

4 – Até onde gostavas de chegar com a selecção? Tens uma meta para te retirares ou estarás a jogar enquanto conseguires?

Gostava de conseguir ajudar a nossa selecção a voltar a subir e manter-se na Divisão B. Sei que a manutenção pode ser o desafio mais complexo, mas tanto o grupo de atletas actual, como os valores em ascensão nos sub23, com esta equipa técnica podemos almejar e sonhar com o topo da Divisão B e quem sabe, a elite do BCR Europeu. Não defini nenhuma meta a alcançar na selecção, não estou cá por estar, estou cá pelo orgulho e honra que sinto a representar o nosso país na modalidade que mais amo e naturalmente pela qualidade de jogo que ainda consigo manter. Enquanto for uma peça útil aos seleccionadores nacionais e me sentir fisicamente bem para representar condignamente o nosso país, cá estarei.

5 – Em que medida a incorporação do Óscar Trigo e do Javier López, na equipa técnica, pode contribuir para a evolução da selecção?

O Óscar e o Javi deram-nos uma lufada de ar fresco relativamente a conceitos, conhecimento, organização e estruturação de trabalho, segmentação do treino e trabalho para capacitar os atletas do que têm que fazer e principalmente numa mudança de paradigma relativamente à forma como temos que jogar BCR. Temos apenas que usar todo o conhecimento e ferramentas que nos têm passado, seguir e executar cegamente o que nos pedirem.

Estou 100% certo de que com esta equipa técnica podemos elevar Portugal ao lugar que o seu talento e potencial merece.

 

 

 

 

 

 

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17 SET 2023

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