Dia do Treinador assinala-se hoje

Conversamos com o Diretor da Escola Nacional de Basquetebol, Jorge Fernandes

Treinadores
25 SET 2024

Para assinalar o Dia do Treinador, que se celebra hoje, dia 25 de setembro, desafiámos Jorge Fernandes, Diretor da Escola Nacional de Basquetebol (ENB), a falar-nos um pouco sobre o papel do treinador. O seu testemunho aborda o que é ser treinador e qual é a perspetiva portuguesa neste tópico atualmente, assim como o papel da mulher nesta profissão.

Qual a importância de celebrar este Dia do Treinador?

O treinador é, na estrutura desportiva, um dos elementos mais determinantes para o desenvolvimento desportivo. A sua atividade é de tal forma abrangente e determinante que passa por ser o elemento agregador e fundamental para a entidade alcançar os seus objetivos e o  êxito.

Pode-nos falar um pouco sobre o papel de treinador? E que competências deve ter um treinador para alcançar o sucesso no Basquetebol moderno? 

O treinador tem um papel transversal na atividade desportiva, tem de ter um conhecimento muito global de todo o fenómeno desportivo e, em específico, da sua modalidade. Afinal é um gestor com capacidades diversas em diferentes áreas, desde a  gestão da organização (dos recursos humanos aos recursos materiais), liderança ativa, saber comunicar para dentro e fora da sua entidade, saber transmitir valores éticos e, fundamentalmente, ter compromisso com a sua atividade.

Como a Escola Nacional de Basquetebol tem contribuído para a evolução de treinadores em Portugal?

A ENB  ao longo dos anos teve um papel fundamental e relevante para a formação dos treinadores em Portugal. Somos, enquanto escola, uma entidade formadora reconhecida, uma referência a nível nacional para os treinadores em geral e, em particular, no Basquetebol.

Tem exemplos?

No campo dos treinadores, organizamos e promovemos atividades no âmbito da formação de formadores, formação curricular e formação contínua. Também temos parceria ao nível da formação com o Desporto Escolar na formação de professores e com os países dos PALOPs. Temos também desenvolvido várias atividades com instituições universitárias nacionais e ainda com a FIBA.

Qual foi, este época que passou, o número de treinadores em formação?

Para ter como exemplo, este ano concluíram a formação de Grau I 230 treinadores, Grau II 90 treinadores e 20 treinadores no Grau III. Esperamos ainda receber em estágio de grau I, na presente época, 280 treinadores de grau I e 90 treinadores de grau II.

Que formações existem para os treinadores?

São realizadas diversas formações para treinadores e a própria ENB apoia diversas iniciativas neste sentido, como são exemplo o Clinic Internacional ANTB, o Clinic Internacional AB Porto, o Clinic internacional AB Madeira e o Clinic Interncional Açores. A FPB e a ENB organizam, ainda, o maior evento nacional de formação contínua de treinadores de formação, o Clinic Internacional Cidade de Cantanhede, que conta com a presença de 600 treinadores.

Sente que o aumento do uso da tecnologia e de dados tem contribuído para a evolução do papel do treinador? 

O papel das novas tecnologias é fundamental para a formação de treinadores e desenvolvimento da modalidade. Mais uma vez somos uma Federação que pretende ser inovadora e acompanhar os desafios atuais. A FPB e a ENB, desde 2022/2023, criaram uma plataforma digital de formação que permite a realização de cursos em formato B-learning, bem como ações de formação em formato E-learning. Esta plataforma, em parceria com a Gnosies, ainda em desenvolvimento, será uma ferramenta determinante no futuro formativo.

Que medidas estão a ser realizadas para apoiar o aumento de mulheres treinadoras? 

A Mulher treinadora é uma preocupação, porque consideramos ter um número  percentual muito baixo, que atualmente ronda os 12%. Necessitamos de mais treinadoras para enriquecer o Basquetebol feminino, até porque este tem vindo a crescer de forma significativa, e gostavamos que esse crescimento também se refletisse no número de treinadoras. De forma a tentar inverter esta situação, a FPB criou incentivos, como é exemplo a redução de taxas e propinas de curso. Isto é, um clube que apresente dois treinadores a um curso (de Grau II ou III), se um desses elementos for do sexo feminino, o clube paga apenas 50% da propina. A nível internacional, nas diferentes ações de formação da FIBA, temos por hábito propor sempre dois treinadores, uma mulher e um homem. Relativamente às seleções, também é preocupação da FPB contar com treinadoras nos corpos técnicos.

Como avalia a atual geração de treinadores de basquetebol em Portugal?

A atual geração de treinadores em Portugal é de grande qualidade e podemos constatar este facto com a evolução sentida nas nossas seleções. Os resultados dos últimos 10 anos ajudaram Portugal a subir no ranking em todos os escalões, iniciando nos Sub16 e terminando nos Séniores. Estes confrontos internacionais permitem aos nossos treinadores, assim como aos jogadores/as,  consigam, a médio prazo, evoluir para patamares de excelência. Nas nossas principais competições de clubes, as Ligas Betclic, a qualidade do jogo subiu de forma exponencial nos últimos anos. A participação dos nossos clubes nas competições europeias confirma esta evolução, fruto da qualidade das nossas equipas técnicas – que atestam os excelentes resultados a nível internacional.

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Treinadores
25 SET 2024

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