Defesas pressionantes nos escalões de formação

Com a entrada em vigor da nova legislação regional de apoio ao desporto de competição, nomeadamente com as exigências colocadas no âmbito da participação de atletas formados na região e também pelos elevados níveis competitivos que atingiram alguns dos clubes de basquetebol terceirense, a qualidade e os objectivos da formação de basquetebolistas tem necessariamente que ser objecto de permanente reflexão e avaliação, pois caso tal não aconteça, corremos o risco de nunca atingir os patamares de qualidade que o actual cenário desportivo exige e consequentemente sermos incapazes de manter o “nosso” basquetebol nos níveis de competição em que se encontra actualmente.

Associações
15 FEV 2006

Neste sentido, tentando romper alguns dogmas que vão perturbando a concepção treino de jovens basquetebolistas, gostaria de pôr à consideração dos treinadores a utilização sistemática, nos escalões de Cadetes e Juniores, de defesas zona press em campo inteiro, dada a elevada componente pedagógica que este sistema defensivo encerra. Por outro lado, esta proposta resulta da verificação que a sua utilização não é prática corrente nas nossas equipas. Vejamos algumas vantagens da aplicação de defesas zona press:  É motivante para os jogadores, pela natureza do risco que envolve;  Ajuda a construir uma “consciência defensiva”, colocando a defesa e o ataque em plano de igualdade quanto à predisposição dos jogadores;  Estimula a auto-confiança;  Introduz uma dinâmica que apela à agressividade em todas as fases do jogo (defesa agressiva por natureza, estimula o contra ataque, associa de forma permanente o ataque à tarefa seguinte);  Possibilita o reconhecimento dos princípios gerais dadefesa zona, sem diminuição da agressividade defensiva que por vezes, erradamente, está associada a este tipo de defesa;  Estimula a aprendizagem do domínio do espaço de jogo e dos tempos de acção;  Estimula a capacidade de julgamento; Mantém intacta a aplicação dos fundamentos da defesa h x h;  Treina capacidades físicas fundamentais no basquetebol, como a velocidade de reacção. Podíamos referir muitas outras vantagens, porém propõe- se que os treinadores estudem e aprofundem os seus conhecimentos sobre este tipo de defesas, pois existem muitos modelos e conceitos de aplicação. Por outro lado, quando introduz um novo conteúdo de treino/aprendizagem, o treinador deve dominar, de forma tão esclarecida quanto possível, todos os detalhes do mesmo. As zonas pressionantes podem assumir diferentes estruturas iniciais, nomeadamente 1:3:1, 2:1:2, 1:2:2, 2:2:1 ou 1:2:1:1, todas elas com variantes estratégicas. Porém, julga-se que numa fase inicial de aprendizagem, a estrutura 2:2:1 simples é a mais adequada, pois permite uma ocupação equilibrada do espaço e atribui a todos tarefas de grau de exigência semelhante. Em suma, este tipo de defesa coloca em campo um conjunto de elementos técnicos, tácticos e estratégicos que pelas circunstâncias em que são explorados, facilitam a sua aprendizagem e compreensão. Por outro lado criam as condições de agressividade e dinâmica que normalmente não se encontram no nosso basquetebol jovem. Para terminar deixamos à consideração dos treinadores a resposta para a seguinte questão: – Numa zona press 2:2:1,quais as características que deve ter o jogador da linha da frente – lado esquerdo (lado para onde na maioria dos casos a bola é reposta em jogo):  Será o jogador mais alto, para dificultar o passe?  Será o jogador mais altoe menos móvel, para facilitar a sua recuperação na transição do ataque para a defesa?  Será o melhor defensor, para impedir as penetrações para o meio em drible?  Será o melhor atleta da equipa?  Será o jogador com melhor capacidade de análise/ julgamento?  Será uma boa posição para esconder um jogador defensivamente menos apto? Este é um conjunto de perguntas que devemos fazer para cada uma das posições no campo, quando pretendemos aplicar uma zona pressionante.

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15 FEV 2006

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