Revelação do ano

Do curso para árbitros e oficiais de mesa, que terminou há cerca de uma semana, saíu a nossa figura da semana.

Associações
9 MAI 2006

Aos 15 anos, ‘Chico’ é a grande promessa da arbitragem terceirense e tem feito por merecer os elogios de colegas e responsáveis da ABIT.

Por vezes parece ‘fora de jogo’, tal é a calma e serenidade com que pauta o seu desempenho. Concentrado, atento aos pormenores, conhecedor das regras de jogo e eficaz na sinalização, Francisco Pacheco parece um veterano da arbitragem… Quem o vê a actuar não imagina que tem apenas 15 anos e acabou o curso de formação há pouco mais de uma semana. “Sou árbitro porque gosto. Acho que foi mesmo por gosto e se não fosse assim acho que não valia a pena, até porque temos de fazer alguns sacrifícios e é preciso muito tempo livre. Por vezes deixamos até o estudo um pouco para mais tarde e temos os fins-de-semana muito cheios, mas vale a pena”, revela a nossa figura da semana. Começou a tirar o curso incentivado por um amigo, em Abril do ano passado; passou por várias acções de formação com alguns árbitros da Liga de Clubes; fez mais de sessenta jogos (!!!) no último ano, até ao último teste, feito na presença de Cardão Machado, ‘homem-forte’ da arbitragem nacional. O balanço final é positivo… “Para mim foi bom. Correu-me bem. Em quarenta perguntas no teste teórico tive cinco erradas e na técnica de arbitragem fiquei ‘apto’. Nervoso? Não, nem por isso. Agora sim, posso dizerque sou árbitro”, desabafa o mais novo ‘árbitro jovem’ do Conselho de Arbitragem da ABIT. A partir daqui, “tudo tem a ver com o número de jogos que fazemos. À medida que vamos apitando vamos evoluindo e eu acho que a minha evolução também passa por aí… O que é preciso é praticar. À medida que os jogos passam, sinto que estou a evoluír e vou sentindo-me melhor”, refere Francisco Pacheco. APRENDER MAIS As dúvidas em relação às regras já desapareceram e as dificuldades na sinalização também são parte do passado. Hoje estamos na presença de um árbitro seguro. “Nos jogos sinto-me normal, tranquilo, sem muito nervosismo. O jogo vai correndo e à medida que as coisas se passam vamonos adaptando”. Quanto a dificuldades, “não tenho nada de especial. Talvez um pouco de nervosismo antes do jogo”. E durante o jogo? O que lhe dificulta a vida? “Às vezes os jogadores… (risos)… São eles que às vezes nos dificultam a vida. De vez em quanto refilam e tentam fazer alguma pressão, mas não têm sorte”. No último ano, Francisco foi o árbitro que mais jogos fez na Terceira. “Estou sempre disponível”, refere, “e sintome bem com isso e sempre pronto para responder”. Já passou por todos os escalões e já enfrentou situações de alguma responsabilidade, das quais destaca o Encontro Regional de Iniciados (Santa Maria) e o jogo entre o TAC e o Operário, da Série Açoresfeminina. Testes que passou apesar de um ou outro precalço. “Às vezes acontecem situações de jogo que não estamos à espera e ficamos um pouco hesitantes, mas nunca tive situações mais chatas”. Em relação às coisas boas, “lembro-me bem de um jogo de Juniores B entre os Vitorinos e o Lusitânia que me deu gozo apitar e que me correu muito bem… Talveztenha sido o meu melhor jogo… Tudo correu bem, também porque os jogadores contribuíram para que isso acontecesse”, revela a nossa figura da semana, que deixa ainda um agradecimento aos veteranos… “Os mais velhos ajudam e têm sido porreiros comigo. Para tudo o que preciso, eles estão sempre lᅔ. Actualmente no 10º ano (“com tudo a correr normalmente”), ainda não tem grandes projectos para o futuro. Passa algum tempo em casa, no computador, a ouvir música ou em frente à televisão; o restante nos pavilhões, a apitar. Aliás, é neste sector que as coisas parecem para já mais definidas. “Para o ano quero fazer mais jogos para tentar aprender mais. Quanto a outros objectivos, ainda não pensei nisso, mas gostava de estar em competições importantes, talvez nos Regionais. Depois? Não sei. Ainda sou novo e tenho muito tempo para progredir… Um dia ainda gostava de ser árbitro da Liga… Não é difícil. Basta um pouco de aplicação e acho que dá para conseguir. É preciso estudar e é preciso conhecer muito o basket, mas estou convicto e com vontade de chegar lá”. A outra face “Aí os resultados são menos bons”, desabafa Francisco Pacheco quando lhe pergunta-mos sobre a sua outra faceta ligada ao basquetebol. A nossa figura da semana joga nos Cadetes do AngraBasket e aí as dificuldades são maiores… “Não tivemos uma época muito boa, mas não foi má de todo, até porque este ano já conseguimos ir ao Regional. “Aí as coisas não correram bem. Conseguimos chegar à 2ª fase, mas perdemos os dois jogos, por isso já acabou a época para nós”. Apesar disso, “sinto que a equipa continua a progredir. Para o ano temos todos os escalões e acho que vamos ter boas equipas. Talvez seja o ano do AngraBasket e acho que é possível começar a ganhar campeonatos”, refere Francisco, que é daopinioão que estas são duas actividades que se completam… “Também quero continuar a jogar basquetebol e acho que é importante para um árbitro ser também jogador. Ficamos a conhecer os dois lados e sabemos quais as manhas dos jogadores, nas movimentações da defesa e do ataque. O contrário também acontece, porque um jogador que é árbitro fica a conhecer melhor as regras”.

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9 MAI 2006

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