“Super-mamã”

Aos 23 anos, Tânia Rocha está de regresso à boa forma e tem sido determinante para a boa carreira do TAC na Série Açores.

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8 MAR 2006

Um retrato que pode servir de exemplo a quem acha que há coisas inconciliáveis com o Desporto.

Começou aos nove anos, passou por todos os escalões do Clube Juvenil Boa Viagem, integrou selecções de ilha e regionais, até parar por completo durante quatro ou cinco épocas. Apesar de ter preferido a “carreira de mam㔠à carreira no basquetebol (numa altura importante da formação), a nossa figura da semana demonstra hoje, mais do que nunca, maturidade e qualidade, que a tornam um destaque na equipa senior do TAC, que tem causado sensaçãono Campeonato Nacional da II Divisão – Série Açores. “Estou a sentir que a época me está a correr bem e que desde que recomecei esta é a minha melhor fase. Algo que acontece também porque tenho jogado mais tempo, o que ajuda a atingir um melhor nível… Acho que tenho alguma influência, mas não podemos esquecer que no campo estão cinco e no banco mais umas quantas que também ajudam a equipa. Partindo daí, há dias bons e dias maus, e o que é preciso é aproveitar os bons para poder ajudar a equipa… Se bem que acho que não sou assim tão fundamental para saír como ‘figura da semana’… (risos)”, refere a atleta do TAC. Uma performance que tem contribuído para a boa carreira da equipa, que este ano tem dominado a Série Açores. Para Tânia Rocha “este ano a equipa reforçouse bem, com atletas locais e do continente e o clube tem maiores aspirações, que passam pela vitória na Série Açores. O nível médio da competição está dentro do que esperávamos… A nossa é que está mais forte em relação aos últimos anos e isso é que tem desequilibrado as coisas”. Apesar de tudo os ânimos continuam controlados em relação a uma possível subida de divisão… “Nós estamos com os pés bem assentes na terra e é preciso dar um passo de cada vez. Primeiro garantir a passagem à 2ª fase, depois atacar o próximo objectivo, que será a subida de divisão. Para já temos mostrado que temos uma equipa forte, mas lá fora as coisas vão ser mais difíceis, porque vamos encontrar equipas com mais jogos nas pernas, mais capacidade física e algumas jogadoras que treinam durante a semana em planteis da Liga…”. “UMA OPÇÃO” Depois de estar parada devido ao nascimento da filha, Tânia Rocha voltou há dois anos à competição. Passou uma época no TAC, voltando depois ao Boa Viagem para contribuir para a subida à Liga Feminina da equipa orientada por Nuno Barroso na época passada. Este ano ponderou a permanência, mas resolveumudar. “Tive de tomar uma decisão… Havia vontade do Boa Viagem em ficar comigo, mas era difícil para mim fazer uma época inteira com deslocações ao continente. Eu tenho uma menina e na época passada senti na pele as exigências, que passam por treinar todos os dias, pelas viagens, etc… Este ano tinha de decidir e optei pelo TAC… Adorei estar no Boa Viagem e vou guardar para sempre as recordações do ano passado (que acaboucom a subida à Liga), mas agora estou satisfeita por ter optado pelo TAC”, confessa a atleta, que no entanto não afasta a possibilidade de um dia voltar. “Os meus objectivos no basquetebol hoje, são diferentes dos da minha irmã Ana (13 anos) ou dos que eu própria tinha há uns anos atrás. Eu gosto muito de basket, gosto de jogar e quero continuar a jogar, mas agora,mais do que nunca, jogo mais por gosto do que por outro motivo qualquer… É claro que levo as coisas a sério, treino e corro como todas as outras, mas vejo as coisas de maneira diferente… Quanto mais jogamos mais longe queremos chegar, por isso é óbvio que gostava de jogar ao mais alto nível. Mas tenho de pensar em termos prácticos e sei que se estivesse este ano no Boa Viagem ia jogar menos do que joguei na época passada… Mas quem sabe se um dia não volto?”Conciliar as coisasO que parece faltar a Tânia Rocha é tempo. Uma filha de 5 anos dá trabalho, que é preciso conciliar com treinos e jogos. Para tal vai contando com o apoio da família. “Tenho todo o apoio e a ajuda dos meus pais e não me posso queixar de nada. Quem se queixa é a minha mãe, por ter tanta coisa para lavar dos treinos. De resto acho que se consegue conciliar bem as coisas… É óbvio que não é a mesma coisa do que chegar a casa sem mais nada para pensar, mas a minha mãe ajuda muito e a mim resta-me aproveitar o tempo que estou em casa para apoiar no que é preciso e desfrutar da companhia da minha filha”, refere a atleta, que revela ainda que “ela já vai ver uns jogos e diz que quer ‘jogar basket como a mam㒠(risos)…”.Ajuda de uma família ligada ao basquetebol por mais de um elemento. Um pai árbitro e uma irm㠓craque”, que levam a nossa figura da semana a dizer, “acho que temos uma certa queda para o basquetebol, mas não é uma tradição familiar. Comecei a jogar porque as minhas amigas também jogavam e acho que temos algum jeito e decidimos aproveitar, só isso.”

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8 MAR 2006

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