5 dias para Matosinhos | Ana Ramos: “Mágico foi mesmo a palavra que descreveu o Europeu”
A portuense liderou a equipa até às finais do Europeu de Sub16 Femininos em Matosinhos
Seleções
29 JUL 2024
Foi em 2015 que as Sub16 Femininas fizeram história. Até hoje, é talvez o resultado mais importante para as seleções de formação de Portugal: o 2.º posto no Europeu da categoria, Divisão A, numa campanha inesquecível e onde a turma lusitana deixou “por terra” equipas tradicionalmente muito fortes, como Espanha ou França. Da equipa fazia parte a base Ana Ramos, que se sagrou MVP do torneio e figurou no Cinco Ideal, com médias de quase 10 pontos por jogo, 5 ressaltos e 5 assistências.
À FPB, a agora base do Clube Desportivo da Póvoa, que saiu do Porto para estudar e jogar cinco anos nos Estados Unidos da América (Universidade de San Diego), entre as temporadas 2016/17 e 2019/20, reflete sobre a conquista de há nove anos, a nível individual e coletivo, e aponta qual o caminho a trilhar para os jovens talentos do basquetebol português. Com a eventual promessa de estar presente nos pavilhões de Matosinhos, entre os dias 3 e 11 de agosto.
O Campeonato da Europa Sub18 Feminino vai ser disputado em Matosinhos, onde foste feliz ao garantir o 2.º lugar em 2015 enquanto Sub16. Quão mágico foi e é o evento numa região como Matosinhos?
Mágico foi mesmo a palavra que descreveu o Europeu! Íamos sem expectativas só com o grande objetivo de manter a Divisão A , e acabou por ser o melhor Europeu de sempre. Sendo aqui a Norte foi ainda mais incrível porque a minha família toda teve a oportunidade de me ir ver e festejar comigo.
É que ainda por cima és do Porto! É uma mais-valia para o basquetebol do Porto ter esta competição todos os anos?
Claro, para o basquetebol português e para o basquetebol do Porto. As gerações mais novas tem oportunidade de ir assistir aos jogos e ver atletas que admiram e que tem como referência no mundo do basquete, ou até que possam vir a admirar.
Além do 2.º lugar, também foste MVP dessa edição, qual foi a sensação?
Até ao dia de hoje não consigo por em palavras o que senti quando ouvi o meu nome a ser chamado! Não estava de todo à espera e foi apenas maravilhoso. Foi um prémio individual mas só foi possível pelo excelente desempenho de toda a equipa.
Na altura, foi o melhor lugar de sempre para Portugal em europeus, e ainda é. Sentes orgulho nessa conquista?
Muito! Espero que o basquete continue a evoluir de modo a que mais conquistas como a nossa aconteçam! E que esse europeu motive todos os que vestem a camisola de Portugal a acreditar que é possível. E esse foi o nosso lema durante toda a competição.
Ainda manténs amizades desse grupo de 2015? Ou foi uma equipa vencedora que não se manteve “unida” após o evento?
Posso dizer que as minhas melhores amizades vêm desse Europeu. Continuo a falar com todas minhas colegas e mesmo toda a equipa técnica.
E quão importante achas que são estas competições para se ter destaque internacional?
A seleção será sempre o ponto mais alto da época. Onde ganhas muita visibilidade para outros campeonatos ou até para ganhar bolsas de estudo, como foi o meu caso.
Na tua carreira sénior estiveste no Sportiva, depois no Galitos e na última temporada voltaste para ajudar o Clube Desportiva da Póvoa. Para o ano, já tens clube? Vais manter-te pelo Porto? Ou ainda é segredo?
Ficarei no meu clube da terra. Agora gostava de me focar em ajudar a Póvoa a subir para a liga. Sei que é um longo percurso mas vamos lutar por isso.
A título de curiosidade, vais estar presente em alguns dias da prova a apoiar a Seleção Sub18 F?
Se o horário de trabalho permitir, lá estarei com muito gosto!
Tens algumas palavras de incentivo para as atletas portuguesas que vão participar no Torneio?
Lutem muito, compitam ao mais alto nível e acima de tudo divirtam-se. Passa tudo muito rápido, mas as boas memórias perdurarão.
E para uma jovem atleta que se esteja agora a iniciar no mundo do basquetebol e que sonhe um dia vir a jogar num palco europeu? Qual o truque/segredo?
Acho sinceramente que não há nenhuma fórmula mágica. Muita dedicação, disciplina e muito treino. O que eu noto nestas novas gerações é que não conseguem definir objetivos e estarem dispostos a abdicarem de certas coisas. Portanto o meu melhor conselho é definir metas e trabalhar para elas!
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