“A Ovarense é, sem dúvida, um dos clubes mais especiais do país”
Henrique Sobreira, presidente da Ovarense Basquetebol, em entrevista no dia do centenário do emblema vareiro
Atletas
19 DEZ 2021
A Associação Desportiva Ovarense vive, este domingo, um dia muito especial ao comemorar o seu centenário.
Para assinalar a efeméride, entrevistámos Henrique Sobreira, presidente do basquetebol do emblema vareiro.
Henrique Sobreira não esconde a sua paixão pela entidade a que preside: “A Ovarense é, sem dúvida, um dos clubes mais especiais do país. Isto porque – e centrando-nos no basquetebol – só um clube especial de uma terra bem mais pequena do que outras conseguiria, uma vez atingida a primeira divisão, manter-se sempre nesse escalão (sendo o único a consegui-lo) e, nesse percurso, obter, entre outros títulos, cinco campeonatos nacionais. É também especial porque mesmo os adeptos do desporto menos próximos do basquetebol identificam a Ovarense como um dos históricos da modalidade. Descreveria estes 100 anos através da garra, ambição, crer e amor à camisola de todos os vareiros que, de uma forma ou de outra, contribuíram para o engrandecer do nome da Ovarense”, afirma.
O líder do basquetebol da Ovarense fala sobre a coletividade tem lidado com a pandemia: “O nosso clube luta com as dificuldades com que a maioria dos clubes hoje em dia se depara: se o contexto sócio-económico pré-pandemia já não era favorável, a pandemia veio agudizar a situação, cravando ainda mais o fosso para os clubes ditos “grandes”. Por isso, o principal desafio – a que não viramos a cara, pelo contrário – é com menos fazermos mais. Apesar de alguma quebra no número de atletas em virtude da pandemia, os nossos números andam em torno dos 200, estando nós presentes em todos os escalões, a nível masculino e feminino. Ovar sempre foi e continuará a ser uma terra que respira basquetebol, por isso pretendemos fazer crescer estes números no âmbito da mobilização que a nova direção definiu como um dos seus pilares. Adaptando-nos às constantes alterações que a pandemia tem provocado, sempre com o foco em respeitar na íntegra as orientações oficiais vigentes para garantirmos a segurança de todos. Daí termos, por exemplo, decidido cancelar as já habituais atividades e celebrações de Natal, bem como as comemorações do centenário que gostaríamos (ainda que não deixemos passar um e outro sem um número restrito de ações que temos vindo a partilhar nas redes sociais do clube)”, deixa a nota.
Na ótica de Henrique Sobreira, são vários os desafios que se colocam à Ovarense: “Um clube como o nosso é feito de desafios. Desde logo o que acabei de referir: mobilização da cidade em torno do clube; depois, a captação de apoios no ambiente sócio-económico difícil que referi anteriormente, para que possamos assegurar a sustentabilidade da instituição; de igual forma, sermos competitivos, pois sabemos que é isso que atrai visibilidade e aproxima os nossos adeptos e simpatizantes; por último, mas não menos importante, honrar a história do clube ao nível da formação, de reconhecida excelência desde há longa data. Quanto às nossas equipas seniores: nos sub23 masculinos pretendemos fazer evoluir os nossos jovens vindos da formação para que possam estar mais próximos de integrar a equipa principal; nos seniores femininos, o objetivo é aproximarmo-nos da subida, seja neste ano ou no próximo; e, finalmente, na equipa principal masculina, o objetivo realista passa por vencermos sempre o próximo jogo para estarmos nas decisões, sabendo que não lutamos com as mesmas armas que muitos outros”, refere.
O homem que comanda os destinos do basquetebol vareiro destaca a exigência inerente à Ovarense: “A exigência no nosso clube é enorme, independentemente da entidade ser centenária. Eu e a restante direção temos a honra e o privilégio de termos sido eleitos numa altura em que se celebra a efeméride, mas sinceramente não é isso que nos move, mas sim a paixão e o amor à camisola de quem vive o clube intensamente há já largos anos”, finaliza.