Alberto Babo: «Vim para discutir o título»

A equipa do Petro de Luanda, agora treinada pelo nosso bem conhecido Alberto Babo, veio estagiar ao nosso país, aproveitando a oportunidade para efectuar uma série de jogos-treino frente a equipas da Liga e formações espanholas.

Competições | Treinadores
13 OUT 2009

Após um curto período “sabático”, Babo aceitou o desafio proposto pelo director técnico da equipa angolana, Benjamin Romano, de regressar à competição, com a dupla responsabilidade de conduzir o plantel sénior à reconquista do título e ter a seu cargo a coordenação da formação do clube.

A equipa do Petro de Luanda vai estar em estágio até ao próximo dia 29 de Outubro, em Melgaço, tendo já agendado uma série de jogos de preparação. “Confirmados já tenho os jogos frente ao V. Guimarães, Illiabum, Sampaense e estou a tentar a Académica. Vamos aproveitar o local do nosso estágio para dar um salto até Espanha e defrontar o Vigo. Seria bom se conseguisse mais jogos no país vizinho”, confirma Alberto Babo. O antigo treinador do FC Porto, que já se encontra em Angola há algum tempo, conta-nos que o acordo foi conseguido com a ajuda de um intermediário e prevê a duração de duas temporadas, com mais uma de opção. “Quando estive em Angola no Verão passado, fui abordado por várias pessoas sobre a possibilidade de voltara orientar uma equipa. Regressei e recorri a um intermediário para gerir todo o processo. Tudo ficou acordado e mais tarde o director técnico do clube, Benjamin Romano, viajou até Portugal.” Nessa conversa ficou logo explícito quais seriam as novas funções do técnico português no seu novo clube. “O projecto é de 2 épocas, com mais uma de opção, por definição do clube, e assenta em duas vertentes fundamentais: a competição profissional e a formação.” O clube, que há duas épocas não vence o campeonato africano, escolheu Alberto Babo, para criar as condições necessárias para voltar a ter êxito. “Estamos ainda a recuperar das perdas do início de temporada. O acordo do Carlos Martins com o Libolo e o desvio, após o Afrobasket, do Filipe Abraão para o 1º de Agosto, foram rudes golpes na formação do plantel. Temos uma mescla de juventude e veterania na equipa, mas com poucos jogos nas pernas. Vamos competir com um grupo de trabalho a que falta tarimba internacional, mas ultrapassar esse handicap será uma das minhas responsabilidades como técnico da equipa”, explica o treinador português. Um maior equilíbrio no campeonato africano parece ser a realidade para esta nova temporada. “Este ano o campeonato está mais competitivo, com mais equipas a poderem discutir o título. Para além do crónico candidato, 1º de Agosto, que detém a base da Selecção Nacional angolana (8 jogadores), temos o Libolo, que apostou forte, com as contratações de Olímpio Cipriano, Carlos Morais e Milton Barros, sem esquecer o Inter, treinado pelo João Oliveira, que também investiu nesse sentido.” O primeiro embate frente ao actual campeão não foi favorável a Alberto Babo. “Perdemos a final do Provincial (96-102), precisamente em casa do adversário, perante 4000 pessoas, num ambiente terrível, mas felizmente num jogo em que o público adorou o espectáculo e a imprensa escreveu que nenhuma das equipas merecia a derrota. Acabaram por ser mais fortes na fase final do encontro, pelo traquejo internacional que possuem. O trabalho que irei ter com os jogadores passará por dotá-los de uma cultura táctica que lhes permita jogar de maneira diferente nestas circunstâncias especiais.” Nesta nova aventura da sua carreira, Babo mantém-se fiel à sua forma de estar na competição desportiva. “Vim para discutir o título. É uma exigência que temos de colocar a nós próprios, já que sempre me assumi como um vencedor. Trabalho sempre com o pressuposto de tentar vencer o campeonato, mesmo sabendo que irei ter dois fortes candidatos que investiram muito para conseguir esse objectivo.” O técnico português prefere apresentar outras armas para conseguir essa meta. “A nós resta-nos trabalhar com os jovens que temos, com grande potencial, como é o caso de um miúdo de 2.06m, fruto da prospecção do clube, que poderá vir a ser a surpresa do campeonato. Temos outros jovens com formação basquetebolística americana, mas que terão de aprender a jogar o campeonato angolano, a ter a intensidade e a disponibilidade no trabalho, muito próprias da cultura angolana e, fundamentalmente, a perceberem como é ser treinado por um técnico europeu.”

Competições | Treinadores
13 OUT 2009

Mais Notícias