APD Braga e BC Gaia discutem Supertaça em Famalicão

Jogo com transmissão na FPBtv, a partir das 14h15

Competições
4 OUT 2023

A Supertaça inaugura oficialmente a época e coloca frente a frente APD Braga, finalista vencida da Taça de Portugal, e o BCG/Hosp. Sta. Maria – Porto, bicampeão nacional. O encontro disputa-se no Pavilhão Municipal de Vila Nova de Famalicão, às 14h15, e tem transmissão na FPBtv.

Repetem-se as circunstâncias da temporada transacta, altura em que na Supertaça, jogada em Guifões, os minhotos suplantaram a formação gaiense por 73-62, num duelo extremamente emotivo.

Desta feita, reúnem-se ingredientes para novo espectáculo de alto nível, não obstante as saídas de parte a parte (Ronaldo Souza no BC Gaia, Márcio Dias e Eduardo Gomes na APD Braga), factor incontornável na análise do internacional A da APD Braga, José Miguel Gonçalves. “É inegável que as saídas de duas lendas do nosso campeonato (Márcio Dias e Eduardo Gomes) têm impacto directo na equipa e na forma como jogamos, pelo que estamos a passar por um processo de adaptação a um trabalho mais colectivo e menos centrado na qualidade individual dos nossos jogadores. Contudo, não é menos verdade que, como equipa, continuamos a fazer da ambição de ganhar uma das nossas principais bandeiras, reconhecendo, porém, o favoritismo do adversário, que nos levou de vencida nas finais da Taça de Portugal e do Campeonato Nacional”, asseverou.

Recém-chegado do Campeonato da Europa C, no qual Portugal alcançou a final e subida de divisão, o estratega da turma bracarense denota, no seu discurso, respeito pela qualidade do rival. “Apesar das mudanças, creio que o ADN do BC Gaia permanece inalterado, uma equipa rápida e intensa, capaz de sufocar defensivamente qualquer adversário, com uma capacidade enorme de abrir espaços no momento ofensivo graças ao tiro exterior do Pedro Bártolo, complementado por uma presença forte nas tabelas que lhes permite ganhar muitos ressaltos”, descreveu, garantindo a ambição nas suas hostes. “É um adversário difícil, mas não imbatível, pelo que se nos concentrarmos no nosso plano de jogo, podemos causar muitas dificuldades aos bicampeões nacionais”.

Na mesma linha do seu pupilo, Ricardo Vieira, técnico da APD Braga, reconhece valia ao BCG/Hosp. Sta. Maria – Porto. “É uma equipa fortíssima, que trabalha com fundamentos, que sabe como atacar e como defender, tem os processos bem assimilados e é provavelmente a equipa melhor e que mais trabalha em Portugal. Compete-nos a nós contrariar o favoritismo e jogar o melhor que sabemos, pois necessitamos de uma tarde inspirada para anular os pontos mais fortes do BC Gaia”, apontou. O treinador, que integrou igualmente a equipa técnica da selecção nacional no Europeu C, adverte para as dificuldades de preparação para o primeiro ponto alto da temporada precisamente devido aos compromissos da equipa das quinas, mas espera, ainda assim, um jogo à imagem dos confrontos anteriores entre ambos. “Será interessante ver uma APD Braga sem atletas que fizeram história connosco. Jogos com Gaia são sempre sinónimo de bons jogos e com algum equilíbrio, pelo menos, esperemos que assim seja, depois da saída de atletas importantes e do pouquíssimo tempo que tivemos para preparar este jogo: apenas três treinos para delinear o que pode ser delineado é francamente pouco”.

No colectivo bicampeão nacional, Pedro Bártolo, uma das referências gaienses, corrobora a opinião do técnico da APD Braga e vaticina uma boa promoção para a modalidade. “A preparação para este jogo foi totalmente atípica, devido à realização do Europeu. Mas acho que iremos assistir a um jogo equilibrado e interessante, onde outros jogadores menos experientes podem assumir o protagonismo”, projectou, aludindo às ausências já narradas. Para o base, nunca foi tão imprevisível o desfecho de uma final. “Face às saídas nas duas equipas, as dificuldades e escassez de treino e a provável falta de entrosamento, é muito difícil atribuir o favoritismo a alguém. Acima de tudo, creio que a balança irá pender para quem revelar maior fidelidade aos processos colectivos e estabilidade emocional. Forçosamente, haverá gente em ambos os lados do campo com posses de bola decisivas nas mãos e que não está habituada a isso. Da ótica do espectador, será muito aliciante esta partida”, sumarizou.

Por seu turno, Rui França, técnico do BCG/Hosp. Sta. Maria – Porto manifesta entusiasmo pela chegada da hora do jogo, relativizando as mudanças no seu plantel. “As saídas fazem parte da vida das equipas! Todos os anos acontecem e temos de estar preparados para isso. O impacto no jogo é nulo, porque estaremos prontos para competir e disputar a Supertaça com os que temos”, rematou. O timoneiro dos gaienses transfere o mesmo raciocínio na avaliação do potencial da APD Braga. “É uma grande rival, muito bem orientada e uma equipa poderosa. Apesar de algumas saídas, continua com vários internacionais e jovens de muita valia”.

Levantando o véu para toda a época, a caminho do seu quarto ano no BCG/Hosp. Sta. Maria – Porto, Rui França vinca o desejo de crescimento global. “Esperamos competir e sermos capazes de manter o nível apresentado nas épocas anteriores. Vai ser uma época novamente de reconstrução e de novos desafios, mas faremos de tudo para continuar a evoluir e elevar o nível do BCR em Portugal”.

O embate da Supertaça representa a nona vez que gaienses e bracarenses se enfrentam por um título. As contas encontram-se empatadas a quatro. Em 2020/2021, sorriram os minhotos no Campeonato Nacional e na Taça de Portugal. Na época 2021/2022, os comandados de Pedro Bártolo conquistariam o primeiro troféu, a Supertaça, bem como o Campeonato Nacional, ao passo que Ricardo Vieira e companhia reclamariam a vitória na Taça de Portugal, a sétima consecutiva. Na última temporada, a APD Braga entrou a vencer, erguendo a Supertaça, enquanto o BCG/Hosp. Sta. Maria – Porto conseguiu a “dobradinha”, com os triunfos no Campeonato Nacional e Taça de Portugal.

Nota: fotografia da autoria de Miguel Fonseca – @mfportefolio

 

 

 

 

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