Apoios diminuídos

AngraBasket e Boa Viagem não estão contentes com a nova fórmula de apoio dada pela DREFD.

Associações | Competições
7 OUT 2005

A Direcção Regional faz cumprir as suas regras, extingue a Série Açores de basquetebol e deixa os clubes com menos dinheiro.

A história parece complicada…Mas explica-se em poucos passos. Tem a vercom o apoio que o Governo Regional dá aos clubes, através da DREFD, quantificado num Decreto, aprovado há poucos meses. Este novo documentoveio definir quais as regras que os clubes têm de cumprir, para receber os apoios, e dá-lhes a oportunidade (aos clubes) de receberem apoios complementares se cumprirem outras regras, de que é exemplo a presençade jogadores formados no próprio clube. Algo que é um incentivo à formação de novos atletas. De acordo com este documento e com o regulamentode provas da Federação Portuguesa de Basquetebol (FPB), pelo qual se rege a Associação de Basquetebol da Ilha Terceira (ABIT), os escalões nacionais no basquetebol federativo são três: Proliga, CNB1 e CNB2(Série Açores), nos masculinos; Liga Feminina, I Divisão e II Divisão (Série Açores), nos femininos. Aos clubes que se encontravam nestes niveiscompetitivos, a DREFD dava uma majoração (aumento) de 100% nos subsídios dados, aos que cumprissem regras como a que referimos há pouco, para incentivar a formação. Verba bem aceite pelos clubes, queaumentavam assim as suas receitas. Em Setembro de 2005, o Governo aprova um novo regulamento que muda as “regras do jogo”. Algumas dasAssociações Regionais não reclamam, mas os clubes da ABIT estão no lote dos queixosos, porque vêm alterados os montantes que contavam receber. Tudo porque o novo documento apresenta novas regras relativamente aos tais “níveis competitivos”. Desta forma a DREFD extingue um dos níveis competitivos no basquetebol (passando a dois), ao mesmo tempo queexige que existam três para a majoração a 100%, passando os clubes a receberem apenas 60% do aumento. Para justificar legalmente a sua posição a DREFD faz uso do novo regulamento, que exige (para que haja um “nívelcompetitivo”), que a Série Açores tenha “no mínimo seis equipas”, uma “regularidade anual de deslocações” e um Campeonato Regional emque o quadro competitivo seja “aprovado pela DREFD”. Como o basket não cumpre estes requisitos, os apoios são menores. Apesar dos regulamentos federativos continuarem a referir que no basquetebol existem três níveis competitivos. As equipas que estavam na Série Açores, que é extinta e deixa de ser considerada um “nível competitivo”, vão disputar uma outra prova (que ainda não tem nome), porque são apenas quatro e não seis…Mas continuam com o direito de disputar a fase final da II Divisão Nacional (nos femininos) e a fase final do CNB2 (nos masculinos). As que já estão nos escalões mais altos (Boa Viagem e AngraBasket, por exemplo), vêem cortada a “mesada” e queixam-se. CLUBES PREJUDICADOSUm dos prejudicados pelas novas regras é o AngraBasket/Picaporte. Rui Fagundes, dirigente do clube, espera que “esta não seja uma solução definitiva e que a DREFD reconsidere, porque no ano passado tivemos uma Série Açores com quatro equipas, que contava como último nível competitivo nacional, e este ano obrigam a haver seis equipas… A Federação diz-nos que existem três niveis competitivos, por isso não consigo perceber como é que a DREFD não consegue aceitar isso. Os quadros federativos devem ser respeitados e a DREFD deve seguir estes regulamentos”. O responsável pelo Angra adianta também que “a F.P.B. mandou um fax para a Direcção Regional a esclarecer toda a situação e a reforçar a ideia de que a Série Açores deveria ser considerada como o terceiro e último nível competitivo”, por isso não percebe “como pode passar por cima de tudo isso”. As queixas vêm em seguida, Rui Fagundes refere que, “são menos 40% de apoios complementares e isto para nós é muito dinheiro. O clube sai prejudicado de toda esta situação.Se querem acabar com o basket digam… Há qualquer coisa que não bate certo e que nós não conseguimos entender”. Para o Boa Viagem a situaçãoé semelhante. Segundo o presidente, “somos prejudicados a nível financeiro, já que muitos dos apoios que estavamos a contar que fossem a 100%vão passar a ser de 60%. Esta é uma situação que obviamente desagrada ao clube”. Mesmo assim “o Boa Viagem tem de aceitar porque são situaçõesque nos ultrapassam, mas não entedemos como é que alteram um decreto-lei através de uma resolução do governo… Apetece fazer uma pergunta: Porquê estipular o número mínimo de seis clubes para fazer a Série Açores, quando a DREFD sabe que não existem seis equipas para manter estaprova e continuar a ter um Campeonato Regional? Não devem ter pensado bem na realidade em que estamos inseridos”, conclui Paulo Jorge…E concluimos nós.

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7 OUT 2005

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