«Aqui a concorrência é brutal»

Há já algum tempo que Maria Kostourkova estava referenciada como um dos melhores prospetos do basquetebol feminino europeu, fruto das suas qualidades físicas, técnicas, e dos seus desempenhos nos vários Europeus em que participou.

Atletas | Competições
18 OUT 2015

Depois de ter chegado à LFB, a internacional portuguesa aceitou o desafio de ir jogar para os EUA. Washington State foi a universidade escolhida, uma decisão criteriosa e que Maria espera que corresponda a todas as suas expectativas. A concorrência é feroz, mas a jogadora nacional está disposta a lutar pelo seu espaço na equipa, e para isso tem trabalhado a parte física, a sua defesa e os eu lançamento. A conferencia em que vai competir é reconhecidamente como uma das melhores, e para terem sucesso na temporada vão tentar adoptar um estilo de jogo à imagem do que fazem os Spurs na NBA.

 

Maria era uma das jogadoras europeias mais cobiçadas, pelo que não estranha os inúmeros convites recebidos. A atleta pesquisou bem as várias alternativas, ponderou bem diversas variáveis, e a escolha acabou por recair em Washington State. Uma universidade que terminou a última temporada com um registo de 17 vitórias e 15 derrotas, se bem que o registo frente a adversários do Pac 12 é bastante menos favorável (7V e 11D).  “Para tomar uma decisão tão importante e difícil não foi só por uma razão. Foi um conjunto de fatores. O primeiro foi a treinadora June Daugherty, que tem um projeto desportivo muito ambicioso. Outro fator que influenciou a minha escolha foi a própria universidade, que além de ter um elevado prestígio dentro dos EUA, tem departamentos na Europa. Outro fator foi que WSU esta inserido na Pac-12, que é uma das conferências com mais impacto e visibilidade na NCAA. Também foi importante o estilo de basquetebol, as condições de trabalho e a cidade.”

 

As primeiras impressões da universidade e da cidade não podiam ser melhores. Surpreendida pela grandiosidade do campus, se bem que o facto de ser uma atleta da que representa a universidade ajuda a ultrapassar os problemas. “A universidade é enorme e nas primeiras semanas tive dificuldades em orientar-me dentro dela. Mas, no entanto, é uma cidade pequena, portanto todas as minhas atenções estão nos treinos e das aulas. A maior diferença que encontrei foi o apoio todo que toda a universidade dá aos atletas e a importância que eles têm.”

 

Maria já tem a sua rotina diária estabelecida, onde não é coincidência ter as tardes livres de escola. “As minhas aulas começam as oito e são só da parte da manhã. Temos treinos quase todos os dias, das duas até às cinco à tarde, e depois do treino temos o jantar e tempo de estudo.”

 

O novo nº 20 da WSU teve de se adaptar às novas regras da competição, bem como a forma de trabalhar da equipa durante a pré-temporada. Novos desafios lhe foram colocados, tudo para que consiga tornar-se mais forte e completa. “Existem muitas diferenças, especialmente as regras da NCAA que regulam as horas de treino semanais. Só no início de Outubro começamos treinar diariamente em equipa. Até lá fizemos muitos treinos de resistência e força no estádio e no ginásio, e só duas vezes por semana fazíamos treinos no pavilhão.

 

As regras também são diferentes mas nós vamos começar a treinar com árbitros presentes para nos habituarmos. Tenho trabalhado especificamente o meu lançamento e a minha defesa.”

 

Das cinco jogadoras recrutadas este verão, Kostourkova é a única que não é norte-americana, mais uma a juntar-se ao clã de estrangeiras. “Metade da equipa de WSU é estrangeira, a maioria é da Europa. Também temos duas australianas.” Muito provavelmente mais um factor que leve a treinadora June Daugherty a tentar implementar uma filosofia de jogo à imagem de Greg Popovich. “O estilo de jogo da equipa é europeu e o jogo que a nossa treinadora procura alcançar é o da equipa da NBA dos Spurs.”

 

Para conseguir jogar, Maria vai ter que sofrer e lutar diariamente, pois ela própria já percebeu que só assim conseguirá merecer a confiança da treinadora. “Os meus minutos do jogo vão depender da minha prestação nos treinos e nos jogos. Aqui a concorrência é brutal e estou mentalizada que devo lutar por cada minuto.”

 

Nunca é fácil deixar o nosso lar e o nosso país, pelo que é natural que a jovem portuguesa sinta saudades, e bem que esteja a lidar bem com isso. “O que sinto mais falta é da minha família e amigos. Já estava habituada a uma rotina que mudou completamente quando vim para os Estados Unidos, e no início fez me confusão, mas já me habituei as diferenças.”

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18 OUT 2015

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