«Aqui respeitam-nos»

Numa família toda ela ligada ao basquetebol, Carolina Bernardeco é a mais nova de três irmãs que praticam a modalidade.

Atletas | Competições
20 OUT 2015

Depois de uma temporada de sucesso na LFB, e mais uma participação muito positiva num Europeu, a jovem optou por se mudar para os EUA, para a universidade de Old Dominion, por onde passaram outras portuguesas e com enorme sucesso. A adaptação à nova realidade tem sido gradual, bem como ao treino. O ênfase dado ao trabalho físico tem sido a maior novidade, se bem que o lançamento tem merecido igualmente especial atenção. A concorrência é forte, mas Carolina está confiante que irá conquistar o seu espaço na equipa, até como forma de compensar as saudades dos que lhe são mais queridos, sem esquecer as iguarias portuguesas!

 

A universidade de Old Dominion já tem uma ligação antiga com Portugal, pois já são vários os casos de recrutamento traduzidos em enormes êxitos. A equipa faz parte da Conferência USA, sendo que na última temporada terminou com um registo de 21V e 13D. Carolina é uma das quatro atletas recrutadas esta temporada, a única estrangeira, isto depois de ter despertado a atenção das Monarchs durante o Europeu de Sub 16 em 2013, valia confirmada este verão durante o Europeu de Sub 18 – Divisão A, onde registou médias de 30 minutos, 8 pontos, 5 assistências e 2 ressaltos.

 

Como surgiu este convite? E porquê a escolha da Universidade de Old Dominion?

 

Esta oportunidade surgiu em 2013 após o Campeonato de Europa de Sub-16 em Matosinhos em que obtivemos a subida à Divisão A. Eles depois disso contactaram-me por e-mail.

 

Sendo portuguesa, facilmente a associam a outras jogadoras nacionais e fazem referência a esse facto? Qual a imagem que têm das jogadoras portuguesas que por aí já passaram?

 

Sim, aqui associam-me à Michelle Brandão, Mery Andrade e Ticha Penicheiro já que todas frequentaram esta mesma faculdade. A Ticha e Mery com um percurso muito acima da média, e a Michelle como uma excelente jogadora. Fazem esta associação também por virmos de culturas diferentes, e sermos pessoas que nos integramos facilmente. A imagem que eles têm é mesmo essa, que as jogadoras que passaram por aqui contribuíram muito para o sucesso da modalidade na faculdade e por isso respeitam-nos.

 

Porquê a escolha do nº 3 na camisola?

 

O número 3 foi mais como uma segunda opção. Eles aqui só funcionam com números de 0 a 5, 10 a 15, 20 a 25 e por aí adiante até ao 95. Eu perguntei pelo meu número que é o 5 mas quando assinei por ele, esse número já tinha sido escolhido por uma rapariga que tinha assinado primeiro, e como eu não gosto de números grandes escolhi o 3 por simpatizar com ele.

 

Como está a ser a sua adaptação? E qual é a sua rotina de um dia normal?

 

A minha adaptação digamos que está a ser média. Naturalmente que as primeiras semanas foram mais difíceis, porque foi chegar e entrar logo na escola e ter que estar a par de tudo logo na primeira semana. Foi duro, o problema da língua, a comida e o sistema deles. Nestas primeiras semanas andávamos a treinar todos os dias às 6 da manhã condição física (musculação, etc.), depois durante a manhã tenho aulas, a meio do dia treinos, e depois aulas outra vez até ao final da tarde.

 

Principais diferenças já sentidas no treino?

 

As diferenças são muito físicas, é tudo à base de físico, porque o jogo em termos de pensar é igual, apenas muda a língua. Também terei que me habituar às regras pois são diferentes das da Europa.

 

Tem sido sujeita a algum trabalho específico? Já sentiu a necessidade de trabalhar em particular alguma área do seu jogo?

 

Estou a trabalhar mais individualmente no lançamento e o físico, de resto treinamos tudo.

 

Primeiras impressões da equipa? Qual o estilo de jogo que lhe parece que irá caracterizar a equipa? Está confiante em garantir minutos de competição tendo em conta a concorrência na equipa?

 

A equipa é boa, bem preenchida em todas as posições, trabalham bem e fisicamente são boas. Vai ser um jogo de muita garra e espírito de equipa, com boa técnica e tática. Sim, estou confiante de que posso vir a ter os minutos que estou à espera neste primeiro ano de adaptação.

 

O que sente mais falta de Portugal?

 

Da minha família, do namorado, dos amigos e da COMIDA!

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20 OUT 2015

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