Artur Cruz: “Começou a faltar-me algo”

Já pendurou as botas algumas vezes, iniciou uma carreira de treinador na época passada, no Belenenses, mas um convite do Seixal fê-lo ponderar a hipótese de voltar a jogar.

Atletas | Competições
6 OUT 2009

Artur Cruz, que sentia a falta das rotinas de treino e da convivência no balneário, mostra-se preparado para assumir o risco

É sem dúvida um caso ímpar na modalidade os regressos à actividade protagonizados por Artur Cruz ao longo da sua já prolongada carreira. “Eu gostava de uma vez por todas pendurar as botas. Não sei se incomodo muita gente, se não tenho valor suficiente ou se hipoteticamente estarei a pagar a factura pela minha forma de ser e estar nos muitos anos em que joguei basquetebol. Estava motivado e esperançado que alguém me apresentasse um projecto e, face à ausência de convites, começou a faltar-me algo, a convivência do balneário as rotinas do reino.” Esta alternância de papéis não mexe com a prioridade que Artur tem para futuro na modalidade. “Sempre pensei que com a minha experiência acumulada como atleta, depois do meu trabalho no feminino e a passagem pelo Belenenses, que infelizmente para mim não correu nada bem, iria ter a oportunidade de prosseguir a minha carreira de treinador.” Mas o risco é grande e Artur tem a perfeita noção que, após a paragem de uma época, aos 38 anos regressar não vai ser tarefa fácil. “Sempre pensei pela minha cabeça e no geral as pessoas dão-me os parabéns pela coragem de ter voltado a jogar. Foi algo bem pensado, só voltei porque conheço o treinador e penso enquadrar-me bem na equipa. Julgo que poderei vir a ser útil para os mais novos, correspondendo sempre às expectativas que depositaram em mim. Nunca me deixarei andar a arrastar pelo campo. Serei eu próprio o primeiro a colocar um ponto final nesta aventura caso não me sinta preparado para voltar a jogar.” Num plantel sem jogadores estrangeiros, a utilidade de Artur Cruz poderá ainda ser maior para o Seixal FC, que ainda não definiu qual será o seu objectivo primordial para a época que agora começa. “Ainda não definimos para nós próprios qual será o nosso grande objectivo. O plantel do Seixal é novo, tem um novo treinador que obriga a novos métodos de trabalho, transformando obviamente a equipa tacticamente ainda indisciplinada.” Embora ainda com algumas reticências Artur avançou com uma meta para a equipa. “Ainda não conheço muito bem a realidade da Proliga, mas dá-me a sensação que se trata fundamentalmente de um tipo de jogo muito físico. Penso que com trabalho, coesão, união e a fazer um tipo de jogo mais pensado, com a qualidade e o potencial que o grupo tem, podemos aspirar a uma presença no playoff.”

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6 OUT 2009

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