Basquetebol em cadeira de rodas chegou a Castelo Branco

Pela mão do Selecionador Nacional de basquetebol em cadeira de rodas, Marco Galego, está a nascer uma nova equipa na modalidade, que já conta com nove atletas e que pode iniciar a sua participação oficial na próxima época, caso se mantenha a 2.ª Divisão e o respetivo modelo de jornadas concentradas. O projeto está aberto a todas as idades e a qualquer tipo de limitação motora.

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22 MAI 2019

O convite endereçado pela Associação de Basquetebol Albicastrense (ABA) a Marco Galego, Selecionador Nacional de BCR, no sentido de promover o basquetebol na região, constituiu o ensejo ideal para que o BCR também saísse a ganhar. A difusão da modalidade rainha do desporto paralímpico peca por escassa no interior do país e seria preciso recuar seis anos para identificar a participação oficial de uma equipa fora dos principais centros urbanos, à data Vila Pouca de Aguiar. Pelas palavras do técnico da equipa nacional depreende-se que a iniciação competitiva pode estar para breve.

 

Nota: Foto de Ladislav Hajek

 

Como nasceu o projeto?

Nasceu naturalmente com o convite que a ABA me fez para trabalhar na cidade. Com a minha vinda, e sendo eu Selecionador Nacional, fazia todo o sentido tentar formar uma equipa em Castelo Branco, abrangendo todo o distrito.

Quais são os objetivos traçados no imediato e no futuro?

Para já, conseguir fazer uma equipa no interior do país. Ao mesmo tempo, tentar criar uma estrutura no clube para o BCR e chegar aos 15 atletas para, a médio prazo, poder alcançar a 1.ª Divisão. Pretendemos igualmente, em parceria com algumas entidades locais, distritais e nacionais, organizar e realizar eventos de BCR para a promoção da modalidade, do nosso clube e, no geral, para a promoção do desporto adaptado.

A captação é sempre um obstáculo duro de contornar no BCR. De quantos atletas dispõem?

Neste momento temos três atletas de Castelo Branco, um do Tortosendo e cinco de Proença-a-Nova, apesar de já terem experimentado a modalidade mais alguns possíveis atletas para o desporto adaptado e de existirem ainda muitos mais. Mas, infelizmente, o preconceito de se sentarem numa cadeira de rodas ainda é muito grande e existem famílias que pensam que faz mal aos filhos ou que vão ser apontados ou referenciados. Quando na realidade é precisamente o contrário, pois torna-os independentes, com uma maior autoconfiança e melhora a sua integração social em muitos aspetos. Outra das grandes dificuldades que sentimos, e apesar do consentimento e aceitação das direções das organizações onde existem pessoas com mobilidade reduzida, é de conseguirmos que os diretores técnicos ou mesmo os responsáveis pela parte física deixem e aceitem que os utentes pratiquem ou possam praticar e experimentar o BCR.

Montar uma equipa de BCR pressupõe custos elevados, desde logo na compra de cadeiras e posteriormente nas deslocações para competir. Que apoios têm surgido?

O primeiro apoio que tivemos foi mesmo do CNBCR – Comité Nacional de Basquetebol em cadeira de rodas -, da FPB, e da APD Braga, que nos emprestaram duas cadeiras cada para podermos arrancar com os treinos. Mas o principal apoio é o próprio clube e toda a sua estrutura, atletas, treinadores, dirigentes e familiares de atletas. Entre todos, fizemos algumas angariações e pedidos de apoio que permitiram comprar três cadeiras novas. A Câmara Municipal de Castelo Branco apoiou-nos com a compra de mais duas cadeiras e a Câmara Municipal de Proença-a-Nova vai começar a efetuar o transporte dos atletas de Proença para poderem vir aos treinos a Castelo Branco. Outro dos nossos apoios é a Escola Superior de Educação e o Instituto Politécnico de Castelo Branco, que nos cedem o pavilhão gratuitamente para realizarmos os treinos.

Para quando equacionam a participação nas provas oficiais?

Gostaríamos de participar, já na próxima temporada, na 2.ª Divisão. Mas estamos pendentes da continuidade, ou não, do campeonato em jornadas concentradas. O custo das viagens é muito elevado e quanto mais jogos efetuarmos em cada deslocação, mais rentáveis serão as viagens. É óbvio que na próxima época gostaríamos de efetuar alguns jogos com equipas também elas principiantes, tentando desta forma que os atletas se motivem e cresçam dia-a-dia, jogo a jogo.

 

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22 MAI 2019

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