Benfica dilata vantagem

O Benfica aumentou para dois o número de triunfos na série final do campeonato da Liga Portuguesa de Basquetebol, frente ao FC Porto.

Competições
30 MAI 2010

Numa partida de grande intensidade defensiva, onde quase sempre foi difícil encontrar o caminho do cesto, a maior criatividade individual vinda do banco encarnado acabou por fazer a diferença (63-53). A forma distinta como as duas equipas interpretaram a defesa e a solução ofensiva do bloqueio directo na bola explica em grande parte o porquê de os benfiquistas terem tido, ainda que pequeno, um maior aproveitamento ofensivo no decorrer da partida.

O encontro principiou, à semelhança do que aconteceu no 1º jogo, com muita luta, contacto físico, em que nada era consentido com facilidade e, acima de tudo, com as duas equipas a revelarem grandes dificuldades em encontrar o caminho para o cesto. As percentagens de lançamentos dos dois conjuntos também não ajudavam em nada, destacando-se pela negativa, nesta fase inicial, a prestação de Heshimu Evans, que era literalmente convidado a lançar ao cesto. Se não se concretiza de fora há que procurar outras soluções mais próximas do cesto. Nesse aspecto, os benfiquistas estiveram melhores – boa entrada na partida de Elvis Évora – o que explica o resultado favorável de 11-6 que se registava no final do quarto inicial. Eram visíveis as dificuldades dos dois conjuntos em conseguir fazer pontos, o que retirava espectacularidade e beleza ao encontro. Não quer com isto dizer que deixou de ser interessante, até porque a entrega das duas formações era exemplar. A maior criatividade individual trazida por Diogo Carreira, melhor a jogar o bloqueio directo na bola, bem como o aumento da eficácia do lançamento exterior, com Evans a acertar a pontaria, dava a primeira vantagem clara às águias no decorrer do 2º período (21-8). O bom contributo dos benfiquistas vindos do banco (Carreira, Tavares e Elvis) só não se tornou mais evidente até se atingir o intervalo muito à custa da boa reacção portista já nos momentos finais da parte. Agressivos na defesa, lutadores nas tabelas e finalmente a conseguirem concretizar cestos, aquele que é o grande objectivo do jogo, os dragões, com um parcial de 9-2, atingiram o intervalo com as contas mais equilibradas (17-23). A etapa complementar trouxe um Benfica capaz de manter o adversário à mesma distância pontual, fundamentalmente porque executava melhor em 5×5 meio campo, explorando preferencialmente a opção do bloqueio directo, com as várias leituras possíveis do movimento ofensivo. O FC Porto foi sobrevivendo muito à custa das movimentações individuais dos seus atletas – Marçal foi um bom exemplo – como forma de ultrapassar a forte defesa encarnada, que em momentos interpretava com grande correcção o princípio de ajudar quem ajudou. Foi sem surpresa que a turma da casa vencia à entrada do último período por 13 pontos de vantagem (43-30). Numa partida de tão baixa pontuação, 13 pontos acabam por tomar uma proporção totalmente diferente, daí Moncho López ter feito regressar a opção defensiva introduzida na parte final do quarto anterior. Numa tentativa de desregular as movimentações atacantes do seu adversário, o técnico espanhol dava ordens para se fazer um 2×1 no portador da bola à passagem da linha de meio-campo. E quando tudo parecia controlado, eis que aconteceu a lesão de Will Frisby, aparentemente com alguma gravidade, que colocou no ar a dúvida como iria ser o encontro a partir desse momento. Pois na verdade não se alterou muito. Os dois triplos consecutivos (Figueiredo e Mota) dos visitantes, a 3 minutos do termo do encontro, fizeram baixar a diferença pontual para a dezena de pontos (53-43), a mesma que o marcador registava no final dos 40 minutos (63-53). Já depois do encontro ter terminado, as duas equipas envolveram-se em cenas lamentáveis, o que tornou o final da partida bastante atribulado. A rápida intervenção dos responsáveis de ambos os clubes evitou que a situação tomasse dimensões maiores, acabando por imperar o bom senso entre todos os intervenientes. Depois de um início de jogo algo comprometedor em termos ofensivos, Heshimu Evans (18 pontos, 8 ressaltos e 2roubos de bola) cotar-se-ia como o MVP da partida. Não fosse a lesão de Will Frisby (10 pontos, 6 ressaltos e 2 assistências), ocorrida a 8.47 minutos do termo do encontro, o norte-americano poderia ter discutido com o seu compatriota a distinção para jogador mais valioso da partida. O inconformismo e a determinação da dupla interior portista, formada por Greg Stempin (15 pontos e 9 ressaltos) e Julian Terrel (13 pontos, 7 ressaltos e 2 roubos de bola), não bastou para evitar o segundo desaire na eliminatória.

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30 MAI 2010

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