Benfica é o novo campeão!
O Sport Lisboa e Benfica é o novo campeão nacional de basquetebol. A vitória na negra, por 56-53, no Dragão Caixa, permitiu aos encarnados recuperar o título, num encontro marcado pela supremacia das defesas perante os ataques adversários.
Competições
23 MAI 2012
Num ambiente fantástico, a equipa do benfiquista, exceção feita aos minutos iniciais do encontro, comandou a marcha do marcador, gerindo até final a vantagem pontual construída durante o segundo período do encontro. Os portistas foram dignos vencidos, já que mesmo sem terem estado numa noite de particular inspiração ofensiva, discutiram até final a vitória muito por obra da sua excelência defensiva. Parabéns às duas equipas pela magnífica final proporcionada, bem como pelo civismo e forma corretíssima como foi disputada dentro das quatro linhas.
O equilíbrio marcou o quarto inicial, se bem que os encarnados, contrariamente ao que tinha sucedido no jogo 4, cedo deu sinais que queria alternar as soluções interiores com o tiro de fora. Elvis e Gentry mostravam-se como soluções atacantes o que, aliado ao sucesso dos primeiros ataques perante a defesa zona portista, permitiu ao Benfica suster o primeiro embate de jogar a negra no campo do adversário. Os azuis e brancos não se mostravam particularmente inspirados a atirar ao cesto, mérito pelo acerto demonstrado pelos encarnados na defesa dos bloqueio diretos, a trocarem quando tinham que trocar, com a agravante de não conseguir dominar a tabela ofensiva. O final do 1º período chegava com os lisboetas na frente por dois pontos (19-17).No segundo período o jogo decaiu de qualidade, muito por culpa da excelência e da intensidade defensiva de ambas as equipas. Os benfiquistas colocavam problemas acrescidos ao ataque dos dragões com a sua defesa zona 1x2x2, uma opção que levou por diversas vezes os comandados de Moncho López a quase esgotar os 24 segundos, ou então lançar em crise de tempo. O contra-ataque e a linha de lance-livre ajudavam a equipa lisboeta a ganhar ligeira vantagem pontual, que no final do 1º tempo já se cifrava em onze pontos (32-21).A fraca produtividade ofensiva dos dragões começava a tornar-se problemática, até porque o tempo jogava a favor da formação de Lisboa. Moncho, e bem, decidiu alterar a sua defesa e apostar numa boxe and one, em que Ted Scott (14 pontos, 8 ressaltos, 5 roubos de bola e 4 assistências) era a principal preocupação defensiva. Durante largos minutos o ataque benfiquista encontrou enorme falta de soluções para ultrapassar o tipo de defesa que tinha pela frente, se bem que o seu desempenho defensivo valia-lhe a liderança do jogo. Não evitando porém o aproximar no marcador da equipa azul e branca, que no final dos primeiros 10 minutos da etapa complementar perdia por seis pontos de diferença (39-45).O derradeiro período foi jogado com grande emoção, até porque de uma final se tratava. Os dragões lutavam por cada posse de bola, sempre com o objetivo de tentar encostar o resultado, mas a verdade é que do outro lado esteve uma equipa que soube sempre dar resposta aos bons momentos do adversário, nunca permitindo-lhe que conseguisse passar para a frente do resultado. Bem perto do final, e quando perdia por três pontos (50-53), um erro de João Santos (5 pontos e 4 ressaltos) numa reposição pela linha lateral complicava a tarefa da equipa portista, se bem que se tenha redimido com um triplo (53-54) a 4.6 segundos do termo do encontro. No último ataque benfiquista, Betinho (4 pontos e 5 ressaltos) conseguiu marcar sem oposição debaixo do cesto e, já em desespero, Andrade ainda tentou um lançamento antes do meio campo.O norte-americano Ted Scott foi, através das suas penetrações em drible e rápidos contra-ataques, uma boa solução ofensiva para contrariar as zonas portistas; Marcus Norris procurou sempre colocar a equipa a jogar de forma organizada; Betinho, sem ter estado brilhante no ataque, cumpriu nas tarefas defensivas e luta do ressalto; Elvis (6 pontos e 3 ressaltos) assumiu-se no sempre importante arranque do jogo, decaindo depois de produção. Mas foram os jogadores do banco a revelarem-se as mais-valias desta final. Heshimu (7 pontos e 3 ressaltos) voltou a ser importante nos dois lados do campo, nas áreas próximas do cesto; Gentry (6 pontos e 3 ressaltos) demonstrou que tem argumentos para acrescentar qualidade, pontos e defesa, bem como Diogo Carreira (12 pontos), que depois de dois jogos mais apagados, foi importante em alguns momentos do jogo em que nada parecia sair bem ao ataque encarnado.A noite não correu de feição a alguns atletas portistas, ressentindo-se a equipa disso mesmo, principalmente no tiro exterior, arma habitual do ataque dos dragões. João Santos foi um desses casos, Miranda também não teve grandes oportunidades para atirar ao cesto e o mesmo aconteceu com Carlos Andrade (3 pontos, 9 ressaltos, 2 assistências e 2 roubos de bola). Já os jogadores mais interiores estiveram bem melhores: Stempin (16 pontos e 12 ressaltos), MVP do jogo com 25.5 de valorização,mais próximo daquilo que foi ao longo de toda a fase regular e Rob Johnson (10 pontos e 12 ressaltos) mais uma bela exibição, confirmando que é um autêntico guerreiro na luta das tabelas. José Costa (5 pontos) cumpriu exemplarmente com o seu papel, tal como Diogo Correia (4 pontos) nos minutos que esteve em campo.