«Cada jogo é uma final»

A treinadora da AD Sanjoanense já esteve numa fase final de um campeonato nacional e sabe o quão difícil essa experiência pode ser.

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19 MAI 2010

Por isso pede às suas jogadoras que tudo o que foi trabalhado durante a época seja agora aplicado “200 por cento, com a máxima concentração, com muito espírito de sacrifício, empenho e trabalho de equipa”

Como antevê a presença da sua equipa na fase final? Antevejo-a com muito entusiasmo, é claro! Estar entre as 4 melhores do país é sem dúvida fruto de um trabalho sério e esta fase final é o culminar de muito investimento. Há dois anos, quando estivemos presentes na Fase Final de Iniciadas, pudemos sentir o quão difícil foi essa experiência de três dias de grande luta e cansaço. Este ano, temos a consciência que cada jogo é uma final para ganhar e tudo o que foi trabalhado, durante a época, tem de ser executado a 200 por cento, com a máxima concentração, com muito espírito de sacrifício, empenho e trabalho de equipa. Sendo certo que preparar atletas para futuramente alinhar nos seniores deve ser a principal preocupação dos escalões jovens, acredita que formar a vencer é a melhor maneira de os motivar e os manter empenhados na modalidade? O futuro das atletas em equipas de escalão superior é sem dúvida a minha principal preocupação enquanto treinadora, todavia, enquanto formadora, procuro não descurar a importância dos valores nestas jovens. O aumento do rigor, da responsabilidade, da concentração, exigência… contribuirá certamente melhorar as suas performances desportivas. Esse é o meu grande objectivo poder estar onde estão os melhores; é o caminho para evoluir! Ainda respondendo à sua pergunta, no que respeita aos níveis motivacionais, o treinador quando tem uma equipa homogénea e com vontade de ganhar garante parte do sucesso do seu trabalho, podendo, assim, dedicar tempo a desenvolver outros aspectos. Tendo em conta os objectivos delineados no arranque da temporada, já esperava poder chegar a esta altura da época a pensar na conquista do título? Os objectivos da época foram apresentados anteriormente. Participar no campeonato onde se encontram as melhores equipas e, neste caso, a fase final nacional, certamente seria um objectivo. Ser um objectivo não significa desvalorizar as outras equipas, mas sim, uma continuidade do trabalho que termina no seu ponto alto com a fase final nacional. Como caracteriza a realidade do basquetebol nacional na formação? Existem condições para melhorar os resultados das várias selecções jovens a curto-médio prazo? Vou ser um bocadinho dura… mas é o que penso. Para mim a caracterização do basquetebol de formação a nível nacional resume-se a um basquetebol sem orientação, cada treinador trabalha a sua equipa, como se fosse a sua quinta, não existindo uma orientação, uma linha condutora, um elo, tanto entre as equipas dos clubes, como entre as equipas das selecções nacionais e os clubes, salvo raras excepções. São as raras excepções que têm sucesso, como é o caso do Benfica, do Gafanha, da Sanjoanense e poucas outras equipas. Estes exemplos ou se tornam uma normalidade ou então o futuro do basquetebol vai continuar igual… A capitã Maria Amorim (MA), a vice-capitã Joana Moreira (JM) e a atleta Inês Viana (IV) contam-nos como é que a equipa está a viver esta fase final e não escondem o sonho que alcançar o título… Chegar a uma fase final de um campeonato nacional é o prémio justo para um ano de trabalho ou é preciso vencer para que assim seja? MA – Termos chegado à fase final já é muito bom, temos de ter em conta que nem todas as equipas conseguem chegar onde estamos… No entanto, claro que ganhar seria ainda mais gratificante depois de um ano intenso de trabalho. JM – Sem dúvida que chegar a uma fase final nacional é muito bom, muito gratificante, apenas se consegue com muito trabalho. No entanto, na minha opinião é ainda melhor vencer e ser reconhecido por todo o esforço e dedicação presentes durante uma época inteira. Penso que chegar a esta fase é realmente uma grande satisfação mas, para mim, o verdadeiro prémio e aquilo que mais ambiciono, juntamente com a minha equipa, que é a conquista do título. Chegar até aqui já é uma vitória, mas vencer a fase final seria uma batalha ganha! IV – Chegar a esta fase final não é um trabalho só deste ano, temos vindo a trabalhar neste objectivo há algum tempo. Penso que todo este trabalho e esforço está agora a ser reconhecido. Se é preciso vencer? Era fantástico e é esse o nosso desejo!Têm conhecimento das equipas adversárias? MA – Sim. São todas equipas fortes, mas acredito que estamos à altura. JM – Sim. IV – Sim, vai ser uma fase final bastante renhida.Como foi o trajecto até chegar aqui? MA – Um trajecto de muito trabalho, dedicação e, claro, sempre a aprender. Acho que acima de tudo aprendemos que uma equipa só é derrotada quando deixa de acreditar nas suas capacidades. JM – Foi um longo caminho, muito trabalho desde o primeiro dia. Lutámos e agárramos todas as oportunidades para chegar até aqui, mesmo passando por alguns momentos críticos. Somos uma equipa unida e há uma grande colaboração, quer da parte das atletas quer da parte dos treinadores, seccionistas e pais. Foram muitas e muitas horas de treino, mas como a nossa treinadora diz, é a “deixar o suor no campo” e a “comer o chão” que conseguimos chegar mais longe!IV – Esforço, trabalho, dedicação, poucas horas de sono mas valeu a pena. Voltaria a fazer tudo, a viver estes anos pois serei recompensada. Neste escalão é o sonho de qualquer jogador chegar e vencer uma fase final.O que gostariam de atingir no basquetebol? MA – Não pretendo fazer do basquetebol o meu futuro, mas enquanto puder quero continuar a evoluir, a esforçar-me para melhorar e, sobretudo, a tentar ajudar a minha equipa. JM – O basquetebol é uma importante parte da minha vida e espero ter a oportunidade de continuar a praticar. Apesar de não ser algo que eu queira fazer da minha profissão ou do meu futuro, tentarei sempre conciliar o basquetebol na minha vida e fazer dele algo sempre presente.IV – Jogar ao mais alto nível, continuando a representar a selecção portuguesa.XXII Campeonato Nacional Sub 16 Feminino Calendário da prova a realizar no próximo fim-de-semana no Pavilhão Municipal de Idanha a Nova: 1ª Jornada – Sexta-feira, dia 21 de Maio 19:30 Horas 21:30 Horas 2ª Jornada – Sábado, dia 22 de Maio 15:30 Horas17:30 Horas 3ª Jornada – Domingo, dia 23 de Maio 09:00 Horas11:00 Horas

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19 MAI 2010

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