“Construímos uma equipa mais consistente, equilibrada e homogénea”

O Esgueira/CasaDiamantes conquistou o Campeonato Nacional da II Divisão Feminina no corolário de uma fantástica temporada, marcada por um percurso sem qualquer derrota, e que contou com Isabel Ribeiro dos Santos no comando da equipa técnica.

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22 MAI 2018

A experiente treinadora, que está a caminho do SL Benfica, em entrevista à FPB, analisou a época das suas atletas, com rasgados elogios pelo meio, também dirigidos para o clube de Aveiro.

Foi uma época perfeita para o Esgueira, com um trajeto invencível que se traduziu no título nacional da II Divisão Feminina e na subida de divisão. Esperava um percurso tão positivo?

O planear de objetivos não passa por ganhar os jogos todos, mas pensámos na subida de divisão. Mas não tenho dúvidas de que com o trabalho que o Esgueira realiza na formação, com uma sólida direção, corpo de treinadores e atletas, faz-se justiça com esta subida. Trata-se de uma equipa com jovens da zona que pode evoluir, mas obviamente que não estava nos meus planos vencer todos os jogos. Fui-me apercebendo na primeira volta de que a ASSSCC e o GiCA podiam colocar algum problema, mas já havíamos batido estes adversários por quase pontos, portanto seria mais ou menos fácil não tropeçar nessa altura. Já na II Fase, não esperávamos ganhar todas as partidas, até porque no ano passado aconteceu praticamente o contrário. Construímos uma equipa mais consistente, equilibrada e homogénea, e as jogadoras mais novas emprestaram mais qualidade e velocidade ao jogo.

Quais as principais razões que ditaram este sucesso? Houve algum momento-chave?

O nosso êxito baseou-se no grande compromisso de todos os elementos do clube em torno deste objetivo. Criaram-se boas condições de trabalho, tivemos sempre muito apoio, criámos um grupo muito coeso. São jogadoras que não recebem nada, são jogadoras do Esgueira que nunca falharam ao trabalho e quando isto acontece o provável é termos algum sucesso. Subimos quatro atletas a seniores e esforçámo-nos para contratar uma jogadora que se revelasse uma mais-valia, e que acabou por chegar em janeiro, neste caso moçambicana. 

Foi muito especial para todo o grupo ter obtido o título em Esgueira? E há espaço para o basquetebol feminino continuar a evoluir no clube?

Quem vai ver os jogos a Esgueira acaba por encontrar sempre um ambiente vibrante, com muito carinho por parte dos adeptos, e eu acho que é disso de que precisamos na nossa modalidade. As pessoas reconhecem as jogadoras, falam com elas, conhecem-se, gostam de ir ao jogos, e por isso eu disse numa entrevista que me sentia confortável a alinhar em casa. Ainda agora, no último jogo da Fase Final, embora também com muitos adeptos da SIMECQ, estava um ambiente fantástico no pavilhão, algo que nos deu muita força. Relativamente à outra pergunta, penso que há bastante espaço para evoluir no Esgueira. Trata-se de um clube com uma direção muito atenta, cuidadosa e sensata, com um pavilhão próprio e que está sempre a receber todas as jogadoras a qualquer hora, o que é muito importante e obrigatório para atingir bons resultados. Tem ainda entre 150 a 180 crianças no minibasquete, de ambos os géneros, com algumas raparigas a poderem chegar aos escalões de Sub14 e Sub16, o que é fantástico. Penso que o Esgueira deve assentar o seu trabalho, na próxima época, nas sete jovens que vão subir a seniores, solidificar o grupo de trabalho, e por isso tem tudo para evoluir no basquetebol feminino.

O que espera da nova aventura no SL Benfica, clube pelo qual já se comprometeu para o futuro?

A minha ida para o SL Benfica está confirmada. Gostei do facto do clube querer tornar-se numa referência do basquetebol femininos a todos os níveis, desde a formação até ao topo. Querem contar comigo para colocar o Benfica no topo, querem ver a formação a evoluir, o que se traduz em jovens aproveitadas para os seniores, e esse é um desafio bom para mim, formar jogadoras, e acredito que este é o caminho em Portugal. Não somos um país muito rico, e por isso todo o nosso trabalho deve assentar numa base sólida, e pelo que podemos constatar nos Europeus de formação, temos jogadoras com muito potencial, mas que têm de ser trabalhadas. Portanto, estamos a falar de um desafio enorme num clube que oferece todas as condições, sendo que se trata de um regresso a casa, algo muito bom para mim.

 

 

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22 MAI 2018

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