Do sonho ao pesadelo

As bancadas encheram-se de caras conhecidas, onde não faltaram os responsáveis máximos da Federação Portuguesa de Basquetebol, mesmo com o jogo a ser transmitido pela SportTV. A história do jogo teve duas partes distintas: a primeira antes da lesão da norte-americana do Algés, Angelica Robinson (11 pontos); a segunda tornou-se num autêntico pesadelo.

O inicio do jogo foi extremamente empolgante, com a equipa da casa a comandar o marcador, sempre liderada pela sua poste Angel Robinson. Tudo parecia correr de feição à equipa algesina, até ao momento da lesão – entorse no pé esquerdo no final do 1º período – da sua jogadora mais influente. A produção ofensiva do Algés decaiu a pique e as dificuldades para encontrar soluções ofensivas e fazer pontos no ataque aumentaram substancialmente. A ausência da jogadora mais alta e pesada da equipa portuguesa reflectiu-se enormemente na luta nas áreas próximas do cesto.A equipa polaca do Energa Torun de uma forma prática, dir-se-ia mesmo inteligente, passou a procurar as vantagens interiores de que dispunha, tanto através de lançamentos próximos do cesto, como dos ressaltos ofensivos que ia conquistando.A falta de rotação interior, bem como o desgaste físico provocado pela luta desigual em termos de peso e altura, expôs ainda mais as fragilidades da equipa portuguesa, que começou a acumular perdas de bola, que acabavam na maioria dos casos em contra-ataques sofridos.Um jogo que até começou de uma forma brilhante mas que acabou por se tornar num autêntico pesadelo. Trata-se de um castigo demasiado pesado para equipa portuguesa, que ainda tem pela frente um longo caminho a percorrer, mas do qual não pode fugir se pretender ser competitiva a nível europeu.Destaque na equipa nacional para a incansável Ana Oliveira (13 pontos e 2 assistências, 2 ressaltos e 1 roubo de bola), que teve de passar por todas as posições, de forma a suprimir as ausências de Angel e da também lesionada Sara Filipe.A norte-americana Angel Robinson (11 pontos), nos apenas nove minutos que esteve dentro de campo, demonstrou que possui qualidade e, sem sombra de dúvidas, é a grande referência ofensiva da equipa de Algés.Uma nota ainda para a muita juventude que teve a sua primeira oportunidade de competir na Europa, uma experiência que as jogadoras jamais esquecerão.Nas polacas, o maior destaque vai para altura e o peso da equipa, que fez imensa mossa no conjunto português. Em termos individuais, Vera Perostiyska (23 pontos e 6 ressaltos) foi a MVP do encontro, bem secundada por Krawiec com 18 pontos, 6 ressaltos e 4 roubos de bola.