“Esta homenagem não foi só a mim, mas a toda a arbitragem nacional”

Por isso mesmo, a FPB entrevistou um dos nossos consagrados, que foi alvo de uma homenagem durante o recente Europeu de Matosinhos.

Cinquenta anos de arbitragem, comissário desde que a função existe, um trajeto impressionante em termos europeus. Sente que será sempre visto como uma referência da modalidade?

Como em tudo na vida estamos de passagem, e esta foi uma parte da minha vida, a arbitragem do basquetebol. Durante um tempo vou ser recordado, mas depois, e naturalmente, não.
 

Qual foi a sensação ao ser homenageado neste Europeu de Matosinhos, antes da retirada?

A sensação após a homenagem que me fizeram no Europeu foi um pouco "embaraçosa", pois não estamos habituados a estas coisas, antes pelo contrário, tal como aquilo que a Associação de Basquetebol de Lisboa me fez, há cerca de dois anos. Fiquei no entanto um pouco surpreendido com esta decisão por parte da Direção da FPB, e que não posso deixar de agradecer. Considero que esta homenagem não foi só a mim, mas  a toda a arbitragem nacional.
 

Que momento elege como o mais marcante da sua carreira?

Relativamente à minha carreira, tive vários grandes momentos, mas sem dúvida de que o maior foi fazer parte da organização do Campeonato do Mundo de Juniores em 1999.

Com tanto jogo, tanta experiência, tantos pavilhões em Portugal e no estrangeiro, quais as melhores coisas a tirar?

O melhor de tudo são os contactos e as amizades que vamos fazendo, para além de se andar sempre a aprender.

Que palavras deixa para os valores que vão surgindo e que possam surgir na nossa arbitragem?

Quanto aos novos valores que vão surgindo na arbitragem, aconselho a habituarem-se à falta de compreensão dos espectadores, assim como a estudarem as regras, a técnica de arbitragem e a trabalharem muito para conseguir os objetivos. Serem humildes, cumpridores e respeitarem todos os intervenientes no jogo.