Faleceu Mário Mexia

Atleta de eleição no seu tempo, Mário Mexia marcou uma era no basquetebol português e na Associação Académica de Coimbra.

Foi campeão nacional de juniores (52-53), duas vezes campeão nacional de seniores (54/55 e 58/59), vencedor de um campeonato metropolitano (66/67) e venceu ainda duas Taças de Portugal (57/58 e 66/67). Juntou a estes títulos 14 internacionalizações, 10 pela selecção sénior e quatro pela júnior, realizou 372 jogos e nunca sofreu uma sanção disciplinar. Em 1964, foi condecorado com a Medalha de Mérito Desportivo da Federação Portuguesa de Basquetebol e com a Medalha de Bons Serviços. Faleceu aos 72 anos.

Considerado por muitos o melhor basquetebolista português de todos os tempos, evidentemente situando-o no tempo, onde as condições de trabalho não são as de hoje e onde os treinos eram o que eram. Mas mais importante do que discutir se foi o melhor, Mário Mexia foi indiscutivelmente um jogador que apareceu com muitos anos de avanço na modalidade. Numa altura em que as equipas começavam a abandonar as defesas zonas e passavam para “cada um ao seu”, o vulgar homem a homem dos tempos de hoje, Mexia foi sempre um atleta que fazia coisas que mais ninguém era capaz de imitar, com a particularidade de as suas acções, na maioria das vezes, não lhe serem ensinadas por treinadores. Foi sem dúvida um jogador com uma intuição especial para o basquetebol e o primeiro a aparecer com capacidade de leitura do jogo. Perante as várias situações com que se deparava durante um encontro, Mexia lia e tomava as decisões correctas como ninguém. Um daqueles casos típicos de alguém que, com as capacidades e potencial que tinha, se jogasse nos tempos de hoje era curioso saber até onde poderia chegar!

31 OUT 2009