Ferragudo e Barcelos frente a frente na 6.ª jornada da Liga Betclic Feminina
Letícia Josefino e Rebbeca Taylor projetam duelo de recém-promovidos
Competições | FPB
27 OUT 2023
O jogo entre a ACD Ferragudo e o Basquete de Barcelos HMMotor é um dos “pratos fortes” deste fim de semana de Liga Betclic Feminina. As duas formações recém-promovidas ao escalão máximo do basquetebol nacional estão separadas por apenas um ponto na tabela classificativa, mas ambas querem vencer o duelo da 6.ª jornada. A ACD Ferragudo estrou-se a vencer no passado fim de semana depois de bater o Clube Propaganda Natação (63-68) fora de portas, já o Basquete de Barcelos é a única equipa da Liga que ainda não celebrou qualquer triunfo, pese embora a exibição inspirada do último domingo diante do SL Benfica (79-84 após prolongamento).
No lançamento da partida deste domingo (15h30 | FPBtv), conversamos com duas das protagonistas de ambas as equipas e da “nossa” Liga Betclic Feminina”. A poste brasileira Letícia Josefino está de regresso a Portugal e desde logo traçou o “raio-x” às adversárias deste fim de semana: “O Barcelos é uma equipa muito rápida, agressiva e que carrega muito nos ressaltos. Joga muito em função das suas estrangeiras, que por sinal são muito boas, mascredito que a vitória frente ao CPN possa ser o ponto de viragem. Tivemos algumas derrotas, como é normal, mas acredito que a equipa estava a precisar de uma vitória para poder acreditar em si própria e no seu processo”, revela.
Para a jogadora de 26 anos, o Ferragudo podia ter feito mais nas jornadas inaugurais do campeonato, mas aponta para o top6 no final da fase regular: “É óbvio que queremos estar no top seis, mas acredito que ainda é muito cedo para se falar disso. A Liga, este ano, está bem competitiva. Acho que não pesou, acredito que deveríamos ter explorado melhor as nossas armas. Faltou consistência naquilo que estávamos a fazer bem”, confessou.
Relativamente ao desempenho individual, neste regresso, à Liga Betlcic Feminina, a jogador natural do Rio de Janeiro revelou que o caminho para o sucesso coletívo é a união do grupo de trabalho: “Tem sido uma experiência nova e ao mesmo tempo “challenge to myself” (poder explorar outro tipo de jogo, quando noutros clubes não tinha muito esse espaço). Acho que às vezes é positivo que algumas equipas não esperem muito de mim a jogar de frente para o cesto, apesar da maioria dos meus pontos serem no pintado. Acho que a palavra não é muito bem decisiva, mas acredito que eu e as minhas colegas poderemos ter muito sucesso jogando unidas”, disse.
Do outro lado da barricada surge Rebbeca Taylor. A norte-americana do Basquete de Barcelos já conhecia a Liga Betclic Feminina, apesar de militar no escalão inferior, também ao serviço da equipa minhota. No segundo ano em Portugal, Taylor admite que há muito capacidade no conjunto algarvio, pese embora o Barcelos tenha melhorado notoriamente de jogo para jogo: “Elas estão focadas em ficar na Liga, a dimensão das jogadoras interiores delas é algo em que nos temos de focar. No entanto, temos melhorado lentamente, jogo a jogo, e penso que temos as peças todas encaixadas para conseguir a primeira vitória este domingo”, considerou.
O Basquete de Barcelos vem de uma derrota, mas a exibição contra as “águias” foi moralizadora. A equipa de minhota superou-se e ficou a segundos de alcançar a primeira vitória no campeonato. Apesar da derrota, sofrida após prolongamento, o conjunto barcelense continua focado em conquistar o primeiro triunfo da temporada: “Sem dúvida que o jogo da semana passada motivou a nossa semana de treinos. Sabemos que podíamos ter vencido, mas não conseguimos. Não sei se é possível estarmos mais motivadas do que aquilo que estamos para este jogo com o Ferragudo. Estamos com cinco derrotas, mas o nosso jogo com o Benfica manteve-nos focadas e ‘esfomeadas’ durante a nossa semana de trabalho”, esclareceu.
Ciente das dificuldades que a falta de experiencia acarreta ao Barcelos, a norte-americana de 31 anos acredita que o orgulho e ambição do plantel em jogar pelo clube e cidade é fundamental para o bom ambiente vivido pelo grupo de trabalho: “Somos inexperientes, é a primeira temporada na Liga e até penso que já podíamos ter duas vitórias com mais alguma experiência no plantel, mas somos lutadoras. O nosso desejo de jogar umas pelas outras e por Barcelos é algo muito valioso para nós. Não somos um conjunto de jogadoras a jogarem para si próprias, nós jogamos umas pelas outras e pelo clube cada vez que entramos em campo”, afirmou.
No que diz respeito ao plano individual, a norte-americana que lidera a corrida ao MVP da Liga Betclic Feminina não se considera a estrela da equipa e reconhece que a mais-valia do conjunto minhoto surge pela união existente entre todo o grupo de trabalho: “Não olho para mim como a ‘estrela’ da nossa equipa. Faço o meu melhor para dar o máximo a esta equipa todos os jogos e estou agradecida pela confiança que as minhas colegas e o Ricardo (Lajas) têm em mim. Amo Barcelos, a cidade e o clube. Uma das razões principais que me fez regressar esta época foi pela continuidade da maioria das jogadoras ‘da casa’ que se mantiveram na equipa. A maioria da equipa jogou junta na última época, portanto posso-me focar em jogar basquetebol, já me sinto totalmente integrada e não existe esse período de adaptação a uma nova realidade. Consigo motivar as minhas colegas porque as conheço bem pessoalmente, assim como elas conseguem fazer o mesmo por mim. Portanto, nem me vejo como a líder da equipa, mas sim uma das que pode liderar esta equipa. A beleza do nosso grupo de trabalho é esta mesmo, temos várias líderes, com diferentes estilos de liderança e que conseguem retirar o melhor de cada uma de nós. É algo que nos caracteriza como equipa”, concluiu.
O encontro tem início marcado para as 15h30 deste domingo e conta com transmissão na FPBtv.