Filipe da Silva despedido

Competições
29 DEZ 2008

Decididamente, o regresso a França do internacional português Filipe da Silva não está a ser nem de perto nem de longe aquilo que o atleta idealizou. Depois de ter fracturado um dedo da mão esquerda, que o obrigou a uma paragem de um mês, agora, no regresso das curtas férias natalícias, foi “presenteado” pelo Boulazac com a rescisão do contrato. Utilizando o seu agente como intermediário, clube e atleta já chegaram a um acordo amigável (faltam apenas acertar alguns pormenores), dando a liberdade ao base português de procurar no imediato um novo projecto que lhe permita voltar à competição.O português Filipe da Silva, que este Verão tinha regressado a França privilegiando a família, viu todos os seus planos desmoronarem-se, acabando por ficar numa situação deveras complicada. O Boulazac (Pro B) decidiu dispensar os seus serviços, propondo-lhe a rescisão do contrato. “Nunca escondi que voltei a França para dar estabilidade à minha família. Mas agora fui informado que tenho de sair do meu apartamento até esta próxima quarta-feira e não posso treinar mais com a equipa. Tenho de encontrar uma solução para a escola do meu filho e um local para me instalar. Vou mudar-me para Paris, onde estarei perto da minha família e onde poderei manter-me a treinar com o Paris Saint Germain ou em alternativa, o Nanterre, dois clubes que participam na Pro A francesa.”Recuperado da fractura do dedo na mão esquerda, que o impediu de dar o contributo à equipa nas últimas quatro partidas do campeonato, Filipe viu-se confrontado com a sua dispensa quando regressou ao clube depois das curtas férias de Natal, sem conseguir entender muito bem os motivos de tal decisão. “Já retirei a tala do dedo e estou pronto a recomeçar os treinos, só não esperava uma notícia destas. O meu empresário transmitiu-me que já não contavam comigo, ficando sem saber os motivos que os levaram a prescindir dos meus serviços.”Esta pretensão do clube, no entanto, não é uma novidade absoluta para o internacional português, pois anteriormente o Boulazac já tinha tentado o mesmo. “A ameaça de rescindir por justa causa, alegando uma falta grave (inexistente), com recurso ao tribunal de trabalho, já tinha sido usada como forma de pressão para deixarem de contar comigo.” Como Filipe da Silva não cedeu na altura, o clube insistiu novamente, decidindo-se agora pelo despedimento.Depois de se informar junto dos advogados e de ponderar a sua situação familiar e profissional, o atleta acabou por optar pela rescisão amigável, chegando a um acordo financeiro para pôr termo ao contrato. “Se optasse por seguir para o tribunal de trabalho o processo iria ser longo e ficaria impedido de receber salários até ao final do contrato (Junho) que me liga ao clube.” Seguindo esta via, Filipe poderá resolver imediatamente a situação profissional e “usufruir do subsídio de desemprego” a que tem direito, garantido desse modo meios de subsistência para si e para a sua família.Ainda em estado de choque, as soluções para o caos em que a sua vida se tornou vão surgindo de forma a minimizar os transtornos que uma mudança destas provoca a meio da temporada. Profissionalmente, para além de continuar a treinar, Da Silva fica a aguardar que o telefone toque e surja um convite que o traga de novo à competição. ”Agora só me resta manter a forma e aguardar que apareça um bom projecto, que seja bom para mim e para a minha carreira. A minha situação familiar é complicada, mas não coloco fora de hipótese ter de voltar a jogar fora de França.”O Verão aproxima-se e o base internacional sabe que terá de convencer o seleccionador nacional a incluí-lo na equipa que vai disputar o apuramento para o Campeonato da Europa. “Sei que tenho de estar a competir, e a um bom nível, se quiser aspirar a estar entre os eleitos para representar a Selecção Nacional. Daí a importância de encontrar o mais rapidamente possível uma boa solução para o meu problema. Não quero com isto dizer que aceitarei qualquer proposta que me surja. Tenho de ponderar muito bem e discutir com a minha família aquilo que será mais indicado para nós, por forma a darmos a volta a este período tão negativo das nossas vidas. No fundo acredito que toda esta situação me vai tornar mais forte como atleta e sobretudo como homem.”

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29 DEZ 2008

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