Final inglório para uma boa exibição
Bravo, rapazes! Desde já, os nossos parabéns para a Seleção Nacional de Seniores Masculinos pela exibição realizada, mesmo que de uma forma inglória tenha falhado a passagem para a qualificação do Mundial 2019.
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19 AGO 2017
Foi um jogo de loucos, autêntico hino à emoção, aquele que se disputou no Pavilhão Municipal Multidesportos Mário Mexia, em Coimbra, com Portugal a bater a Bielorrússia após prolongamento, por um ponto, vantagem insuficiente.
A precisar de vencer por mais de três pontos para se apurar para a próxima fase de qualificação para o Mundial de 2019, a Seleção lusa sabia que tinha de entrar bem neste jogo e, ao contrário daquilo que sucedeu nos três jogos anteriores, não ceder uma vantagem grande ao adversário no período inicial.
E assim foi. A equipa portuguesa entrou muito agressiva, tanto no ataque como na defesa, colocou-se na liderança desde cedo e terminou o primeiro parcial na frente do marcador (23-22).
Tal como no jogo anterior entre estas formações, em Minsk, a Bielorrússia entrou com o plano claro de explorar a vantagem no jogo interior e colocar a bola no gigante Parakhouski. Mas, desta vez, Portugal conseguiu contrariar esse plano. Com uma defesa pressionante sobre os jogadores exteriores da Bielorrússia e com um esforço de toda a equipa na luta dos ressaltos, os comandados de Mário Gomes conseguiram provocar turnovers, dificultar a movimentação de bola e os passes para o interior, equilibrar a luta nas tabelas e não ceder ressaltos ofensivos.
Essa agressividade esteve presente também no ataque, onde os jogadores lusos procuraram constantemente as penetrações. Ora finalizando junto ao cesto, ora encontrando o jogador sozinho quando vinham as ajudas, os jogadores nacionais conseguiram criar desequilíbrios na defesa bielorrussa e foram bastante eficazes nos lançamentos de dois pontos ao longo de toda a primeira metade.
Foi um esforço coletivo e uma intensidade que se manteve ao longo de toda a primeira parte e que permitiu a Portugal chegar ao intervalo com uma vantagem de cinco pontos (42-37).
Mas, depois de um terceiro período em que a equipa das quinas não conseguiu manter a intensidade e a execução exemplar da primeira parte, chegámos ao derradeiro quarto com o jogo (e as decisões do apuramento) completamente em aberto (52-51).
E foi um final de emoções fortes. Portugal descolou na primeira metade do último período e conseguiu a maior vantagem do jogo (nove pontos), mas a Bielorrússia recuperou nos minutos finais e passou para a frente do marcador. Quando tudo já parecia perdido, com a Bielorrússia a liderar por três pontos a quatro segundos do fim, Paliashchuk fez falta sobre a tentativa de lançamento de triplo de Fábio Lima. O jogador português converteu os três lances livres, empatou o marcador e mandou o jogo para prolongamento. E Portugal tinha mais cinco minutos extra para tentar vencer por mais de três pontos.
O prolongamento acabou por ser uma repetição do quarto período. Portugal começou muito bem e, em dois minutos, conquistou uma vantagem de oito pontos. Mas, mais uma vez, permitiu a recuperação dos bielorrussos, que voltaram a encostar no resultado. Portugal conseguiu segurar a vitória no jogo, mas a vantagem de um ponto não foi suficiente para garantir o apuramento para a próxima fase. Foi um triunfo com sabor amargo, com um grande esforço e uma boa exibição da Seleção Nacional que acabaram por ter um final inglório.
Em termos estatísticos, na turma lusa, destacaram-se Fábio Lima (16 pontos, 6 ressaltos e 3 assistências), Nuno Oliveira (15 pontos, 4 ressaltos e 7 assistências), Miguel Queiroz (11 pontos, 5 ressaltos e 2 assistências) e Arnette Hallman (10 pontos, 5 ressaltos, 1 assistência e 1 roubo de bola), enquanto no adversário bielorrusso há que mencionar Artsiom Parakhouski (16 pontos, 17 ressaltos, 2 assistências, 1 roubo de bola e 1 desarme de lançamento).
Contas feitas, Portugal classificou-se no terceiro lugar do Grupo D, com três derrotas e uma vitória, sendo que os atletas em maior evidência durante a pré-qualificação foram Tomás Barroso (11.0 pontos, 3.5 ressaltos, 1.5 assistências e 0.8 roubos de bola), Fábio Lima (11.3 pontos, 3.5 ressaltos, 2.0 assistências e 0.3 roubos de bola) e Arnette Hallman (8.3 pontos, 5.0 ressaltos, 1.8 assistências, 2.3 roubos de bola e 0.5 desarmes de lançamento).