Grande (Boa) viagem

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6 ABR 2006

Boa Viagem espalhou o perfume da Terceira pela Beira Interior. Em Trancoso, retribuiu com simpatia e bom basquetebol, a hospitalidade de uma organização que se preocupou em facilitar a vida a todos os que estiveram na “finalfour” Taça de Portugal.

Saíram de Angra do Heroísmo às oito horas da manhã de quinta-feira. Chegaram a Trancoso às dez e meia da noite… Pelo meio, duas horas de avião até Lisboa e mais de cinco horas até à cidade onde casaram D. Diniz e Dona Isabel. Com almoço pelo meio, já a noite ia avançada quando jogadoras, dirigentes e acompanhantes chegaram a uma cidade pequena, pacata,rodeada de muralhas centenárias e muito (muito) calma. Quando finalmente recolheram aos quartos do Hotel Trancoso, com quatro estrelas e pouco mais de um ano de existência, as atletas devem ter agradecido a quem planeou a viagem e se lembrou de as levar dos Açores até à Serra dois dias antes da competição. Isto porque no dia seguinte (sexta-feira), véspera do primeiro encontro, as atletas apareceram cedinho na sala do pequeno almoço, “fresquinhas”, e prontas para pensar no jogo com o Olivais de Coimbra. Por outro lado, nos bastidores, ia-se trabalhando com outros objectivos… Sempre a pensar no bem estar da equipa estiveram os funcionários do Hotel, que apesar de brindarem, logo no primeiro jantar, uma das atletas, com um copo de sumo em cheio do pescoço aos pés, foram inexcedíveis no apoio aos terceirenses… Também com uma disponibilidade a toda a prova estiveram os organizadores da prova, encabeçados pelo vice-presidente da Câmara de Trancoso (que recebeu a comitiva açoriana) e por José Clemente, o rosto da organização, que deixou saudades e não escondeu um carinho especial pelo clube do Corpo Santo… Os dirigentes açorianos também deixaram boa impressão e fizeram um trabalho de relações públicas exemplar. Isto para não falar no trabalho de logística realizado para que tudo corrê-se bem a toda a comitiva. Uma operação de charme complementada pela deslocação dos representantes da Associação de Basquetebol da Ilha Terceira, que voltou a marcar pontos e que mostrou algum do trabalho que se tem feito por cá aos “senhores” da Federação… No meio de tudo, a comunicação social, representada pelo Diário Insular e RTP-Açores, que passou a vida num corropio entre o centro da cidade, o pavilhão, o quarto de hotel e a Guarda, de forma a actualizar toda a informação diariamente e que, diga-se em abono da verdade, ao fim de algumas horas mandou a imparcialidade “às urtigas” e foi mais uma trave de apoio à equipa… Sempre com o rigor da informação como pano de fundo, obviamente… O AMARGO DA DERROTA Com uma frente comum bem sólida, bastava às atletas fazerem a sua parte. E estas, apesar da prestação menos conseguida na ponta final do jogo decisivo frente ao CAB, cumpriram… Na sexta-feira, passearam e brincaram quando puderam, mas treinaram com afinco no apronto de ambientação ao Pavilhão que acolheu o torneio, e deitaram-se a horas, enquanto outros procuravam a todo o custo um local mais movimentado para estender a noite, mas com pouco sucesso. No sábado, voltaram a estar em grande, confirmando a mais valia da equipa terceirense sobre um conjunto de Coimbra esforçado e simpático, mas sem andamento para o conjunto de Rui Fonseca, que esteve implacável, mostrando solidez e espírito de equipa… Algo que por vezes tem faltado fora do campo, mas que sobrou durante os dois jogos disputados em Trancoso. Só no domingo as coisas correram menos bem. O dia amanheceu com sol… O almoço (peixe assado, lombo de porco, arros e puré de batata, à escolha do freguês) fez-se em sossego e com as duas equipas separadas por poucos metros… A viagem até ao pavilhão (de pouco mais de 500 metros) fez-se sem trânsito… E a primeira parte do jogo frente às madeirenses foi soberba, com Shannon Howell (MVP da final) e companhia a ganharem o afecto e o apoio de grande parte das bancadas, surprendidas com a qualidade das “açorianas”… Só os vinte minutos finais, de uma viagem de quatro dias, não saíram conforme o desejado. É óbvio que eram, talvez, os minutos mais importantes e decisivos da viagem e valeram uma final perdida, que ficará para sempre na história do clube… Mas como diz o povo, “na vida há coisas bem mais importantesdo que ganhar e perder”, e todos tiveram nota máxima na aventura do Boa Viagem pelo interior profundo do país que é Portugal, mesmo sendo esta lavada por algumas lágrimas e por um grande nó na garganta de todos os que tornaram este feito possível… Açores na Beira Interior A pequena “Moli”, filha da capitã de equipa Adelina Rebelo, foi uma das mascotes açorianas em Trancoso. Mas não esteve só… A Bélinha e a Xana Simões, o Sr. Dinis e a mulher e toda uma equipa que participou na mostra gastronómica terceirense na “final-four” da Taça de Portugal, elevou bem alto o nome da Região. Antes, durante e após os jogos do fim-de-semana, a romaria era constante entre as bancadas e a sala VIP do pavilhão, onde se podiam encontrar torresmos, queijos, doces… Enfim, tudo, de forma a mostrar um pouco dos sabores que tornam a nossa gastronomia algo de especial. Pela sala passaram organizadores, pessoal da Federação, convidados, árbitros e atletas de todas as equipas participantes… Numa altura em que se gastam milhões na promoção dos Açores, esta foi uma iniciativa que deu que pensar… Estará o nosso desporto a ser aproveitado convenientemente na promoção da Região?

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6 ABR 2006

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