Grande espetáculo

A final da VII edição da Taça Hugo dos Santos proporcionou um jogo emocionante, discutido até aos últimos segundos, com o FC Porto a levar a melhor sobre o SL Benfica (69-68).

Competições | FPB
14 FEV 2016

Mérito para a equipa portista na forma como conseguiu construir uma pequena vantagem pontual, que depois foi capaz de gerir até final do encontro. Os dragões revelaram ambição, determinação no objetivo de querer contrariar a hegemonia do Benfica e consistência na forma como geriram curtas vantagens. Nos minutos finais os encarnados conseguiram encostar no resultado e o lançamento final ainda criou o impasse se teria sido de dois ou três pontos. Parabéns às duas equipas pelo excelente espetáculo proporcionado, sem duvida uma boa propaganda da modalidade, e que Oliveira do Hospital merecia pela forma como apoiou esta competição.

 

Os primeiros vinte minutos foram marcados por um enorme equilíbrio, várias alternâncias no comando do marcador, bem como alguns empates. Os azuis e brancos mostravam-se mais fortes a jogar em campo aberto, tentando sempre o contra-ataque ou transições. Já o Benfica revela-se mais perigoso da linha de três pontos (5 convertidos) e dominava na área pintada. Nas perdas de bola sem lançamento as duas equipas equivaleram-se, mas acabariam por ser os encarnados a ir para os balneários na frente do marcador (31-28).

 

Os dragões já tinha sucedido durante a 1ª parte embora desperdiçassem vários lances-livres –  foram sempre mais agressivos no ataque ao cesto em drible, e por diversas vezes foram expostos às dificuldades de defender em 1×1. A eficácia dos comandados de Carlos Lisboa decaiu no recomeço da etapa complementar, muito por culpa da falta de pontaria da linha de três pontos (0/8). Ainda assim, compensaram com empenho, trabalho sujo, que lhes permitiu chegar ao final do 3º período a perder pela diferença mínima (46-47).

 

Uma melhor fase do FC Porto, em que conseguiu aumentar a velocidade do jogo, traduziu-se em cestos fáceis e num aumentar da diferença pontual (62-53), a meio do 4º período. Carlos Lisboa apostou numa equipa mais baixa e móvel (Andrade a 4), como forma de se encaixar melhor defensivamente e tentar ser mais consistente. O FC Porto foi-se mostrando competente no segurar da diferença pontual, sendo que nesta fase há que dar muito mérito para o desempenho o benfiquista João Soares, que em situações ofensivas consecutivas, e através do ganho de ressaltos ofensivos sucessivos, ajudou os encarnados a manter-se no jogo.

 

A pouco mais de 4 minutos do final, Carlos Lisboa apostou numa defesa zona 2×3, e com resultados imediatos. O FC Porto sentiu algumas dificuldades para superar o novo sistema defensivo, coincidindo com o regresso da pontaria do Benfica da linha de três pontos. Cook e Andrade assumiram a responsabilidade ofensiva da equipa, mas do lado contrário, um triplo de Miguel Queiroz, e a frieza de Pedro Bastos e Brad Tinsley ajudaram a conservar a liderança no encontro.

 

No último segundo do encontro, e numa altura que o FC Porto vencia por três pontos de diferença, um lançamento de Andrade, após a conquista de mais um ressalto ofensivo, obrigou a que o árbitro Sérgio Silva tivesse que recorrer às imagens televisivas para decidir se era de dois ou três pontos. Ao valida-lo como um tiro de dois pontos, deu inicio aos festejos dos jogadores do FC Porto, que regressavam aos títulos, arrecadando a sua 3ª Taça Hugo dos Santos.

 

Num jogo marcador por muitos turnovers – 18 para cada lado – o FC Porto acabou por ser mais eficaz no capitulo do lançamento (47.1% vs 37.7%), e teve em Pedro Bastos (13 pontos, 4 ressaltos e 2 assistências) o MVP da final. O norte-americano Brad Tinsley (12 pontos, 5 assistências, 4 ressaltos e 2 roubos de bola) fez um jogo muito completo, bem como criou imensos desequilibrios na defesa encarnada. José Silva (12 pontos) e Miguel Queiroz (11 pontos) acabaram igualmente na casa das dezenas.

 

Os benfiquistas acabaram por ser mais fortes numa área do jogo habitualmente dominada pelo FC Porto – a luta das tabelas (36-32) – sendo que 14 foram na tabela ofensiva, mas não estiveram numa tarde de grande inspiração a lançar ao cesto. A espaços, Daequan Cook (20 pontos) esteve a bom nível e revelou-se como líder da equipa; Andrade (10 pontos, 7 ressaltos, 2 assistências e 2 roubos de bola) e Fred Gentry (10 pontos e 4 ressaltos) foram talvez os mais regulares; e João Soares (9 pontos e 5 ressaltos) uma mais-valia a saltar do banco. A final serviu para confirmar que Radic está longe da sua melhor forma desportiva e que o fim de semana foi para esquecer para Jeremiah Wilson.

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14 FEV 2016

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