“Heat” não se fez sentir

A nova temporada da NBA começou a noite passada, com um escaldante jogo, Boston x Miami, para satisfação dos inúmeros adeptos da modalidade.

Competições
27 OUT 2010

Era a oportunidade de, pela primeira vez, ver em acção o famoso trio de Miami frente a uma equipa que nas últimas temporadas recuperou o estrelato que marcou várias gerações. A derrota dos Heat (80-88) causou, para muitos, alguma estranheza, para outros nem tanto, se pensarmos naquilo que é necessário para uma equipa ter sucesso.

É evidente que não se pode tirar quaisquer conclusões sobre a “radicalmente” nova equipa de Miami, tendo por base apenas o jogo de abertura de uma longa época. Tirar ilações servindo-se apenas de um jogo como amostra, é absurdo e não passará de fazer futurologia.Para julgarmos, e podermos chegar a um veredicto sobre as reais possibilidades de LeBron James e a sua nova equipa poderem chegar ao título, vai exigir muito mais tempo, pelo que será muito interessante acompanhar a evolução da equipa tentando perceber se realmente terão aquilo que é necessário para se tornarem campeões.Convém também lembrar que perder em Boston, num ambiente sempre hostil e onde todos os jogos criam uma atmosfera muito especial, não choca. Os Celtics, sendo uma equipa de veteranos, não têm problemas de cansaço e lesões, as suas peças fundamentais jogam juntas há mais de três anos, e a verdade é que desde que reuniram Paul Pierce (19 pontos, 9 ressaltos e 3 assistências), Ray Allen (20 pontos) e Kevin Garnett (10 pontos, 10 ressaltos e 3 assistências), em Julho de 2007, o registo dos Celtics em jogos antes do Natal é de 72-10. Os Celtics voltaram a colocar dentro de campo, durante alguns momentos do jogo, a sua defesa sufocante, e exibiram a experiência própria de jogadores veteranos, com oportunos lançamentos de 3 pontos e a evidenciarem uma força mental que os conduziu ao topo da Liga. Do outro lado estava uma equipa que actuava fora de casa e que apenas tinha jogado com todas as suas estrelas no período de preparação durante apenas 1:30 minutos, fruto das lesões que afectaram jogadores influentes.A construção de uma equipa é um processo que requer tempo, trabalho e paciência. Mas mais do que isso, e talvez mais importante, é necessário que haja química entre eles. Dwyane Wade (13 pontos, 6 assistências e 4 ressaltos), que esteve pouco inspirado no capítulo do lançamento. O jogador referiu-se a isso mesmo quando falava com os jornalistas, logo após o final do jogo: “Peço desculpa se alguém pensava que iríamos terminar a época com 82-0 (só vitórias). Isso simplesmente não vai acontecer.”Lebron James (31 pontos e 4 ressaltos) alinhava pelo mesmo discurso ao recordar “que Roma não foi construída num dia”, e que “Deus demorou uma semana para criar o Céu e a Terra.” Um discurso virado para aqueles que viram defraudadas as expectativas que colocaram na equipa, preferindo realçar que com mais trabalho dentro e fora do campo a equipa irá surgir no seu melhor mais lá para a frente na temporada.É perceptível que o calcanhar de Aquiles desta equipa de Miami está nas posições interiores, principalmente quando tiver que defrontar, como foi o caso deste jogo, equipas mais altas e pesadas. A veterania de Zydrunas Ilgauskas já não lhe permite ter a mobilidade e a capacidade física para se bater durante longos períodos, e a Bosh, Joel Anthony e Udonis Haslem falta-lhes um dos predicados ou ambos, já que não são verdadeiros postes.A lesão de Mike Miller evidenciou as limitações da equipa na posição de base, e até que ele regresse o conjunto de Miami vai ter que ir gerindo a situação da melhor forma possível.

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27 OUT 2010

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