Hora das grandes decisões na Liga Feminina

Em jeito de antevisão, falámos com Luís Oliveira, elemento da equipa técnica do GDESSA Barreiro, que “caiu” nas meias-finais do campeonato aos pés do Olivais, e comentador da FPBtv.

Na tua opinião quais são os pontos fortes de Olivais e Lombos? E quais os aspetos que cada equipa pode explorar relativamente à outra?

Antes de mais, começar por parabenizar ambos os finalistas, Olivais Coimbra e Quinta dos Lombos. Começando pelo Olivais, que foi o primeiro classificado da Fase Regular, é a equipa da Liga que faz mais pontos, com uma média de 78 por jogo, sendo que esta produção ofensiva está muito dependente do seu cinco inicial. As cinco jogadoras mais utilizadas são responsáveis por 85% das decisões do conjunto, com a química criada pela liderança da Inês Viana e o rendimento da Norianna Haynes a serem os pontos mais fortes, na minha opinião. Já a Quinta dos Lombos foi a equipa que esteve mais tempo no comando da prova, acabando por terminar como terceira classificada apenas nas últimas jornadas. É a formação que utiliza a maior rotação, com um misto de experiência e juventude, utilizando em média 9/10 jogadoras por partida, e sendo, a meu ver, a equipa mais física da Liga. A rotação permite-lhes manter uma intensidade constante, que sob a égide da líder e experiente Márcia Costa pode vir a fazer a diferença.

Para ti há um favorito nesta final? Ou estamos a falar de duas equipas com a mesma valia?

Não consigo arriscar nenhum favorito. Se olharmos para toda a Liga e, mais recentemente, para os primeiros resultados da meia-final, percebemos que existiu bastante equilíbrio e uma constante incerteza nos resultados. Olivais e Lombos são duas equipas que chegam à final depois de nas duas eliminatórias anteriores não terem conseguido vencer sem qualquer derrota, mais uma confirmação de todo o equilíbrio da competição. Em 2018-2019 consigo encontrar alguns dados a favor do Olivais, mas que nestas circunstâncias têm o valor que lhes quiserem dar. Já venceram uma competição (Taça de Portugal), o facto de terem terminado em primeiro na Fase Regular confere-lhes o fator casa, e em três jogos disputados entre as duas equipas o Olivais tem duas vitórias e uma derrota. Por outro lado, não nos podemos esquecer de que, tal como em 2017-2018, a Quinta dos Lombos está novamente na final.

O que esperas desta final? O percurso de ambas as equipas surpreendeu-te nalgum aspeto ao longo deste campeonato?

Espero uma final recheada de equilíbrio, na qual os ataques se vão sobrepor às defesas e em que o vencedor apenas será encontrado nos pequenos detalhes. Tendo em conta todo o equilíbrio que se viveu ao longo da época, penso que qualquer um dos quatro primeiros classificados seriam justas presenças na final. O meu desejo é que existam prolongamentos em todos os jogos, que a eliminatória apenas se decida na “negra” e que ninguém se lesione. Espero que todos os envolvidos desfrutem e que continuem a dignificar o que de bom se faz no basquetebol feminino.