“Iremos construir uma equipa o mais competitiva possível para dignificar a estreia na Liga Feminina”

Foi um dos grandes destaques do fim de semana: a subida de divisão do CAD-UPPC/Opticália à Liga Feminina, naquela que será a primeira presença do clube de Coimbra na competição.

Atletas | Competições | Treinadores
26 ABR 2018

 

Entrevistámos Nuno Miguel Rebelo, treinador do emblema da cidade dos estudantes, que deixou rasgados elogios ao grupo de trabalho, e que assumiu ainda a vontade de lutar pelo título da I Divisão.

O CAD já garantiu a subida de divisão, naquela que será a primeira presença do clube na Liga Feminina. Tratava-se de um objetivo prioritário ou esta grande temporada até vos apanhou, digamos assim, de surpresa?

Nunca poderíamos em consciência pensar nesse ambicioso objetivo. Se na temporada anterior tínhamos construído uma equipa claramente para subir de divisão, este ano estar na primeira metade da tabela classificativa era a meta proposta. 

Quais os principais fatores que explicam este momento histórico para o clube?

Destaco três fatores diferenciadores: o compromisso de todas as atletas para com o treino. Ter jogadoras que depois de um dia de trabalho vêm da Figueira da Foz e de São João da Madeira para Coimbra treinar quatro vezes por semana, com um dos aprontos a decorrer das 22h às 23:30, revela que não estão apenas para conviver, mas sim para trabalhar com seriedade. Depois, o facto das jogadoras acreditarem no trabalho e na filosofia de treino a par da grande disciplina tática que possuem, permitiu corrigir e melhorar sempre em função do que tínhamos previamente feito.  E ainda, o excelente ambiente que a equipa tem e o constante apoio de toda a estrutura diretiva, seja ela do CAD ou da União Popular e Cultural de Chelo.  

 

Houve algum momento-chave que ajude a explicar esta subida?

O jogo em casa com a ESA foi o “tal” momento. 
Na primeira jornada tínhamos sido cilindrados com uma derrota por 27 pontos de diferença e o ganhar em casa por 32 pontos na segunda volta deu muita força anímica ao grupo. 
Na semana seguinte ao jogo as jogadoras respiravam confiança e essa motivação fez-nos ir ganhar a Guifões, até então líder isolado e invicto, por 16 pontos, quando em casa tínhamos perdido por 11, dando vantagem no confronto direto. 
Constatámos que a nossa equipa não era inferior a nenhuma outra do campeonato e que se queríamos lutar pelo primeiro lugar teríamos de ganhar todos os jogos e esperar que o líder escorregasse. 
Fizemos a nossa parte que foi ganhar todos as partidas da segunda volta e a “estrelinha” esteve connosco. 

 

A conquista do título é agora a grande meta a alcançar ou a equipa poderá relaxar?

Depois deste momento histórico para o clube, seria muito redutor e tiraria todo o brilho à conquista se não lutássemos pelo título. 
Vamos ter um forte CPN pela frente e vão ser jogos difíceis, no entanto iremos tentar levar esta dinâmica de vitória em diante. Caso não consigamos é porque o adversário foi melhor e teremos de o felicitar. 

 

E que CAD podemos esperar para a próxima temporada, na Liga? Também já está a ser feito um trabalho de planificação?

Neste momento estamos concentrados no que falta jogar e na tentativa de conquista do título de Campeão Nacional.
No final de maio iremos, tal como nas épocas transatas, planificar e contactar as jogadoras que nos interessem. Infelizmente, Coimbra não tem tantas jovens a praticar basquetebol como gostaríamos, e uma parte significativa daquelas que possuem algum talento não está disponível para assumir um compromisso sério com o trabalho necessário à construção de uma equipa competitiva, o que nos dificulta muito a melhoria do plantel. Mesmo com estas dificuldades, e dentro das possibilidades do CAD/UPCC, iremos construir uma equipa o mais competitiva possível para dignificar a estreia na Liga Feminina. 

 

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26 ABR 2018

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