João Figueiredo: «O melhor vem no fim»

Não obstante a irregularidade demonstrada em algumas partidas da Liga, a verdade é que em provas a eliminar o FC Porto não tem dado hipóteses esta época.

Atletas | Competições
9 MAR 2010

Depois da Taça Hugo dos Santos, agora os dragões ganharam a Taça de Portugal. O internacional português explica nesta entrevista por que razão a equipa oscila tanto nos encontros do campeonato, mas lembra que o campeão nacional só se define no playoff. “Quantas equipas ganharam as fases regulares e não levantaram o troféu no fim?”, questiona Figueiredo

É caso para dizer que quando é a doer é sempre o mesmo a vencer… Até ao momento essa afirmação é cem por cento verdadeira, pois contra factos não há argumentos! Tacticamente estiveram muito bem. As estratégias definidas para os vários jogos já tinham sido abordadas anteriormente ou, pelo contrário, só foram transmitidas (à excepção, como é lógico, do 1º encontro) no dia do jogo? Pelo facto de não ser a primeira vez que jogávamos contra as equipas presentes na Final 8, muitas das estratégias tácticas já tinham sido abordadas e treinadas, mas consoante os adversários que íamos enfrentando, e também consoante algumas alterações que se iam notando nas equipas, foram estudados e depois postos em prática alguns detalhes tácticos novos nos dias dos próprios jogos. Voltaram a marcar a diferença através da defesa. É a recompensa do trabalho e do elevado número de treinos que às vezes tanto custa? Mais uma vez sinto que fomos a equipa com mais intensidade defensiva. Isso é fruto da dedicação dos treinadores, do espírito de sacrifício dos jogadores e, claro, da elevada qualidade de todos os intervenientes da equipa! Visto termos bastantes conceitos tácticos, há a necessidade de treinar muito, para que depois se consiga colocar em prática no máximo de perfeição esses conceitos e atingir o sucesso. Deu a sensação que se sentia confortável no papel de sexto jogador. Mentalmente é indiferente para si não começar de inicio? Quem me conhece sabe que esse tipo de questões me são completamente indiferentes, o importante é reconhecer o meu papel na equipa e saber o que o treinador pretende de mim. A partir daí consigo desempenhar o meu papel no grupo. Falando especificamente desta Final 8, fui para o Entroncamento com uma lesão no ombro e com poucos treinos, daí esse ter sido o principal factor de ter começado no banco. Mais tarde tornou-se numa estratégia táctica da equipa. Mas nunca me deixei influenciar mentalmente pelo facto de começar no banco ou no 5; de jogar 40 minutos ou 10 minutos; de ter necessidade de fazer números estatísticos etc… Aliás, o meu estilo de jogo comprova-o. Jogo com leituras de vantagens, hoje é o jogador “A” que marca 30 pontos, amanha é o jogador “B”. Na final acabou por ser determinante pelos triplos que converteu e pelos momentos em que isso aconteceu. A questão do lançamento foi algo que mereceu, ultimamente, algum trabalho específico da sua parte? O lançamento merece sempre por parte de todos os jogadores bastante trabalho especifico, no meu caso, desde que fui operado ao escafóide da mão esquerda, que tenho tido ainda mais atenção nesse capítulo. Passei quase toda a época passada a recuperar força e mobilidade e este ano, apesar de ainda não estar como noutras temporadas, já começo a sentir-me novamente bastante confortável no lançamento exterior. Claro que a motivação e a confiança também são fundamentais para se executar com sucesso. Penso que esta será a pergunta mais comum para quem acompanha o basquetebol nacional. Por que razão no FC Porto há tamanha diferença exibicional em jogos a contar para o campeonato e em provas a eliminar? Para o campeonato também já fizemos muitas e grandes exibições. Temos é duas ou três derrotas que não estávamos a contar, claro está, sem tirar o mérito às equipas que nos derrotaram. Mas é mesmo esta questão. O não estar a contar perder faz com que se baixe os níveis de concentração, de intensidade, e no nosso estilo de jogo esses dois factores são a chave para o sucesso. Quando os baixamos pomos em risco as vitórias. Mas também não somos super heróis e não conseguimos estar uma época inteira no nível desejado. Estas oscilações são normais e penso que não podem ser demasiadamente valorizadas, afinal de contas isto não é futebol, é basquete e o campeão define se no playoff! Quantas equipas ganharam as fases regulares e não levantaram o troféu no fim? Muitas… Está convicto que será um FC Porto ao seu melhor nível o que irá surgir no playoff? Além de convicto, sei que o melhor vem no fim!!!

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9 MAR 2010

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