José Miguel Gonçalves: “Temos de assumir os objectivos a que nos propomos”
Iniciamos o ciclo de entrevistas com os doze convocados da selecção nacional de BCR
Atletas | Competições
5 SET 2023
A duas semanas da estreia lusa no campeonato da Europa C de BCR, em Sarajevo, de 18 a 24, desvendamos o perfil dos protagonistas. Arrancamos com José Miguel Gonçalves, 28 anos, base/extremo da APD Braga, dono de um currículo pejado de conquistas com a turma minhota e onde consta uma experiência no BCR internacional, ao serviço do Basketmi Ferrol, da 2ª liga espanhola. Conhecedor do jogo, cerebral, exímio na distribuição, claramente o factor distintivo no seu desempenho, o atleta classe 3.0 parte para o seu quarto Europeu, semeando expectativas altas em torno do que poderá oferecer à equipa das quinas, atendendo à sua maior maturidade competitiva.
Número: #4
Palmarés: 5 Campeonatos Nacionais, 7 Taças de Portugal e 6 Supertaças
Referências na modalidade: Phill Pratt e Pedro Gonçalves
Jogos da tua vida: Meias-finais do campeonato nacional em 2017/2018.
Europeus disputados: ECMC 2017, ECMC 2019 e ECMBC 2022
1 – Quais as tuas expectativas para este campeonato da Europa?
O objetivo é claro e único, vencer a prova em que vamos participar. Sabemos que há equipas que podem surpreender dependendo de quem constar do plantel, mas temos de assumir os objetivos a que nos propomos e para os quais temos investido tanto.
2 – Será o teu quarto europeu e possivelmente aquele em que poderás ser mais importante. Em que aspetos achas que podes ser útil à seleção e causar impacto?
Chego a este Europeu mais experiente e mais consciente do que posso fazer dentro deste grupo. Dentro do campo creio que posso ser importante a trazer alguma calma e organização ao jogo, em particular nos momentos em que jogamos com muito coração e pouca cabeça. Fora das quatro linhas, quero aproveitar a minha “idade intermédia” e ser uma espécie de ponte entre os veteranos e os rookies.
3 – Como te descreves como jogador? Quais os teus pontos fortes?
Sou um jogador analítico e disciplinado, que gosta de jogar um basquetebol pausado, onde todos sabem e executam o seu papel dentro de campo. Tento sempre ser um elemento potenciador no quinteto onde estou inserido e trabalhar nos intangíveis, na comunicação, no extra passe, nas ajudas defensivas, fazendo os possíveis para que no fim se ouça “A Portuguesa”.
4 – Até onde gostavas de chegar com a seleção? Tens uma meta definida?
Estabilizar na divisão B e deixar de ser a seleção “ioiô”. Creio ser o objetivo imediato de todo o grupo, criar as bases para que a próxima geração possa continuar a trabalhar com qualidade e a sonhar com voos mais altos.
5 – Em que medida a incorporação do Óscar Trigo e do Javier López na equipa técnica pode mudar para melhor a seleção?
Trazem muita experiência e conhecimento ao grupo, experiência essa adquirida ao levar outra seleção nacional para o alto nível. Eles já fizeram o caminho que nós queremos fazer e isso serve de motivação adicional para trilharmos esse percurso no BCR nacional.
6 – Pelas tuas características, ofereces alguma versatilidade nas posições que podes ocupar. Onde é que te sentes mais confortável?
Sou um confesso saudosista do base “à antiga”, bola no centro e passe ao lado para iniciar o ataque. Contudo, esse estilo de basquetebol ficou no passado e hoje é um jogo muito dinâmico nas movimentações, seja a meio campo ou a campo inteiro. Ainda assim, é no topo da área restritiva que prefiro estar, na defesa e no ataque.