Júlio Magalhães juntou-se à festa

Depois de vintes anos ligado ao basquetebol, o jornalista da TVI e antigo jogador da modalidade, Júlio Magalhães, trocou os cestos pelos microfones.

FPB
28 MAR 2008

O agora pivot de televisão e detentor do recorde do maior números de pontos num só jogo (128) marcou presença na cerimónia de abertura da segunda edição da festa do basquetebol e relembrou os velhos tempos, que decorreu na Arena de Portimão no passado dia 27 de Março.

“Comecei a praticar basquetebol aos 12 anos na escola de minis do F.C. do Porto. Até aos juniores fui sempre jogador do Porto. Ainda passei um ano pelos seniores do Porto, depois joguei um ano na Amadora e ainda fui treinador durante algum tempo”. No total, foram quase 20 anos de ligação ao Basquetebol, tempo que Júlio Magalhães recorda com saudade. “Os anos de Basquete foram os melhores anos da minha vida”, confidenciou o jornalista após a cerimónia. Apesar da paixão pela modalidade, a entrada no mundo do jornalismo forçou a saída da modalidade. “Deixei o Basquetebol quando comecei a trabalhar. Após a minha entrada para a televisão comecei a ficar sem tempo e como, naquela altura, era já treinador e não conseguia chegar a tempo aos treinos tive de abandonar o Basquete”.A propósito da Festa do Basquetebol, o jornalista da TVI lembrou que “o Basquetebol não são os seniores nem as grandes competições”, mas também os escalões de formação. “Isto é que é o Basquete. É aqui que se ganham as competições. Não há Basquete sem formação e por isso deve-se apostar nela. Se só se apostar em jogadores estrangeiros e não se apostar nos jovens jogadores portugueses, o Basquete corre o risco de qualquer dia não tem gente nas bancadas”. Para Magalhães, esta iniciativa ganha ainda maior relevo porque consegue “trazer mais jovens para jogar basquetebol e mais público para as bancadas”. Por essas razões, o antigo atleta do F.C. Porto considera este vento “absolutamente decisivo para o futuro do Basquetebol em Portugal”.Aposta na formação pode dar resultadosAinda a propósito da Festa do Basquetebol e do desporto em geral, o pivot afirmou que em Portugal não existe uma cultura desportiva. “Em primeiro gostasse dos clubes, depois gostasse de futebol e só depois é que se gosta de desporto. Essa cultura tem de ser invertida pelas selecções das várias modalidades que também têm de encontrar formas de tornear isso e sobretudo combater o futebol”.Para Júlio Magalhães as constantes “guerras e desentendimentos” que ocorrem nas federações das modalidades amadoras são um dos maiores entraves para o seu desenvolvimento. “O Basquetebol já teve duas ligas, o Andebol tem duas ligas e assim perde-se muito tempo com os seniores e pouco com a formação. Todavia, o profissional de informação enalteceu o esforço que tem sido feito pela Federação Portuguesa de Basquetebol. “Se houver um plano estratégico das escolas de formação para se apostar numa perspectiva a longo prazo, como parece que está a haver na FPB, isso pode dar bons resultados daqui a uns anos”. Antes da despedida, Júlio Magalhães teve ainda tempo para deixar uma mensagem aos atletas presentes na festa: “Gostava de dizer-lhes que o basquete como outra qualquer actividade desportiva é um entretenimento. É um desporto, mas não é um jogo de vida ou de morte. E dizer-lhes também para aproveitarem bem estes anos de vida deles porque um dia podem não ter a oportunidade de o fazer. Os anos de Basquete foram os melhores anos da minha vida e espero que sejam os deles também porque um dia vão mesmo perceber que esses vão ser os melhores anos da vida deles”.

FPB
28 MAR 2008

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