Lisboa acolheu a segunda promoção da Seleção Nacional à Divisão B

Jorge Almeida e Márcio Dias recordam o momento

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2 JUL 2020

Ao período de marasmo, marcado por uma crise económica que motivou o cancelamento das competições internas numa época e a ausência dos Europeus C de 2011 e 2013, Portugal respondeu categoricamente e, no regresso, alcançou a subida à Divisão B. Jorge Almeida, selecionador à data, e Márcio Dias, agora capitão, relembram o êxito. 

O desconhecimento dos adversários e a parca preparação, em virtude das limitações financeiras, anteviam dificuldades e o objetivo traçado não tolerava mãos trémulas nos momentos decisivos. Márcio Dias vinha de uma época em alta ao serviço do Servigest Burgos – 2.º escalão espanhol – e correspondeu à exigência da ocasião com o seu melhor desempenho pela Seleção, na meia-final contra a Finlândia. “A minha preparação nesse ano tinha como foco o Campeonato da Europa. Ao mesmo tempo, queria ajudar a minha equipa a conseguir vencer a 1.ª Divisão espanhola. Treinava todos os dias, mais ou menos 1h30 no ginásio, mais 1h hora de técnica de cadeira e quatro sessões de 2h com a equipa”, um volume de trabalho condizente com o praticado ao mais alto nível e que catapultou (ainda mais) o seu jogo para um patamar de excelência.
À margem da prestação individual, o camisola #4 sublinha a elevada competência do grupo selecionado, com “vários jogadores a atuar ou com experiência em ligas estrangeiras”, opinião corroborada pelo então selecionador, Jorge Almeida, que destaca “a entrega, o querer e a qualidade” dos atletas escolhidos. “Não tivemos condições para preparar o Campeonato dignamente, pelo que procurámos, eu e o Rui Lourenço (adjunto), escolher os atletas mais pela sua qualidade individual, visto não ser possível trabalhar o coletivo como desejaríamos, fazendo-os acreditar que era possível”.
O começo titubeante, e até desanimador, pontuado por uma derrota pesada frente à Bósnia-Herzegovina (34-58) e novo “tropeção” frente à Finlândia (47-49) deixaram a seleção sob pressão extrema, circunstância que não afrouxou a crença na subida de escalão. Portugal embalou para vitórias frente à República da Irlanda (54-51), Grécia (34-58), Sérvia (74-50), desforrou-se contra os nórdicos na meia-final (50-61) e, já com a promoção garantida, sucumbiu pela segunda vez ante o poderio dos bósnios (51-75), cuja altura e traquejo não permitiram uma discussão para lá do 2.º período.
Para se repetir a história em 2021, Jorge Almeida reconhece valia para se voltar ao segundo degrau do BCR europeu, embora assinale a premência dos jogadores dedicarem mais tempo ao trabalho individual, “dando uma especial importância à técnica de cadeira com e sem bola”, além de considerar vital desenvolver rotinas ofensivas e anular o “maior problema da equipa nacional no último Campeonato”, a defesa. Em sintonia com o ex-selecionador, Márcio Dias acredita estarem reunidas condições similares às de 2015, atendendo aos muitos atletas da Seleção “a jogarem fora ou que já o fizeram”, pelo que só falta mesmo “voltar a treinar normalmente para limar arestas e vencer o próximo Campeonato da Europa”.
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2 JUL 2020

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