“Man Out” a Hugo Lourenço

Ícone do basquetebol em cadeira de rodas português, ou não estivesse intimamente ligado ao único título da Seleção Nacional (campeã europeia da Divisão C em 2007), desbravou caminho para que outros atletas nacionais brilhassem além-fronteiras. Antes, a nível interno, ganhou tudo o que havia para ganhar ao serviço da APD Lisboa. Pelo CP Mideba encantou ao longo de cerca de uma década na principal liga espanhola, uma das maiores montras europeias e mundiais, onde conquistou a distinção de maior ressaltador por várias ocasiões. Junta ao percurso laureado uma forma de jogar única, pautada pelo constante sacrifício, arrogando o trabalho defensivo como seu apanágio, e foco no coletivo a atacar, o que lhe rende imprevisibilidade na capacidade de assistir e soma à apetência para marcar na área pintada.

Competições
1 MAR 2020
Data de nascimento: 19/09/1978
Ano de iniciação: 1998
Posição: Poste
Clube: APD Sintra/ Sporting CP
Palmarés: 4x Campeão Nacional; 4x vencedor da Taça Portugal; 3x vencedor da Supertaça; 2x vice-campeão Liga Espanhola; vice-campeão da Copa do Rei (Espanha); vice-campeão da Taça Europeia Willi Brinkman; vencedor da Taça Europeia Challenge Cup; Campeão da Europa C por Portugal
Jogo da tua vida (e porquê): Difícil… mas a final do Europeu C em 2007, por ser o primeiro e único título pela Seleção
Chamam ao BCR a modalidade paralímpica rainha. Se tivesses que convencer alguém a ver ou praticar, como o “vendias”?
Para convencer alguém a ver, diria que iria assistir a um jogo intenso, rápido, de bastante contacto e de espetacularidade inesperada. A melhor forma de convencer alguém a praticar é levar essa pessoa a experimentar. Se tiver o “bichinho” do BCR dentro dela, dificilmente vai ficar curada!
Qual ou quais os jogadores que exercem maior fascínio sobre ti? 
Sem dúvida o saudoso Luis Blanca. Pelo seu caráter e inteligência em campo, por tudo o que me ensinou e pelo ser humano que foi. Não foi um jogador mediático como muitos, mas tinha uma qualidade e humildade como poucos! Ainda hoje, em cada jogo continua a ter influência e a estar presente. Continuo a achar que no BCR, a inteligência como se joga é muito mais determinante do que a força física.
Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido por jogar BCR. 
Demasiados para uma entrevista rápida. Em 13 anos de viagens constantes para e em Espanha, foram muitos, mas neste momento recordo a viagem entre Badajoz e Bilbao em que um colega de equipa, para se ajeitar no banco, decide agarrar a alavanca de emergência, sendo que a porta do autocarro abriu em andamento, empenou, tivemos duas horas parados e, para seguir viagem, tivemos de fazer turnos para segurar a porta o resto da viagem de ida e volta.
Qual o teu movimento, gesto ou momento do jogo favorito? 
Sem dúvida o momento em que é feita aquela assistência que ninguém espera, mas deixa o colega completamente isolado!
Qual é o jogador a quem gostavas de fazer “Man Out”? 
Não vou personalizar… digamos que a qualquer adversário que, no momento, fique mais vulnerável para essa ação. Se o movimento de ataque da equipa for bem construído, a probabilidade de resultar em cesto é grande e independente de a quem o fazemos.  _______________________________________________________________________
O “Man Out” é essencial no BCR. Na elite – mas não só -, todas as equipas adotam esta estratégia que consiste, após a recuperação da posse de bola, em reter um adversário com um, ou idealmente mais jogadores, no seu reduto ofensivo de forma a atacar em superioridade numérica. O espaço ocupado pelas cadeiras torna uma missão árdua recuperar a posição perdida, de modo que o “Man Out” é uma tónica constante no jogo de BCR, privilegiando-se como alvos, claro, os elementos mais lentos da equipa adversária.
Competições
1 MAR 2020

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