“Man Out” a Marco Almeida

Marco Almeida (poste - 4.0) é um dos valores seguros do BCR nacional e alguém com uma apetência muito acima da média para marcar. O faro para o cesto, o posicionamento inteligente e a tranquilidade que a sua postura transmite aos companheiros revelaram-se condições fundamentais para a melhor classificação de sempre da APD Paredes no Campeonato Nacional, tendo a formação do norte caído apenas aos pés da APD Braga nas meias-finais, que se viria a sagrar tetracampeã. No mês de março, 10 anos depois de se iniciar na modalidade e aos 32 de idade, Marco Almeida viu premiada a sua maturidade competitiva com a primeira chamada à Seleção Nacional.

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10 JUN 2019

 

Nota: Foto da CM de Gondomar

Chamam ao BCR a modalidade paralímpica rainha. Se tivesses que convencer alguém a ver ou praticar, como “vendias” o basquetebol em cadeira de rodas?

Praticar desporto é um dos maiores bens para o ser humano, no meu entender convencer alguém a praticar desporto não tem que ser difícil; basta ter força de vontade, independentemente das limitações físicas de cada um. Para divulgar a modalidade de BCR aos meus amigos e outros interessados faço-o da mesma forma que fizeram por mim há 10 anos: “se gostas de praticar desporto, esta é uma boa oportunidade para ti, vem conhecer o basquetebol em cadeira de rodas”.

Qual ou quais os jogadores que exercem maior fascínio sobre ti?

O meu foco vai principalmente para atletas que competem no Campeonato Nacional e outros que por lá passaram. Começo por mencionar o atleta Márcio Dias, jogador internacional com uma vasta experiência na modalidade, ótimo lançador, que sabe movimentar-se sem a bola para que a receba em lugares estratégicos e confortáveis para o arremesso, e que é um jogador que sabe jogar em equipa. A nível internacional é impossível não referir o Pedro Bártolo, pilar da nossa Seleção, meu ex-companheiro de equipa na APD Porto e APD Paredes, que tanto encaminhou e motivou a evolução de muitos jogadores. Atleta muito veloz e com dribles capazes de quebrar o sistema defensivo adversário. Outra sua qualidade é o seu aproveitamento no lançamento exterior.

Ter uma limitação motora produz momentos humorísticos devido à reação das pessoas menos “familiarizadas” com o tema. Ter uma limitação motora e jogar BCR é uma mistura explosiva?

Podia estar aqui a mencionar alguns episódios engraçados que fui vivendo ao longo destes anos ao serviço do basquetebol. Para mim, mais do que qualquer outro fator e com muito impacto positivo, o melhor foi poder partilhar o mesmo balneário e terreno de jogo com pessoas com um grau de deficiência diferente da minha. Foi, sem dúvida, uma experiência bastante enriquecedora.

Entre todas as maravilhas passíveis de pôr em prática numa cadeira de basquetebpl, qual o teu movimento, gesto ou momento do jogo predileto?

Há alguns movimentos ou gestos do jogo que gosto de ver e de fazer, mas o predileto é quando consegues fazer um contra-ataque e acabas por driblar o adversário apenas com o movimento de cadeira, terminando com uma assistência para o cesto do colega.

Qual o jogador a quem gostavas de fazer “Man Out”? Com sinceridade, vá lá!

Sem ter de ir muito longe, o colega de seleção Pedro Bártolo, pela sua capacidade explosiva e rapidez. Ficaria radiante.

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O “Man Out” é essencial no BCR. Na elite – mas não só -, todas as equipas adotam esta estratégia que consiste, após a recuperação da posse de bola, em reter um adversário com um, ou idealmente mais jogadores, no seu reduto ofensivo de forma a atacar em superioridade numérica. O espaço ocupado pelas cadeiras torna uma missão árdua recuperar a posição perdida, de modo que o “Man Out” é uma tónica constante no jogo de BCR, privilegiando-se como alvos, claro, os elementos mais lentos da equipa adversária.

 

 

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10 JUN 2019

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