“Man Out” a Marco Gonçalves

Tem apenas 25 anos, mas pelo trajeto no BCR poderíamos estar a falar de um veterano.

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26 DEZ 2019

Marco Gonçalves conheceu a modalidade com seis anos, no início do século, na APD Lisboa, clube que o viu crescer e despontar como um dos melhores atletas de pontuação baixa de sempre do país. Homem de recordes e marcos, foi o mais jovem a representar a Seleção Nacional num Campeonato da Europa, corria o ano de 2010, Marco tinha 14 anos e o torneio, da Divisão B, decorria na República Checa. Dois anos mais tarde, rumava pela mão do amigo e mentor, Hugo Lourenço, histórico do BCR português, ao CP Mideba, da 1.ª Liga espanhola, uma das mais competitivas do mundo. Do lado de lá da fronteira, representou ainda o Servigest Burgos, do 2.º escalão, onde, apesar de efémera, a sua passagem deixou saudades. Hoje, veste as cores do GDD Alcoitão.

 

 

Data de nascimento: 02/03/1994

Ano de iniciação: 2000

Posição: Extremo

Clube: GDD Alcoitão

Palmarés: APD Lisboa: 1 Supertaça

C.P. Mideba: Vice-Campeão da Taça do Rei e Campeão da Challenge Cup 2013.

Jogo da sua vida (e porquê?): “Sem dúvida a final da Challenge Cup 2013, ao serviço de Mideba, contra os Dolphins Trier, pois foi o mais importante título da minha carreira desportiva, num ano de nível competitivo altíssimo na 1.ª Liga espanhola.”

 

Chamam ao BCR a modalidade paralímpica rainha. Se tivesses que convencer alguém a ver ou praticar, como “vendias” o basquetebol em cadeira de rodas?

Vendia como uma modalidade coletiva que pode ter uma influência incrível na nossa vida, forma de ser e a maneira como encaramos quem nos rodeia. Um desporto agressivo, que nos obriga a ser inteligentes e a tomar decisões importantes numa fração de segundo, com potencial para nos preencher com ambição e espírito competitivo, para além de nos ajudar a aceitar quem e como somos, assim como a fazer crescer os nossos companheiros.

Qual ou quais os jogadores que exercem maior fascínio sobre ti?

Hugo Lourenço e Jorge Almeida. O primeiro foi o meu maior ídolo e nunca me esquecerei da influência enorme que teve no meu crescimento e ida para a Liga espanhola, o segundo ensinou-me todas as bases necessárias para jogar BCR da melhor forma. Devo a ambos quase tudo o que sou, assim como as minhas maiores virtudes, jogo defensivo, visão de jogo e bloqueios constantes. Da minha geração, claramente Pedro Bártolo, por ser o expoente máximo do nosso BCR atualmente, por abrir as portas de campeonatos mais competitivos aos nossos jogadores e pela pessoa fantástica que é.

Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido por jogar BCR.

Há imensos! Desde começar um jogo sem estar calçado, pois não sinto os pés e, consequentemente, não me lembrei dessa imprescindível ação, a “atropelar” um árbitro com a cadeira por não ter tempo de a travar sem ir contra ele num contra-ataque, a ver mais do que uma vez colegas a concretizar lançamentos no próprio cesto em jogos. E mais virão com certeza!

Qual o teu movimento, gesto ou momento do jogo favorito?

Ultimamente posso dizer que os momentos de jogo que mais me preenchem são quando trabalho via bloqueios ou assistências para jogadores mais jovens, que vi crescer desde o primeiro dia, como os meus colegas Lassa e André, vendo que eles concretizam as jogadas e ficam com o maior brilho nos olhos do mundo. É isso que me motiva e que me faz querer fazer este desporto até que o meu corpo o permita.

Qual o jogador a quem gostavas de fazer “Man Out”?

É claramente cliché, mas gostava de o fazer ao Patrick Anderson ou morrer a tentar!

 

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O “Man Out” é essencial no BCR. Na elite – mas não só -, todas as equipas adotam esta estratégia que consiste, após a recuperação da posse de bola, em reter um adversário com um, ou idealmente mais jogadores, no seu reduto ofensivo de forma a atacar em superioridade numérica. O espaço ocupado pelas cadeiras torna uma missão árdua recuperar a posição perdida, de modo que o “Man Out” é uma tónica constante no jogo de BCR, privilegiando-se como alvos, claro, os elementos mais lentos da equipa adversária.

 

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26 DEZ 2019

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