“Man Out” a Paulo Taborda

Jogador histórico do Sporting CP-APD Sintra

FPB
1 ABR 2020

Atleta histórico do Sporting CP-APD Sintra, ao longo de 23 anos de carreira Paulo Taborda colecionou títulos, incutindo irreverência e poder de fogo à equipa que se viria a converter na mais ganhadora em Portugal. A intimidade com o cesto e a criatividade, atributos certamente não alheios à influência de Pedro Esteves, seu mentor e a quem presta tributo nesta entrevista, levaram-no à Seleção Nacional, cuja camisola envergou em 4 Campeonatos da Europa e, ainda sob a designação Team Lisboa, em  2 Taças Andre Vergauwen. É ele o protagonista da rubrica “Man Out”.

Data de nascimento: 14-01-1972
Ano de iniciação: 1997
Posição: poste
Clube: Sporting CP-APD SINTRA
Palmarés: 11 Campeonatos Nacionais, 11 Taças de Portugal, 14 Supertaças; Participação em 4 campeonatos da Europa, 5 Taças Andre Vergauwen e 4 Taças Willi Brinkmann
Jogo da tua vida (e porquê): De certa forma, todos os jogos que disputei são jogos de uma vida. Vou mencionar o primeiro jogo que fiz. Foi no Pavilhão de Queluz, logo nas primeiras jogadas, em que fiz um lançamento do meio campo e que, claro, nem à linha do garrafão chegou. Outro foi contra a APD Braga, no qual falhei o último cesto nos últimos segundos. Se tivesse convertido, ganharíamos a taça de Portugal.
Chamam ao BCR a modalidade paralímpica rainha. Se tivesses que convencer alguém a ver ou praticar, como o “vendias”?
Já ando nestas andanças vai para mais de 30 anos e consegui convencer alguns dos atletas que ainda jogam ao mais alto nível. A primeira abordagem não é nada fácil, pois um desconhecido abordar uma pessoa portadora de deficiência torna-se um pouco desconfortável para mim. A melhor forma de o fazer é comprometer logo a pessoa a experimentar o contacto com a cadeira, a bola e o cesto.
Qual ou quais os jogadores que exercem maior fascínio sobre ti?
Quando iniciei no BCR, a minha maior referência era Pedro Esteves (ler aqui). Por ele é que eu pratico esta modalidade. Naquela altura, era o Michael Jordan do BCR; depois Manuel [GDD Alcoitão], João Cardoso e António Gordo. Por fim, o jogador da seleção holandesa da altura, Van der Linden, um bi-amputado dos melhores que já vi jogar ao vivo, então nos Paralímpicos de Barcelona, em 1992.
Recorda-nos um momento caricato que tenhas vivido por jogar BCR.
Tenho muitos nestes anos, mas vou mencionar um em particular, num estágio da Seleção. Íamos todos tomar banho e, como sabem, os paraplégicos necessitam de cadeira para o tomar. Naquele dia, o dito atleta sentou-se e não é que ficou preso na cadeira de plástico de uma forma… particular? Foi uma carga de trabalhos para resolver a situação e eu que o diga, mas lá consegui.
Qual o teu movimento, gesto ou momento do jogo favorito?
Como poste, um dos meus movimentos preferidos é fazer um contra um. Não é por nada que me chamam o jogador que não dá a bola a ninguém, pois só vejo cesto. O BCR evoluiu bastante e trabalha-se muito os bloqueios, o que facilita muito.
Qual o jogador a quem gostavas de fazer “Man Out”?
O jogador seria, sem sombra de dúvidas, Victor Sousa. Foi para mim uma das pessoas que mais deu a esta modalidade e, se hoje o BCR existe tal como é, deve-se muito a ele. E, também porque não estou tão bem fisicamente, seria de certo mais fácil para mim fazer um “Man In”.
FPB
1 ABR 2020

Mais Notícias