“Man Out” a Ruben Teixeira

Com 16 anos, Ruben Teixeira (Basket Clube de Gaia, 1.5) foi o mais jovem dos dez convocados da primeira Seleção Nacional Sub23, que participou nos Jogos Europeus da Juventude, em junho, na Finlândia. Iniciou-se no basquetebol em cadeira de rodas (BCR) em outubro de 2016 e cedo desenvolveu uma relação magnética com o jogo, tornando-se num atleta dedicado e autodidata, caraterística bem patente nas respostas a este “Man Out”. As muitas horas de treino-extra e a lucidez que exibe dentro do campo em tenra idade fazem dele um dos atletas a quem se augura um futuro risonho.

Atletas | Competições | Formação | Seleções
4 AGO 2019

 

Nota: Fotos da Câmara Municipal de Gondomar

 

Chamam ao basquetebol em cadeira de rodas a modalidade paralímpica rainha. Se tivesses que convencer alguém a ver ou praticar, como “vendias” a modalidade?

Se tivesse que convencer alguém a praticar a modalidade, vendia-a como uma forma de permanecer ativo e competitivo, apesar da deficiência e, claro, uma forma de melhorar a saúde do atleta e melhorar o seu sentido de responsabilidade.

Qual ou quais os jogadores que exercem maior fascínio sobre ti?

Quanto aos jogadores que mais fascínio exercem sobre mim, existem vários, mas o meu top 3 passaria pelo Patrick Anderson, simplesmente pelo nível de notoriedade que ele foi capaz de alcançar ao longo da sua carreira, continuando a trabalhar arduamente todos os dias para se tornar na melhor pessoa e atleta que possa ser; o Melvin Juette, que apesar de já não ser ativo continua a fascinar-me até ao dia de hoje devido à sua proeza defensiva e, finalmente, Pedro Bártolo, pois, para além de jogar BCR profissionalmente, algo que eu próprio estou a perseguir, foi realmente a minha primeira referência de desporto adaptado e quem, efetivamente, me introduziu ao BCR.

Ter uma limitação motora, entre outras coisas, produz momentos humorísticos devido à reação das pessoas menos “familiarizadas” com o tema. Ter uma limitação motora e jogar BCR é uma mistura explosiva? Conta-nos um episódio contigo ou que presenciaste.

Sinceramente, não me lembro de algum episódio que se destaque, mas normalmente quando estou a falar com alguém, e menciono o BCR, as pessoas ficam bastante espantadas e passam a bombardear-me com perguntas genéricas como “e os cestos são da mesma altura?!”, “como é que contam os passos?", etc. Acaba por ser sempre um desafio não rir, pois o que é bastante comum para nós, atletas, parece um bicho de sete cabeças para aqueles que não estão familiarizados com a modalidade.

Entre todas as maravilhas possíveis de pôr em prática numa cadeira de basquetebol, qual o teu movimento, gesto ou momento favorito do jogo?

O que eu gosto mais de fazer numa cadeira de rodas é, sem dúvida, mover-me utilizando apenas o tronco, porque aumenta a agilidade do atleta e adiciona ainda mais uma camada de complexidade e criatividade ao BCR.

Qual o jogador a quem gostavas de fazer “Man Out”? Com sinceridade, vá lá!

O jogador a quem eu mais gostava de fazer “Man Out” seria o Patrick Anderson, pois só a simples tarefa de parar um jogador que consegue passar pela defesa de tantas formas diferentes e com um arsenal ofensivo tão extensivo era digno de reconhecimento, mas então fazer "Man Out" seria a cereja no topo do bolo.

 

_______________________________________________________________________

O “Man Out” é essencial no BCR. Na elite – mas não só -, todas as equipas adotam esta estratégia que consiste, após a recuperação da posse de bola, em reter um adversário com um, ou idealmente mais jogadores, no seu reduto ofensivo de forma a atacar em superioridade numérica. O espaço ocupado pelas cadeiras torna uma missão árdua recuperar a posição perdida, de modo que o “Man Out” é uma tónica constante no jogo de BCR, privilegiando-se como alvos, claro, os elementos mais lentos da equipa adversária.

 

 

Atletas | Competições | Formação | Seleções
4 AGO 2019

Mais Notícias